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Saiba como é uma atividade do programa Cidadão Digital da Safernet
Saiba como é uma atividade do programa Cidadão Digital da Safernet
Na manhã da última sexta-feira (20), cerca de 70 alunos das duas turmas do 6º ano da Escola Estadual Lasar Segall, unidade do programa ETI (Escola de Tempo Integral), na Vila Mariana, zona sul de São Paulo, tiveram a rotina modificada por uma atividade do programa Cidadão Digital, da Safernet, que usa a educação entre pares para promover entre crianças e adolescentes, alunos de escolas públicas, o uso seguro da internet.
Desde 2020, o Cidadão Digital, o mais duradouro programa de cidadania digital da Safernet, já impactou mais de 177 mil estudantes em mais de 600 instituições de ensino e 70 mil educadores. As ações acontecem em todo o país no formato de atividades remotas, híbridas ou presenciais.
Por meio dele, jovens entre 18 e 29 anos (universitários ou jovens profissionais) realizam atividades com alunos de escolas públicas dos últimos anos do fundamental e médio sobre segurança online, combate à desinformação, autocuidado, respeito e empatia nas redes.
Na E.E. Lasar Segall, a pedido da escola, os temas foram cyberbullying e autocuidado nas redes. A facilitadora da atividade foi a jovem líder Bárbara Yamasaki, 27, de São Paulo.
Em linguagem simples, Bárbara contou com duas turmas muito atentas e participativas de pré-adolescentes de 11 e 12 anos, a maioria filhos de pessoas que trabalham no bairro e que moram bem longe da escola.
Para cada turma, a forma como a conversa fluiu foi diferente pois Bárbara dá às crianças a oportunidade de se expressarem todo o tempo, chamando-os a participar e dar exemplos de situações que viveram online e offline.
No bloco do autocuidado, ao perguntar para as crianças uma situação que tenham vivido que as tenha deixado tristes uma menina desabafou: “minha mãe deixou nossa casa e meu pai cuidou de mim, mas ele teve depressão”, recebendo olhares de consolo dos colegas.
A abordagem desses temas fez as crianças lembrarem do auge da pandemia de covid-19 e das dificuldades que tiveram naquele período.
“Eu pensei que minha mãe tivesse comprado a emissora de televisão para dizerem pra eu não sair de casa”, disse um menino. “Quando minha mãe teve covid, ela foi se isolar, mas eu acabei pegando a doença também, pois toda noite eu ía abraça-la, pois não sei viver sem dar um abraço todas as noites em minha mãe”, contou uma menina. Outra garota confessou: “eu não conseguia estudar pelo computador, eu via uma série ou dormia”.
As crianças então contaram como fazem nesses momentos de raiva, angústia, aflição, frustração e tédio: leitura, música (tocar um instrumento ou ouvir), dançar, brincar, desenhar, pintar, assistir séries, conversar com um parente ou amigo, praticar esportes ou até um banho mais longo ajudam nesses momentos mais difíceis da vida.
Comunicação sim, bullying não
Na hora de falar de bullying e cyberbullying, todas as crianças sabiam na ponta da língua a diferença entre um e outro. Para quem não sabe, bullying é intimidar, perturbar, caçoar ou até mesmo agredir alguém de forma repetitiva, geralmente numa relação desigual, como menino x menina ou dois contra um, por exemplo. O cyberbullying é o bullying por meio das redes, ou seja, aquilo que muitas vezes acontecia num canto do pátio ou no portão da escola pode ser tornar público, por meio das redes sociais ou grupos de mensagens.
Entretanto, nem todas reconheciam ou sabiam todos os meios de lidar com o problema, quando ele ocorre online, qual a hora de envolver os pais ou a escola, por exemplo.
Uma das soluções apresentada por uma líder de turma, porém, mostrou um bom caminho: “se comunicar é muito melhor que xingar ou bater”.
Bárbara acrescentou. “É fundamental que vocês, no aspecto pessoal, criem redes de apoio para se defender, mas no coletivo é preciso que toda a comunidade escolar assumam um compromisso para acabar com esse tipo de coisa”, disse.
De toda forma, Bárbara lembrou às crianças que a solução não pode envolver mais violência, nem atender somente as vítimas. “O autor do bullying também precisa de cuidado, pois na maioria das vezes é uma pessoa que está passando por um grande problema e não sabe lidar com ele, extravasando de forma errada, por meio da violência ou intimidação”, explicou.
Ao final de cada aula, Bárbara sugeriu uma atividade em que as crianças botavam no papel suas experiências para quebrar com ciclos de bullying, com as expressões eu já, para contar o que fizeram no passado, eu nunca, para dizerem o que nunca devem fazer nessas situações o eu vou, assumindo compromissos contra esse problema. Os trabalhos foram entregues à coordenação da escola e seriam avaliados pelos professores para que os melhores componham um mural sobre o tema.
A Safernet doou à escola materiais ilustrados sobre combate ao bullying e ao cyberbullying da campanha “É da Minha Conta”, realizada em parceria com UNICEF e apoio da Meta.
As crianças rapidamente se afeiçoaram à Bárbara, que foi surpreendida por várias delas, especialmente as meninas, com desenhos, cartas, bilhetes e muitos pedidos para saber em quais redes sociais ela está. Uma das meninas, de origem asiática como a jovem líder da Safernet, se sentiu representada: “posso ser sua irmã?”.
Como receber atividades do Programa Cidadão Digital
As atividades educativas do Cidadão Digital são gratuitas e adaptadas à realidade das escolas parceiras, sempre buscando conectá-las aos projetos que já estejam em curso na instituição de ensino. No caso da Lasar Segall, a atividade recebeu apoio da coordenação e dos professores que permaneceram em sala durante a atividade da Safernet.
Instituições de ensino que desejam receber atividades do programa para alunos podem se inscrever aqui.
Texto e fotos: Marcelo Oliveira - Assessoria de Imprensa Safernet
Matéria publicada em 01/11/2023