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  • Denúncias de imagens de abuso e exploração sexual infantil online compartilhadas pela SaferNet com as autoridades têm aumento de 70% em 2023

    / / Crimes na Web / Por arthur / 2 anos 2 meses atrás

    O total de denúncias de imagens de abuso e exploração sexual infantil compartilhadas pela SaferNet com as autoridades teve aumento de 70% nos primeiros quatro meses de 2023 em relação ao mesmo período do ano passado. Este é o maior crescimento de denúncias do gênero, neste período do ano, desde 2020. 

    De 1º de janeiro a 31 de abril de 2023 a SaferNet recebeu 23.777 denúncias únicas contra 14.005 denúncias únicas no mesmo período do ano passado. Denúncias únicas se referem a conteúdos que não haviam sido denunciados previamente, e que estão sob análise pelo MPF para determinar se há indícios de crime.

    Desde 2019, o número de links únicos compartilhados pela SaferNet com as autoridades cresceu nos primeiros quatro meses do ano em comparação com o mesmo período do ano anterior. A única exceção foi em 2022. 

    Veja aqui uma evolução desse tipo de registro desde 2019. 

    Já o total de denúncias recebidas pela Safernet ao longo dos anos de 2019 e 2022 registrou crescimento ininterrupto. Em 2022, a central recebeu mais de 100 mil denúncias pelo segundo ano consecutivo, algo que não acontecia desde 2011. 

    Central da Safernet facilita denúncias

    “O crescimento de denúncias é um termômetro do impacto causado nos usuários da Internet que se deparam com este tipo de conteúdo criminoso produzido por pessoas que usam a rede para difundir imagens de abusos sexuais contra crianças e adolescentes. O controle social é fundamental no enfrentamento aos abusadores”, afirma o diretor-presidente da Safernet, Thiago Tavares. 

    A Central de Denúncias da SaferNet funciona de maneira bem simples. Acesse denuncie.org.br, cole o link do endereço da internet que, na sua avaliação, deve ser investigado e siga os demais passos indicados na plataforma. “Todo o processo é anônimo. Muitas vezes, investigações sobre imagens dos abusos levam à prisão de estupradores e exploradores de crianças e adolescentes”, acrescenta Tavares. 

    “Sabemos que do ponto de vista das vítimas não é fácil romper a barreira do silêncio. A denúncia em si é simples de fazer, mas ainda há muitas barreiras a serem superadas, especialmente a necessidade de um maior fortalecimento da rede de proteção, que não consegue dar assistência adequada às vítimas”, afirma a psicóloga Juliana Cunha, diretora da Safernet. 

    Como funciona a central da Safernet

    A Safernet é a primeira ONG do Brasil a estabelecer uma abordagem multissetorial para proteger os Direitos Humanos no ambiente digital. Em 2005, a Safernet criou e coordena desde então a Central Nacional de Denúncias de Violações contra Direitos Humanos na Internet, um hotline que recebe denúncias anônimas de usuários da rede sobre 10 tipos de crimes online.

    A SaferNet tem um convênio com o Ministério Público Federal. Entre 2006 e 2022, a Central de Denúncias recebeu e processou 1.973.116 denúncias anônimas de imagens de abuso e exploração sexual infantil, envolvendo 524.197 páginas (links) distintos (das quais 415.085 foram removidos pelas plataformas onde estavam hospedados). O total de denúncias de imagens de abuso e exploração sexual infanto-juvenil equivale a 42,5% das denúncias recebidas pela Safernet ao longo desses 17 anos.

    Toda imagem de abuso e exploração sexual infantil é o registro de uma violência real. O MPF analisa os links e pode tomar várias providências:

    • Havendo materialidade de crime federal, pode instaurar uma investigação criminal; 
    • Quando a atribuição é estadual, o MPF encaminha o caso ao MP local;
    • Arquiva a denúncia quando o link não é mais encontrado, ou quando os dados são insuficientes, inválidos ou não existem indícios suficientes de materialidade delitiva.

    Muitas vezes é necessário que a Polícia Federal investigue os casos também e é comum que denúncias da Safernet embasem operações policiais contra abusadores, como ocorreu recentemente no Mato Grosso do Sul. Concluída a investigação, é o MPF ou o MP estadual, a depender do caso, que define se houve crime e oferece a denúncia à Justiça, que abre ou não processo contra o acusado. 

    Não é pornografia infantil, é prova de crime!

    Como estas imagens e vídeos são registros de estupros e outras violências contra crianças e adolescentes, a Safernet defende que não se use mais a expressão “pornografia infantil”.

    Mundialmente é recomendado que a expressão “pornografia infantil” seja substituída por “imagens de abuso e exploração sexual infantil” ou “imagens de abusos contra crianças”. A Safernet evita ao máximo o uso da expressão “pornografia infantil” em suas publicações. 

    A pornografia legalizada pressupõe a participação livre e consentida dos atores ou pessoas maiores de idade filmadas ou fotografadas em atos sexuais consensuais. É essencial o consentimento para a filmagem de um ato sexual lícito, entre adultos. 

    A imagem de nudez e sexo envolvendo uma criança ou adolescente, por definição, não é consensual. No Brasil, é estupro qualquer ato sexual com menor de 14 anos. 

    O uso da expressão pornografia pressupõe também o consumo passivo do conteúdo, o que diminui a percepção da gravidade da posse e distribuição desse conteúdo. A SaferNet adverte que quem consome esse tipo de imagens é cúmplice do abuso e da exploração sexual infantil. A Interpol, por exemplo, fez campanha contra o uso da expressão “pornografia infantil”.

    No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente prevê como crime vender ou expor fotos e vídeos cenas de sexo explícito envolvendo crianças e adolescentes. Também é crime a divulgação dessas imagens por qualquer meio e a posse de arquivos desse tipo. 

    É possível realizar denúncias de páginas que contenham imagens de Abuso e Exploração Sexual de crianças e adolescentes na Central Nacional de Denúncias da Safernet Brasil. Em caso de suspeita de violência sexual contra crianças ou adolescentes, deve ser acionado o Disque 100.

    DISCOVER - A Safernet tem claro que a repressão policial não basta. “É preciso um esforço de toda a sociedade pela prevenção", afirma Tavares. Visando isso, a Safernet criou o projeto DISCOVER, o primeiro projeto brasileiro selecionado pelo fundo End Violence Against Children, (EVAC, Fim da Violência contra As Crianças), uma parceria global lançada pelo secretário geral da ONU em 2016”. 

    Entre várias frentes, como aumentar a conscientização da população sobre o abuso e a exploração sexual infantil, o DISCOVER também facilitará o acesso gratuito a pesquisadores e desenvolvedores a dados inéditos sobre violência e exploração de crianças e adolescentes na internet, provenientes da Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos, mantido pela Safernet desde 2006. 

    O objetivo é que o acesso controlado a certos dados permita que pesquisadores, universidades, institutos de pesquisa e parceiros selecionados tenham mais capacidade para desenvolver pesquisas e novas tecnologias para a prevenção e o enfrentamento ao abuso sexual infantil online.

  • SaferNet e o Ministério da Justiça juntam forças contra ataques às escolas

    / / Crimes na Web / Por admin / 2 anos 3 meses atrás
    A partir de hoje, 07/04/2023, Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola, qualquer cidadão pode acessar o canal exclusivo de denúncias disponibilizado no site do MJSP (https://www.gov.br/mj/pt-br/escolasegura) e reportar o endereço (URL) de conteúdos publicamente disponíveis na web com ameaças de ataque às escolas e a comunidade escolar. 

    A partir de hoje, 07/04/2023, Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola, qualquer cidadão pode acessar o canal exclusivo de denúncias disponibilizado no site do MJSP (https://www.gov.br/mj/pt-br/escolasegura) e reportar o endereço (URL) de conteúdos publicamente disponíveis na web com ameaças de ataque às escolas e a comunidade escolar. 

    A partir de hoje, 07/04/2023, Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola, qualquer cidadão pode acessar o canal exclusivo de denúncias disponibilizado no site do MJSP: https://www.gov.br/mj/pt-br/escolasegura e reportar o endereço (URL) de conteúdos publicamente disponíveis na web com ameaças de ataque às escolas e a comunidade escolar. 

    O processo é muito simples, rápido e seguro: basta copiar e colar o link no formulário anônimo e clicar em denunciar. É possível denunciar, por exemplo, sites, blogs, publicações em redes sociais e fóruns, perfis e outros conteúdos suspeitos. Não é exigida a identificação do denunciante. Todas as denúncias são anônimas e qualquer informação adicional deixada no campo de comentários será mantida sob sigilo.

    As URLs (links para conteúdos publicamente disponíveis na web) denunciadas através do formulário no site do MJSP serão automaticamente cruzadas com a base de dados da Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos, criada pela SaferNet Brasil e operada em parceria com o Ministério Público Federal (MPF). 

    Desde 2006, a SaferNet Brasil recebeu e processou 767.938 denúncias anônimas de Apologia e Incitação a crimes contra a Vida envolvendo 143.302 páginas (URLs) distintas, das quais 116.070 já foram removidas por violar a lei e/ou os termos de uso dos serviços e plataformas digitais. As evidências publicamente disponíveis serão coletadas automaticamente e analisadas por uma força-tarefa formada por 50 policiais do Laboratório de Operações Cibernéticas (CiberLab) da DIOP/SENASP.

    Histórico de operações

    Em 2012, a PF deflagrou a operação Intolerância, que prendeu dois extremistas nas vésperas de um ataque planejado contra estudantes de uma Universidade em Brasília.

    Em 2015, a PF deflagrou a operação Bravata, que cumpriu oito mandados de busca e apreensão e prendeu suspeitos de planejarem massacres em escolas. 

    Em ambos os casos, a Safernet Brasil colaborou com a PF fornecendo informações coletadas a partir de denúncias anônimas recebidas através do www.denuncie.org.br

    Educação e Prevenção

    A SaferNet Brasil destaca a importância de fortalecer as ações de educação e prevenção como estratégia prioritária para o enfrentamento da radicalização juvenil e da violência nas escolas. Dentre as ações da instituição, destaca-se:

    I) A parceria da SaferNet com o Governo do Reino Unido no desenvolvimento de um caderno didático com uma disciplina de 40h/aula sobre Cidadania Digital para alunos dos 3 anos do ensino médio, além de também poder ser aplicada pelos professores nos anos finais (8° e 9°) do ensino fundamental. Em 2022 realizamos a aplicação piloto em três estados (PE, BA e DF) e a ideia é implementá-la em todo o país em 2023. 

    Os cinco módulos da disciplina podem ser aplicados de forma integral ou modular, de acordo com o calendário de cada instituição:

    Módulo 1: Bem-Estar e Saúde Emocional Online 

    Módulo 2: Segurança e Privacidade na Internet

    Módulo 3: Respeito e Empatia nas Redes

    Módulo 4: Relacionamentos Seguros Online

    Módulo 5: Cidadania Digital para Todos (propostas de intervenção sociocultural criadas por estudantes)

    Link para download do caderno didático: https://www.safernet.org.br/site/sites/default/files/Caderno_Eletiva_Cidadania_Digital_DAP22.pdf

    Link para cadastro de escolas públicas, privadas e secretarias de educação que querem aplicar a disciplina e receber apoio da Safenet: https://bit.ly/disciplina-cidadania-digital

    II) o projeto Cidadão Digital, criado em 2020, que leva jovens embaixadores treinados pela SaferNet para realizar atividades com alunos da rede pública em todo o país. Já foram realizadas 2.000 atividades em mais de 600 escolas e ONGs nas 27 unidades da federação. Trata-se de abordagem de educação entre pares, usando uma linguagem jovem e atividades que convidam os estudantes a se envolver nas temáticas.. Um curso de formação online com 25h inclui módulos sobre Respeito e Empatia Online, Saúde Mental e Bem-Estar e Desinformação. Além disso, há um banco de recursos gratuitos, com cartilhas e outros recursos na linguagem jovem que podem ser baixados por qualquer pessoa. Acesse: https://cidadaodigital.org.br/recursos.html

    III) curso de educação à distância oferecido gratuitamente para as Secretarias de Educação dos Estados e Municípios. Nos últimos anos o curso foi implantado em 15 UFs e já conta com mais de 100 mil educadores inscritos (veja https://ead.safernet.org.br). Dentre os 6 módulos disponíveis, destaca-se um sobre cyberbullying e outro sobre desinformação e educação midiática.

  • Denúncia da Safernet resulta em prisão, no MS, de homem que armazenava vídeos de crianças e adolescentes sofrendo violência sexual

    / / Crimes na Web / Por arthur / 2 anos 3 meses atrás
    Baseada em informações encaminhadas pela Safernet, organização não governamental que mantém a Central Nacional de Denúncias, a Polícia Federal deflagrou, na última quarta-feira (29/3), duas operações, com objetivo de combater pornografia infantil, em Dourados e em Chapadão do Sul, no Mato Grosso do Sul. Uma pessoa foi presa em flagrante.  Na ação deflagrada em Chapadão do Sul, a PF cumpriu um mandado de busca e apreensão e encontrou grande quantidade de vídeos e fotos de crianças sofrendo abusos sexuais, razão pelo qual o indivíduo investigado foi preso em flagrante.

    Baseada em informações encaminhadas pela Safernet, organização não governamental que mantém a Central Nacional de Denúncias, a Polícia Federal deflagrou, na última quarta-feira (29/3), duas operações, com objetivo de combater pornografia infantil, em Dourados e em Chapadão do Sul, no Mato Grosso do Sul. Uma pessoa foi presa em flagrante. 

    Na ação deflagrada em Chapadão do Sul, a PF cumpriu um mandado de busca e apreensão e encontrou grande quantidade de vídeos e fotos de crianças sofrendo abusos sexuais, razão pelo qual o indivíduo investigado foi preso em flagrante.

    Já em Dourados, foi cumprido outro mandado de busca e apreensão, a fim de arrecadar imagens de abuso sexual de crianças e adolescentes e as investigações continuam. 

    As investigações da PF tiveram início com o encaminhamento de informações fornecidas pela Safernet. A denúncia encaminhada pela ONG aponta a existência de um grupo criminoso nas redes sociais para a troca de vídeos e fotos de crianças sofrendo abusos sexuais.

    Em 2020, com a pandemia de covid-19 e o aumento de pessoas online, houve uma explosão de denúncias à Safernet de crimes envolvendo fotos e vídeos de violência sexual contra crianças e adolescentes e do uso comercial dessas imagens (abuso e exploração sexual infantil)_ com um aumento de 102,24% nas denúncias em relação à 2019. 

    Em 2021, o crescimento em relação à 2020 foi de 3,65%, com 101.833 denúncias. Em 2022, as denúncias tiveram aumento de 9,91%, totalizando 111.929 denúncias. Confira os dados e a análise da Safernet aqui

    Em nota, a Polícia Federal informou que casos semelhantes estão se tornando frequentes e alerta pais e responsáveis para que permaneçam atentos às atividades online de seus filhos na internet. 

    A Central Nacional de Denúncias mantida pela Safernet tem convênio com o Ministério Público Federal, que até 21/3 deste ano instaurou 117 procedimentos investigatórios criminais para investigar crimes envolvendo imagens de abuso e violência sexual e a exploração sexual de crianças e adolescentes. O número representa 18,3% do total de 640 investigações abertas em 2022. 

    Para o presidente da Safernet, Thiago Tavares, é fundamental que a sociedade continue denunciando pela central da Safernet. “O processo é simples, rápido, seguro e completamente anônimo, basta copiar e colar o link para o conteúdo ilegal no formulário disponível no site www.denuncie.org.br e clicar em denunciar, sem riscos”, afirma. 

    D.I.S.C.O.V.E.R - Contudo, a Safernet tem claro que a repressão policial apenas não basta. “É preciso um esforço de toda a sociedade pela prevenção. Visando isso, a Safernet criou o projeto D.I.S.C.O.V.E.R, o primeiro projeto brasileiro selecionado pelo fundo End Violence Against Children,EVAC (Fim da Violência contra As Crianças), uma parceria global lançada pelo secretário geral da ONU em 2016”. 

    Entre várias frentes, como aumentar a conscientização da população sobre o abuso e a exploração sexual infantil, o D.I.S.C.O.V.E.R. também facilitará o acesso gratuito a pesquisadores e desenvolvedores a dados inéditos sobre violência e exploração de crianças e adolescentes na internet, provenientes do Canal de Denúncias em Crimes Cibernéticos (CND - www.denuncie.org.br ), mantido pela Safernet desde 2006. 

    O objetivo é que o acesso controlado a certos dados permita que pesquisadores, universidades, institutos de pesquisa e parceiros selecionados tenham mais capacidade para desenvolver pesquisas e novas tecnologias para a prevenção e o combate ao abuso sexual infantil online.

  • Denúncias de crimes de discurso de ódio e de imagens de abuso sexual infantil na internet têm crescimento em 2022

    / / Crimes na Web / Por admin / 2 anos 5 meses atrás
    As denúncias de crimes envolvendo discurso de ódio na internet recebidas pela Central Nacional de Denúncias (CND) da Safernet tiveram em 2022 um crescimento de 67,7% em relação a 2021. Os crimes de ódio que tiveram o maior aumento de denúncias em 2022 foram a xenofobia, aumento de 874%, seguido de intolerância religiosa (456%) e misoginia (251%).  Os dados da CND estão sendo divulgados hoje (7/2), no evento principal do Dia da Internet Segura, em São Paulo. 

    As denúncias de crimes envolvendo discurso de ódio na internet recebidas pela Central Nacional de Denúncias (CND) da Safernet tiveram em 2022 um crescimento de 67,7% em relação a 2021. Os crimes de ódio que tiveram o maior aumento de denúncias em 2022 foram a xenofobia, aumento de 874%, seguido de intolerância religiosa (456%) e misoginia (251%). 

    Os dados da CND estão sendo divulgados hoje (7/2), no evento principal do Dia da Internet Segura, em São Paulo. 

    2022 foi o terceiro ano eleitoral consecutivo em que os crimes de discurso de ódio apresentaram crescimento em relação ao ano anterior. Essa tendência vem sendo observada pela Safernet desde 2018. 

    Já as denúncias relacionadas ao armazenamento, divulgação e produção de imagens de abuso e exploração sexual infantil ultrapassaram pelo segundo ano consecutivo a casa de 100 mil denúncias, o que não ocorria desde 2011. Foram 111.929 denúncias de “pornografia infantil*” em 2022, contra 101.833 em 2021, um aumento de 9,9%. 

    A Central Nacional de Denúncias surgiu em 2006 e foi criada justamente pela Safernet para ajudar a população a denunciar crimes envolvendo abuso e exploração sexual infantil na internet. Em 2022, a Safernet foi a primeira organização brasileira a vencer um edital e a receber recursos do fundo internacional End Violence Against Children (Fim da Violência Contra as Crianças) para implementar e aplicar o projeto D.I.S.C.O.V.E.R, para o desenvolvimento de tecnologias de prevenção e combate ao abuso sexual infantil online.

    “O combate à difusão de imagens de abuso e exploração sexual infantil é um eterno enxugar de gelo. Essa luta exige o desenvolvimento de inteligência que impeça que o abuso ocorra e que caia a produção desse tipo de imagens. Um dos maiores focos do D.I.S.C.O.V.E.R. é justamente a prevenção”, afirma Thiago Tavares, diretor-presidente da Safernet.

    A Central Nacional de Denúncias recebe denúncias de 10 crimes. Além de 7 crimes de discurso de ódio e aqueles envolvendo imagens de abuso e exploração sexual infantil, a Safernet recebe denúncias de maus tratos contra animais e tráfico de pessoas na internet. Neste bloco, destacou-se o aumento de 266% de denúncias relacionadas ao tráfico de pessoas na web. Em 2022 foram 1194 denúncias desse crime contra 326 em 2021. 

    Dos 10 crimes denunciados à Safernet, o único que não apresentou crescimento em 2022 foi o neonazismo. Em 2022 houve uma queda de 81,6% no número de denúncias em relação a 2021. 

    “Essa redução significa que boa parte da atividade das células neonazistas no Brasil migrou da web aberta para ambientes mais fechados, como aplicativos de troca de mensagens e fóruns na deep web", explica Thiago Tavares, diretor-presidente da Safernet. 

    Veja a tabela completa de dados da Central Nacional de Denúncias aqui:

    https://docs.google.com/spreadsheets/d/1QVeMKdRAgyHLvOCkKWwPWjij9_JRmEgxkRN13mHtUd4/edit?usp=sharing

    Canal de Ajuda teve aumento de pedidos de ajuda relacionados à imagens de abuso sexual

    O Helpline, Canal de Ajuda da Safernet, registrou uma estabilidade nos 5 tópicos que mais fizeram usuários da internet buscar a orientação da ONG. 

    Problemas com dados pessoais ficou em primeiro lugar, com 264 atendimentos, seguido de perto de exposição de imagens íntimas (255). Em terceiro, fraudes e golpes (168). Completam a lista cyberbullying (139) e saúde mental nas redes (122). 

    Chamou a atenção em 2022 o número de pessoas pedindo orientação sobre como proceder em relação a imagens de abuso e exploração sexual infantil. 

    Foram 102 atendimentos dessa natureza em 2022, contra 59 em 2021, um crescimento de 72,8%. A maioria das pessoas pedindo orientação havia recebido imagens de crianças e pré-adolescentes em poses sexualizadas, divulgadas por influencers com o intuito de denunciar a conduta, o que não é recomendável.

    “O intuito pode ser nobre, mas todas as cartilhas sobre como agir quando se deparar com uma imagem de abuso sexual infantil indicam que esse conteúdo jamais deve ser compartilhado. O link da postagem deve ser salvo e o conteúdo denunciado, mas compartilhar, jamais, isso expõe e revitimiza as vítimas deste tipo de crime”, explica Juliana Cunha, diretora de projetos especiais da Safernet. 

    * Seguindo orientação da End Violence Against Children (ONU), a Safernet não utiliza mais “pornografia infantil”. Saiba os motivos:https://new.safernet.org.br/content/denuncias-de-imagens-de-abuso-sexual-contra-criancas-e-adolescentes-aumentam-9-em-2022

  • Denúncias de imagens de abuso sexual contra crianças e adolescentes aumentam 9% em 2022, aponta Safernet

    / / Crimes na Web / Por admin / 2 anos 8 meses atrás
    O total de denúncias de “pornografia infantil” recebido entre janeiro e outubro de 2022, pela Central Nacional de Denúncias ( www.denuncie.org.br ), mantida pela ONG Safernet, aumentou 9% em relação ao mesmo período do ano passado.  Entre 1º de janeiro e 31 de outubro de 2022, a Safernet recebeu 96423 denúncias de pornografia infantil contra 88457 no mesmo período do ano anterior. 

    O total de denúncias de “pornografia infantil” recebido entre janeiro e outubro de 2022, pela Central Nacional de Denúncias ( www.denuncie.org.br ), mantida pela ONG Safernet, aumentou 9% em relação ao mesmo período do ano passado. 

    Entre 1º de janeiro e 31 de outubro de 2022, a Safernet recebeu 96423 denúncias de pornografia infantil contra 88457 no mesmo período do ano anterior. 

    A Safernet está divulgando os dados neste mês de novembro para chamar a atenção para o Dia Mundial de Prevenção e Reparação ao Abuso e à Exploração Sexual Infantil que deve ser celebrado anualmente dia 18 de novembro. A data foi estabelecida pela Assembleia Geral da ONU no último dia 7 de novembro, ao aprovar a resolução proposta pelos governos de Serra Leoa e Nigéria.

    Segundo o fundo End Violence Against Children (Fim da Violência contra As Crianças), uma parceria global lançada pelo secretário geral da ONU em 2016, a data, cuja hashtag será#Nov18WorldDay , apresenta uma oportunidade de “reconhecer a terrível magnitude da violência sexual contra crianças, ampliar o apoio aos sobreviventes e convocar coletivamente lideranças em todos os lugares para se comprometerem com mudanças duradouras em todo o mundo”.

    Desde sua fundação, em 2005, a Safernet promove o combate ao abuso e à exploração sexual infantil na internet e desde 2006 mantém a Central Nacional de Denúncias, que tem parceria com o Ministério Público Federal e outras autoridades. 

    Desde 2011, as denúncias de pornografia infantil não ultrapassavam 90 mil por ano. Contudo, ao longo de todo o ano de 2020 a central recebeu mais de 98 mil denúncias e, em 2021, mais de 101 mil denúncias. O total de denúncias de 2022 será divulgado em fevereiro de 2023, durante o Dia Mundial da Internet Segura. 

    1 em cada 8 sofreram abuso

    Segundo o End Violence, um em cada oito adultos relatam terem sofrido abuso sexual quando crianças. O fundo global financia projetos pelo mundo que usam inovação e criatividade no combate ao abuso e à exploração sexual infantil. 

    Em maio deste ano, a iniciativa Safe Online da End Violence anunciou que o projeto D.I.S.C.O.V.E.R, da Safernet, foi um dos 18 contemplados com recursos pelos próximos dois anos. Foi a primeira vez que uma organização brasileira foi escolhida. 

    O projeto D.I.S.C.O.V.E.R., facilitará o acesso gratuito a pesquisadores e desenvolvedores a dados inéditos sobre violência e exploração de crianças e adolescentes na internet, provenientes do Canal de Denúncias em Crimes Cibernéticos (CND - www.denuncie.org.br ), mantido pela Safernet desde 2006. 

    O acesso aos dados, em ambiente seguro e controlado, permitirá que pesquisadores, universidades, institutos de pesquisa e parceiros selecionados tenham mais capacidade para desenvolver pesquisas e novas tecnologias para a prevenção e o combate ao abuso sexual infantil online. 

    O D.I.S.C.O.V.E.R. terá três etapas. Na primeira delas será desenvolvida uma API segura (interface de conexão entre programas), que permitirá acesso controlado a um conjunto de dados com curadoria de textos, metadados e palavras-chave, coletados a partir de páginas denunciadas com conteúdos de violência e exploração sexual online. Simultâneamente, o projeto terá também uma sandbox (ambiente de testes) para desenvolvedores. Por fim, a SaferNet organizará uma hackaton (maratona de desenvolvimento) nacional para engajar comunidades de desenvolvedores para a criação de soluções inovadoras para o combate de violência sexual online.

    O projeto terá a duração de dois anos e a expectativa é de que possa promover o fortalecimento das estratégias de prevenção e combate à violência e exploração sexual de crianças e adolescentes no Brasil e em outros países de língua portuguesa, preenchendo a lacuna da falta de conjuntos de dados de qualidade sobre esses crimes na língua portuguesa. 

    A Safernet não usará mais a expressão “pornografia infantil”

    Mundialmente é recomendado que a expressão “pornografia infantil” seja substituída por “imagens de abuso e exploração sexual infantil” ou “imagens de abusos contra crianças”. A partir das divulgações relacionadas a este primeiro 18 de novembro, a Safernet não usará mais a expressão em suas novas publicações. 

    A pornografia legalizada pressupõe a participação livre e voluntária dos atores ou pessoas maiores de idade filmadas ou fotografadas em atos sexuais consensuais. 

    A imagem de nudez e sexo envolvendo uma criança ou adolescente, por definição, não é consensual. Logo, não se trata de pornografia, mas de imagens de crianças e adolescentes sendo sexualmente abusadas e exploradas. 

    A organização inglesa Internet Watch Foundation, por exemplo, fez campanha contra o uso da expressão “pornografia infantil”. “Pornografia infantil implicaria consentimento, mas crianças não podem ser cúmplices do próprio abuso”, afirma a entidade. 

    O uso da expressão pornografia pressupõe também o consumo passivo do conteúdo, o que diminui a percepção da gravidade da posse e distribuição desse conteúdo. A Safernet adverte que quem consome esse tipo de imagens é cúmplice do abuso e da exploração sexual infantil. 

    No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente prevê como crime vender ou expor fotos e vídeos cenas de sexo explícito envolvendo crianças e adolescentes. Também é crime a divulgação dessas imagens por qualquer meio e a posse de arquivos desse tipo. 

    É possível realizar denúncias de páginas que contenham imagens de Abuso e Exploração Sexual de crianças e adolescentes na Central Nacional de Denúncias da Safernet Brasil. Em caso de suspeita de violência sexual contra crianças ou adolescentes, deve ser acionado o Disque 100.

    Mais informações:

    Marcelo Oliveira

    Assessor de Imprensa

    Safernet Brasil

    11-98100-9521 

  • Safernet: denúncias de xenofobia na internet explodem após 1º turno das eleições

    / / Crimes na Web / Por admin / 2 anos 9 meses atrás

    No domingo, após a apuração da eleição, que mostrou ampla vitória do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva no nordeste, a internet amanheceu com xingamentos e ataques de toda espécie a nordestinos, alguns inclusive sugerindo a separação do sul e sudeste do restante do país, de forma semelhante a ataques ocorridos quando Dilma Roussef venceu Aécio Neves nas eleições de 2014, também com apoio maciço dos brasileiros do nordeste. 

    Essa enxurrada de preconceito se refletiu nos números de denúncias recebidas pela Safernet (ONG referência na proteção de direitos humanos na rede, que desde 2006 mantém uma central nacional de denúncias conveniada com o Ministério Público Federal) que recebe denúncias de diferentes tipos de crime, sete deles envolvendo discurso de ódio, como a xenofobia. 

    Nesta última segunda-feira, dia 3 de outubro, dia seguinte ao primeiro turno, a Safernet recebeu 348 denúncias de xenofobia, sendo 232 delas links únicos. No dia da eleição, 2 de outubro, a organização havia recebido 10 denúncias, 9 únicas e uma duplicada. 

    No dia 5 de setembro, primeira segunda-feira do mês passado, a Safernet não recebeu nenhuma denúncia de xenofobia. No dia 4, primeiro domingo de setembro, a ONG havia recebido somente 2 denúncias. 

    Quando os dados 2 e 3 de outubro de 2022 são comparados aos do primeiro domingo e primeira segunda-feira de outubro do ano passado, o salto é gigantesco, pois no dia 3 de outubro de 2021 (domingo), a Safernet não recebeu denúncias de xenofobia e, no dia 4, apenas uma denúncia. 

    Incitar discriminação a nordestinos ou a pessoas procedentes de qualquer outra região do país (ou estrangeiros) é crime. Quando o crime ocorre nas redes sociais, o crime torna-se qualificado e a pena, que é de reclusão de 1 a 3 anos, mais multa, passa para reclusão de 2 a 5 anos, mais multa. 

    O crime de xenofobia praticado na internet, segundo a jurisprudência do STJ, é atribuição da Justiça Federal. 

    Crimes de ódio crescem em anos eleitorais

    Os crimes de ódio na internet, como a xenofobia, têm registrado, desde 2018, aumento em anos eleitorais em relação ao ano anterior. A Safernet notou aumento de denúncias em sua central em 2018 e 2020 em relação à 2017 e 2019. No primeiro semestre de 2022, todos os 7 crimes de ódio os quais a Safernet recebe denúncias registraram aumento em relação ao mesmo período do ano anterior. 

    A xenofobia pode ter consequências judiciais e repercutir na vida de quem comete o crime. Em outubro de 2010, após Dilma Rousseff vencer José Serra e tornar-se a primeira mulher presidente do Brasil, com expressiva votação no nordeste, uma universitária tuitou que “nordestino não é gente”. A jovem foi denunciada e condenada a um 1 ano, cinco meses e 15 dias de prisão, convertidos em multa e prestação de serviços comunitários. A jovem também perdeu o emprego e teve que mudar de cidade. 

    A Safernet defende eleições sem discurso de ódio e mantém, com apoio da Google Foundation o programa Saferlab de contranarrativas a esse discurso. Os jovens criadores ligados ao programa, sob a supervisão da Safernet, criaram, além de inúmeros materiais nas redes sociais da ONG sobre o tema, a cartilha Eleições Sem Ódio, sobre formas criativas de combate à desinformação e ao discurso de ódio. 

    Sobre a Safernet

    A Safernet é a primeira ONG do Brasil a estabelecer uma abordagem multissetorial para proteger os Direitos Humanos no ambiente digital. Fundada em 2005. A Safernet criou e mantém a Central Nacional de Denúncias de Violações contra Direitos Humanos (Hotline) ( https://new.safernet.org.br/denuncie ), o Canal Nacional de Apoio e Orientação sobre Segurança na Internet (Helpline) ( https://new.safernet.org.br/helpline ) e ações de conscientização sobre uso cidadão da Internet. São 16 anos de experiência na entrega de projetos inovadores com enorme impacto social, incluindo programas de capacitação para educadores, adolescentes, jovens e formuladores de políticas públicas no Brasil. Desde 2009, a Safernet coordena o Dia Mundial da Internet Segura no Brasil e, em 2013, a SaferNet foi homenageada com o Prêmio Nacional de Direitos Humanos, concedido pela Presidência da República do Brasil. Mais informações: https://www.safernet.org.br/ 

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