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  • Ministério dos Direitos Humanos reinicia os trabalhos do Comitê de Educação e Cultura em Direitos Humanos

    / / Segurança Digital / Por marcelo / 3 dias 1 hora atrás

    O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania reiniciou os trabalhos do Comitê Nacional de Educação e Cultura em Direitos Humanos (CNEDH), na última quinta-feira (28/11), em solenidade com a presença da ministra Macaé Evaristo. 

     

    Em seguida, foi realizada a primeira reunião da atual composição do colegiado. O comitê foi criado em 2003 e havia sido interrompido na gestão anterior do governo federal.

     

    A SaferNet integra o comitê na atual gestão como representante eleita da sociedade civil. Na atual gestão, conforme o decreto presidencial de dezembro de 2023, o comitê ampliou suas atribuições e passou a chamar-se Comitê Nacional de Educação e Cultura em Direitos Humanos. 

     

    Integrará o comitê, pela SaferNet, o gerente de projetos de Educação da ONG, Guilherme Alves. Sua suplente será a psicóloga Bianca Orrico, que atua na área de Educação da ONG e também no canal de ajuda da instituição. Ambos estiveram presentes na sessão de reinauguração do comitê. 

     

    Na divisão de trabalho estabelecida pelo comitê na reunião, a SaferNet está nos grupos de trabalho de Educação Básica e de Mídia e Cidadania Digital, que terão como primeira atribuição a atualização do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos, lançado em 2006. 

     

    “Foram dois dias muito produtivos. É incrível poder trabalhar ao lado de gente que está na luta pelos direitos humanos no Brasill há 20, 30, 40 anos, além de também estar ao lado de organizações mais jovens. Conversamos com quem construiu o primeiro plano lá em 2003 e vemos que existe muita sinergia no grupo nos desafios para tratar de direitos humanos hoje. Nosso papel na atualização do Plano será o de incluir os ambientes digitais na discussão, entendendo que, hoje, não é possível falar em direitos humanos sem incluir tópicos de uso seguro e consciente das tecnologias, como discurso de ódio online, ciberbullying e circulação de conteúdos extremistas e violentos. Esses são temas que ganharam mais importância nos últimos anos e não estavam incluídos na primeira versão do plano”, afirmou Guilherme sobre os dias de trabalho em Brasília com o Comitê.

     

    Responsável por subsidiar a formulação, a implementação, o monitoramento e a avaliação de políticas públicas de Educação em Direitos Humanos (EDH), o colegiado tem função central na consolidação da Política Nacional de Direitos Humanos. 

     

    “O Brasil é pioneiro, porque o programa, criado em 1996, é o terceiro do mundo e da América Latina”, recorda Maria Nazaré Tavares Zenaide, da Rede Brasileira de Educação em Direitos Humanos (ReBEDH), que atua no comitê desde 2003.

     

    Letícia Cesarino, chefe da Assessoria Especial de Educação e Cultura em Direitos Humanos do MDHC, ressaltou que a restauração do colegiado é uma demonstração do compromisso do Ministério com a pauta. 

     

    “Esse é um dos nossos sonhos da atual gestão, recuperando a participação social no âmbito da educação e direitos humanos". Letícia acrescentou que a pasta atuará na proposição e no apoio à implementação das diretrizes nacionais e na articulação das ações de capacitação de agentes públicos em direitos humanos.

     

    Sobre a SaferNet

     

    A Safernet existe desde 2005 e tornou-se a ONG brasileira de referência na promoção dos direitos humanos na internet. Com uma abordagem multissetorial, atua no combate a crimes cibernéticos contra os Direitos Humanos, no acolhimento de vítimas de violência online e em programas de educação, prevenção e conscientização. A Safernet mantém a Central Nacional de Denúncias, conveniada ao Ministério Público Federal e o Canal de Ajuda, o Helpline, para vítimas de violência e outros problemas online. A Safernet promove o uso seguro da internet com projetos educacionais como a Disciplina de Cidadania Digital e o programa Cidadão Digital.

     

    Texto publicado em 02/12/2024

     

    Safernet Brasil
    Assessoria de Imprensa
    Marcelo Oliveira
    11-98100-9521

     

  • Cidadania Digital com tempero de esperança na zona leste de SP

    / / Comportamento Online / Por marcelo / 1 semana 1 dia atrás

    Saiba um pouco mais sobre como é uma atividade do Cidadão Digital, da SaferNet

    Era para ser uma atividade de 50 minutos do programa Cidadão Digital, da SaferNet e da Meta, sobre uso ético, seguro e responsável da internet, no Centro para Crianças e Adolescentes (CCA) Sítio da Casa Pintada, na região de São Miguel Paulista, na zona leste de São Paulo, mas o conteúdo apresentado pela embaixadora Julia Fernandes, de 18 anos, proporcionou também alguns minutos de sonho para cerca de 80 crianças e adolescentes que frequentam o local no contraturno da escola.

    Os CCAs atendem crianças e adolescentes dos 6 anos aos 14 anos e 11 meses e são mantidos pela Secretaria de Desenvolvimento e Assistência Social. O do Sítio da Casa Pintada recebe 180 crianças, 90 em cada turno. “Muitas delas são crianças em situação de vulnerabilidade e algumas vêm com indicação de serviços de saúde mental, vara da infância, etc”, explica a gerente de serviço da unidade, Tayanne Araújo de Melo, da Moca, organização da sociedade civil que administra esse CCA.

    O Cidadão Digital foi convidado para realizar uma atividade no CCA Sítio da Casa Pintada pela psicóloga Rosimeire Rossi Ramos, no âmbito do projeto Assistência Social Q-Previne. Um dos objetivos dos CCA é justamente fortalecer vínculos entre as crianças e adolescentes e melhorar a convivência deles com a família e outros jovens.

    “A frequência no CCA é uma escolha da família e muitos pais nos procuram justamente para tirar as crianças, no tempo ocioso do contraturno, das ruas ou justamente das telas. Muitos são tímidos e se expressam mal e com o tempo observamos melhoras”, explica Tayanne.

    O tempo de uso de telas foi justamente um dos temas abordados por Julia nas quatro atividades realizadas no CCA. Uma delas para crianças de 6 a 8 anos e três delas para adolescentes de 12 a 14 anos. As quatro atividades beneficiaram cerca de 80 frequentadores da unidade.

    Na primeira turma da tarde, o debate sobre o uso excessivo de celular foi intenso e um adolescente contou que pega o celular depois que a mãe dorme e outros admitiram que não desligam mesmo depois de usar o aparelho, pois ficam pensando nas consequências de seus atos online.

    Alguns jovens citaram que a família utiliza aplicativos de controle do tempo de uso do celular e outros admitiram soluções bem mais simples. “Se deu 10 horas e não estamos na cama, a mãe desliga a internet”, contou um aluno.

    Quando o assunto foi cyberbullying, oito dos alunos disseram que já testemunharam bullying e dois admitiram que já pegaram pesado com amigos, mas que pediram desculpas. Na outra turma, dos 19 alunos, 14 admitiram já ter feito bullying.

    O grupo também recebeu informações sobre como denunciar crimes na internet, como ajudar pessoas vivendo perigos na rede e a como registrar provas de assédio e outros crimes contra a intimidade.

    Júlia também contou um pouco de sua experiência nas redes e seu trabalho no projeto Imprensa Jovem, que a levou a escolher uma futura carreira no jornalismo (ela conclui o ensino médio este ano).

    Estes projetos chamaram a atenção da direção da SaferNet, que a convidou para participar do G20 Social, no Rio de Janeiro, e do Safer Internet Forum, em Bruxelas, nesse mês de novembro, e a fazer aulas de reforço de inglês pagas pela ONG para que ela pudesse apresentar conteúdos e participar dos debates no evento realizado pela União Europeia. Em novembro, ela foi confirmada como uma das novas embaixadoras do Cidadão Digital.

    Em todas as quatro turmas de que participou Julia foi aplaudida pelas crianças e adolescentes quando contou que foi para a Europa representar jovens brasileiros. “Fala europeu, tia”, disse um menino. Outro perguntou se ela conheceu algum jogador de futebol.

    Segundo Julia, ela pretende levar não apenas conteúdos sobre uso seguro e responsável da internet, mas também “mostrar que um outro futuro é possível” e que não devemos esquecer de onde viemos.

    “A SaferNet nos permite fazer isso. A gente compartilha conhecimento, a gente compartilha esperança e a gente compartilha a nossa vida que tá sendo transformada dia após dia com as oportunidades que eles oferecem pra gente e para a juventude”, disse.

    Durante a viagem à Bélgica, Julia fez questão de posar com uma faixa escrito “Jardim Marilu”, nome do bairro onde mora, no extremo da zona leste paulistana. E é assim, levando um pouco de si para o mundo que ela mostrou para crianças e adolescentes informações importantes sobre o uso da internet, mas também um pouco de esperança.

    Sobre a SaferNet

    A SaferNet existe desde 2005 e tornou-se a ONG brasileira de referência na promoção dos direitos humanos na internet. Com uma abordagem multissetorial, atua no combate a crimes cibernéticos contra os Direitos Humanos, no acolhimento de vítimas de violência online e em programas de educação, prevenção e conscientização. A SaferNet mantém a Central Nacional de Denúncias, conveniada ao Ministério Público Federal e o Canal de Ajuda, o Helpline, para vítimas de violência e outros problemas online. A SaferNet promove o uso seguro da internet com projetos educacionais como a Disciplina de Cidadania Digital e o programa Cidadão Digital.

    Texto publicado em 26/11/2024

    SaferNet Brasil

    Assessoria de Imprensa
    Marcelo Oliveira
    11-98100-9521

  • Cidadão Digital renova equipe de embaixadoras para quinta edição do programa

    / / Segurança Digital / Por marcelo / 1 semana 3 dias atrás

    Na edição 2024/2025, o programa buscará fortalecer as políticas de educação para cidadania digital e vai atender jovens do ensino fundamental II ao superior

    A SaferNet Brasil concluiu a seleção e terá três estudantes como embaixadoras do programa Cidadão Digital, que está iniciando neste mês de novembro sua edição 2024/25, a quinta desde o início do projeto, que tem apoio da Meta. 

    O Cidadão Digital é um programa de educação entre pares em temas relacionados à cidadania digital criado em 2020. Nesta edição, jovens de 18 a 24 anos serão treinados para conduzir atividades para ajudar outros jovens a terem melhores experiências digitais. 

    Os temas das atividades são definidos pela escola junto com a Safernet dentre quatro eixos temáticos pré-definidos:

    • Segurança, privacidade, criptografia e reputação online;
    • Respeito, empatia e relações seguras na internet;
    • Bem-estar e saúde emocional online;
    • Educação midiática e combate à desinformação.

    Nas quatro edições anteriores, 59 jovens, de todos os estados brasileiros, foram selecionados como embaixadores e co-criaram com a SaferNet 2125 atividades educacionais que beneficiaram 215 mil jovens e adolescentes e 70 mil educadores pelo país. 

    Este ano, o programa passou por uma grande renovação. “Nós teremos embaixadoras jovens, as mais jovens de todas as edições, a Júlia, por exemplo, está ainda no ensino médio. A gente está dando mais atenção para ações na região norte, que é uma região que traz muitos desafios de conectividade e é importante que a gente possa oferecer atividades continuadas na região. E com uma embaixadora em Belém já estamos articulando com escolas e outras organizações para realizar atividades por lá até abril do ano que vem, quando termina essa edição do projeto”, afirma Juliana Cunha, diretora da SaferNet Brasil. 

    Ivaneza Ferreira Sousa, 21 anos, Pará

    Natural da comunidade de Pedreira, no município de Moju, no Pará, Ivaneza atualmente vive em Belém, mas não deixa de mencionar em seguida que é uma mulher negra, ribeirinha, do “médio Rio Moju”. Ela estuda Ciências Sociais na Universidade Federal do Pará (UFPA). 

    “Minha trajetória é marcada pelo engajamento em causas sociais, políticas e ambientais e pela promoção da educação política e debates sobre cidadania, democracia e participação social”, afirmou.

    No Cidadão Digital, Ivaniza quer ampliar a inclusão digital e o acesso à informação em comunidades ribeirinhas e periféricas. “Quero promover o empoderamento das populações tradicionais, conectando suas vozes e demandas com o mundo digital”.

    Julia Fernandes, 18 anos, São Paulo

    Natural de São Paulo, Julia está concluindo o Ensino Médio e mora no extremo leste da Capital e atua com produções jornalísticas autorais desde os 15 anos, fazendo documentários e reportagens sobre temas normalmente invisibilizados pela grande mídia. 

    Esses registros são publicados no projeto “LiaComunica”, no Instagram e no Tiktok - que atualmente conta com mais de 1 milhão e meio de visualizações e mais de 300 mil curtidas.

    No Cidadão Digital, Julia “gostaria de motivar os jovens sobre o direito que todos possuímos em relação à expressão, liberdade e transformação dos nossos territórios - principalmente através da internet que, atualmente, nos possibilita alcançar qualquer parte do mundo”. 

    Luana Lira, 21 anos, Minas Gerais

    Estudante de jornalismo na UFMG, Luana começou a se envolver com ativismo aos 16 anos, quando tornou-se líder de um clube Girl Up na escola técnica em que estudava em São Paulo, onde nasceu e morava. “Com o clube, publicamos o Meninas que Escrevem, um livro escrito por meninas do Brasil todo com o intuito de mostrar a força da literatura jovem”, conta. 

    Depois disso, Luana seguiu envolvida “em ações que defendem o poder da juventude, porque acredito que não somos apenas o futuro, já somos o presente!”

    No Cidadão Digital, Luana afirma que deseja “plantar uma semente nos jovens com quem eu tiver contato, ajudando-os a entenderem que o mundo digital não é uma terra sem lei para ninguém, afinal existem deveres e direitos para todos que vivem nele”.

    Participação social 

    Na sua quarta edição, o Cidadão Digital fortaleceu significativamente a rede de participação jovem e a agenda de políticas públicas para jovens por meio da participação em todas as etapas da 4a Conferência Nacional da Juventude, levando a este espaço de participação social um reflexo das várias realidades da diversidade regional brasileira com as quais o programa conviveu nos últimos quatro anos. Todo esse esforço culminou na eleição do ex-embaixador do programa, Gustavo Barreto, a uma das vagas da sociedade civil no Conselho Nacional da Juventude (Conjuve). 

    “Ocupar uma vaga no Conjuve é um marco importante na trajetória do Programa Cidadão Digital, que busca engajar jovens em temas de cidadania digital e apoiar políticas voltadas para o uso responsável e seguro da internet. Agora, temos a oportunidade de representar e atingir, cada vez mais, adolescentes e jovens que lidam com os desafios de uma era hiperconectada. É também uma chance de levar o debate sobre educação e cidadania digital para espaços importantes, onde são discutidas políticas de proteção e apoio às crianças, adolescentes e jovens”, afirma Barreto.

    “Ter um ex-embaixador no Conjuve abre novas oportunidades de debatermos educação e cidadania digital em organismos que discutem políticas de proteção de crianças e adolescentes e políticas para a juventude”, afirma Juliana Cunha.

    Para esta quinta edição, o foco é o fortalecimento de políticas para jovens relacionadas à cidadania digital e reforçar as redes de participação de jovens e adolescentes mobilizados. 

    O objetivo é fortalecer a participação e o protagonismo de jovens e adolescentes, fazendo-os se engajar nos temas que envolvem a juventude e a agenda educacional. 

    O CD 5 seguirá focando em engajar o sistema nacional da juventude e a rede pública de ensino, de modo a assegurar o envolvimento de jovens capacitados em discussões sobre cidadania digital e políticas públicas para jovens.

    Agenda pelo país

    Assim como nas edições anteriores do programa, o Cidadão Digital percorrerá escolas do país. E a turnê do programa não poderia ter começado de maneira melhor, com uma agenda realizada durante o G20 Social, no Rio de Janeiro, no Colégio Pedro II, no campus Realengo II, na zona oeste da capital fluminense. Veja como foi

    Na última sexta-feira (22), às 10h20, a diretora da Safernet, Juliana Cunha, apresentou a quinta edição do programa ao falar sobre Mediação Parental durante a 7ª Conferência Tecnologia e Infância, promovida pelo Ministério Público da Bahia. 

    E na próxima terça-feira (26), em São Paulo, pela manhã e à tarde, a SaferNet estará no Centro da Criança e do Adolescente (CCA) Sítio da Casa Pintada, mantido pela Prefeitura de São Paulo, na região de São Miguel Paulista, onde a embaixadora Júlia realizará três atividades do Cidadão Digital para estudantes que frequentam o CCA. 

    Se você deseja que a sua escola receba uma atividade do Cidadão Digital, preencha o formulário na página do projeto. Os temas das atividades a serem desenvolvidas são definidos pela escola com a equipe da Safernet.

    Sobre a SaferNet

    A Safernet existe desde 2005 e tornou-se a ONG brasileira de referência na promoção dos direitos humanos na internet. Com uma abordagem multissetorial, atua no combate a crimes cibernéticos contra os Direitos Humanos, no acolhimento de vítimas de violência online e em programas de educação, prevenção e conscientização. A Safernet mantém a Central Nacional de Denúncias, conveniada ao Ministério Público Federal e o Canal de Ajuda, o Helpline, para vítimas de violência e outros problemas online. A Safernet promove o uso seguro da internet com projetos educacionais como a Disciplina de Cidadania Digital e o programa Cidadão Digital.

    Texto publicado em 25/11/2024

    Safernet Brasil

    Assessoria de Imprensa

    Marcelo Oliveira

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  • Dia de atividades de estudantes do DF encerra Semana Brasileira de Educação Midiática

    / / Segurança Digital / Por marcelo / 3 semanas 6 dias atrás

    Jovens tiveram oficina com a SaferNet e visitaram a EBC e o Palácio do Planalto

    Estudantes da rede pública do Distrito Federal de uma escola parceira do projeto da Disciplina de Cidadania Digital, da SaferNet e do Governo do Reino Unido, participaram do dia de atividades chamado “Cidadania digital pelo olhar de adolescentes”, evento realizado pela ONG em parceria com o Ministério da Educação (MEC) e a Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República. O evento marcou o encerramento da 2ª Semana Brasileira de Educação Midiática (2 ªSBEM).  

     

    O dia de atividades começou com uma oficina prática de cidadania digital ministrada pela SaferNet Brasil no SesiLab, no centro de Brasília. O grupo de 32 estudantes foi convidado a refletir sobre a inserção do tema nos currículos e como as escolas podem apoiá-los no uso seguro das tecnologias. 

     

    Os estudantes são do Centro de Ensino Médio 04 (CEM04) de Sobradinho II. Em sala de aula, estudantes da escola tiveram acesso a conteúdos da Disciplina de Cidadania Digitalsobre o uso seguro e consciente de tecnologias nos quais foram abordados temas como bem-estar na internet, segurança digital, privacidade e proteção contra cyberbullying e discursos de ódio.  

     

    "A gente sabe que adolescentes usam muito intensivamente a internet. E, apesar de as pessoas acharem que eles sabem de tudo, na prática a gente vê que existem muitos desafios: desafio de acesso à informação de qualidade, de lidar com conteúdos e comportamentos violentos, uma série de conteúdos nocivos e o uso excessivo. Então discutir isso com eles é essencial e as escolas devem participar desse processo. E estamos muito felizes em ouvir os adolescentes e saber quais conteúdos mais relevantes (a disciplina pode trazer/apresentar) para a vida deles", afirmou Guilherme Alves, gerente de projetos de Educação da SaferNet Brasil, a respeito do dia de atividades.

     

    Até o momento, a Disciplina de Cidadania Digital já beneficiou mais de 40 mil estudantes. Os materiais da SaferNet foram utilizados em sala de aula por mais de 400 educadores, de 356 escolas, em 242 municípios de 19 unidades da federação. 

     

    Em seguida, os adolescentes fizeram uma visita guiada à sede da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), onde conheceram mais sobre o jornalismo público e a importância da educação midiática na produção e veiculação de informações. 

     

    Na EBC, a SaferNet visitou o estúdio da Rádio Nacional da Amazônia, onde participou do quadro papo-reto, no programa Nacional Jovem. A analista de projetos da área de Educação da SaferNet, Isabella Ferro, explicou como funciona a disciplina, apresentou seus números e respondeu questões sobre educação midiática e cidadania digital. 

     

    “A educação midiática dá ferramentas para a pessoa poder fazer uma leitura crítica da mídia. E quando falamos disso é, por exemplo, conseguir analisar de forma crítica, com calma, o que é verdade e não é no conjunto de informações que recebemos diariamente. E na SaferNet usamos o conceito de cidadania digital, que engloba segurança na internet e o uso das tecnologias de forma segura e saudável”, afirmou. 

     

    Todas as atividades com a presença de estudantes contaram com a presença de Bianca Orrico, psicóloga da SaferNet Brasil e ponto focal da política institucional da organização que prevê a proteção de crianças, adolescentes e adultos vulneráveis envolvidas em atividades da SaferNet, de modo a garantir um ambiente seguro e acolhedor para todos os estudantes nos espaços onde ocorreram as atividades.

     

    Conversa com o ministro

     

    O dia de atividades que encerrou a 2ª SBEMterminou com uma visita ao Palácio do Planalto, onde os estudantes encontraram-se com o ministro da Secom, Paulo Pimenta. “Estamos falando aqui sobre um tema que hoje está colocado não só no Brasil, mas no mundo inteiro”, afirmou aos estudantes.

     

    O ministro destacou, ainda, que os jovens convivem no cotidiano com a realidade das fake news, da desinformação, e que eles sabem o potencial nocivo que isso tem na sociedade. “E que muitas vezes pode levar o país a um desastre, ou a vida das pessoas a um desastre”, alertou.

     

    Pimenta observou, ainda, que se trata de um tema muito relevante para o Governo Federal e para o fortalecimento da democracia, além de ser uma causa importante para todos aqueles que querem encontrar uma forma de proteger a sociedade do discurso de ódio, da xenofobia, do racismo e da violência.

     

    “São inúmeros os casos e vocês devem ter tido essa oportunidade de debaterem, de discutirem, de conhecerem. Nós apostamos muito que esse trabalho de educação midiática possa servir para a criação de uma cultura, para que as pessoas tenham essa preocupação e não aceitem qualquer informação como verdadeira”, ressaltou Pimenta.

     

    O encontro contou ainda com a participação da embaixadora do Reino Unido no Brasil, Stephanie Al-Qaq. A Embaixada é parceria da Secom-PR e também da SaferNet. 

     

    Protagonismo dos estudantes

     

    Aluna do Centro de Ensino Médio 04 de Sobradinho, Isadora Helena Nascimento defendeu que reuniões e conversas como as da 2ª Semana Brasileira de Educação Midiática incluam a participação da comunidade estudantil. “Isso faz a gente se sentir parte realmente do movimento democrático do nosso país”, celebrou a jovem. “É muito importante que a gente aprenda a identificar veículos confiáveis para poder se embasar, para poder usar de referência nas pesquisas e trabalhos”, observou.

     

    A estudante paulista Júlia Teresa Fernandes, moradora de São Paulo e jovem embaixadora da SaferNet, também saudou a oportunidade dos jovens da periferia serem ouvidos e conhecerem diferentes realidades. “A gente falou sobre discurso de ódio, segurança na internet, privacidade. Muitas questões que, nós, jovens, que estamos conectados cada vez mais, vivemos diariamente. Hoje mostramos a nossa perspectiva diante disso, problemáticas e soluções na nossa visão”, salientou.

     

    A semana

     

    A 2ª SBEM foi uma realização da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom PR), em parceria com o Ministério da Educação (MEC), com a Unesco e apoio da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), além de parceiros da sociedade civil, incluindo a SaferNet Brasil. 

     

    Este ano o evento abordou o tema "Conectando territórios e diversidades" e teve uma agenda de atividades híbridas ligadas ao assunto ao longo da semana. O evento se integra à Media and Information Literacy Week 2024 da Unesco, consolidando a posição do Brasil no debate global sobre Alfabetização Midiática e Informacional.

     

    A programação contou com mesas de discussão, oficinas digitais de práticas de educação midiática, painéis sobre o papel da comunicação pública na promoção da educação midiática e sobre como identificar o jornalismo de qualidade, além de espaços de discussão com parceiros da França, Dinamarca e Reino Unido.

     

    Conteúdos da SaferNet

     

    A SaferNet é uma das organizações parceiras da Secomna semana e 43 materiais produzidos pela área de Educação da ONG integram dois repositórios de conteúdos e planos de aula sobre Educação Midiática. 

     

    O primeiro repositório tem seis temas e inclui a Disciplina de Cidadania Digital, desenvolvida pela SaferNet em parceria com o Governo do Reino Unido. Outros 14 conteúdos, como cartilhas e videoaulas produzidos pela SaferNet integram este repositório, que inclui materiais sobre educação midiática, desinformação, cidadania digital, cyber-resiliência, contranarrativas e discurso de ódio. 

     

    Este ano, um novo repositório foi criado, com quatro temas, e a SaferNet participa com 28 planos de aulas nos temas jornalismo nas escolas e direitos das crianças e dos adolescentes no ambiente digital. 

     

    Além disso, as transmissões das atividades podem ser assistidas no canal da Secom no YouTube.

     

    Cidadania

     

    Representando a participação da sociedade civil na construção da Semana, o diretor-presidente da SaferNet, Thiago Tavares, participou da abertura do evento. Ele definiu “cidadania” como a palavra-chave para a abertura da iniciativa. “Cidadania para uma educação inclusiva, em tempo integral, voltada ao respeito e à promoção aos direitos humanos e ao desenvolvimento das habilidades digitais necessárias para o século XXI, um período profundamente marcado pela digitalização”, complementou.

     

    “As ações desta semana coroam um esforço coletivo e voluntário, articulado pelo Poder Público e que envolve diversos atores da sociedade civil”, acrescentou.

     

    Confira o álbum de fotos do evento.

    Texto publicado em 07/11/2024 

  • SaferNet participa da 2ª Semana Brasileira de Educação Midiática

    / / Segurança Digital / Por marcelo / 1 mês 1 semana atrás

    A SaferNet participa ativamente da 2ª Semana Brasileira de Educação Midiática, organizada pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República, de 29 de outubro a 1º de novembro, em Brasília. Os eventos de 29 a 31 de outubro contarão com transmissão ao vivo.

    Este ano, o tema da semana é “Conectando diversidades e territórios”. Além de celebrar a diversidade brasileira, o mote levanta a questão sobre como diferentes realidades e contextos, desde os grandes centros urbanos até as comunidades tradicionais definem a nossa experiência com a informação nos meios digitais.

     

    Durante a semana serão debatidos temas como integridade da informação, jornalismo, mudanças climáticas e direitos no ambiente digital. Será uma oportunidade para promover a troca de saberes e experiências entre educadores, estudantes, ativistas e cidadãos de todo o país, fortalecendo uma educação midiática que respeite e valorize as vozes de todas as regiões.

     

    A SaferNet estará presente amanhã (29), às 14h, na abertura do evento, representada por seu presidente, Thiago Tavares.

     

    Conteúdos da SaferNet

     

    A SaferNet é uma das organizações parceiras da Secom na semana e 43 materiais produzidos pela área de Educação da ONG integram dois repositórios de conteúdos e planos de aula sobre Educação Midiática da Secom.

     

    O primeiro repositório tem seis temas e inclui a Disciplina de Cidadania Digital, desenvolvida pela SaferNet em parceria com o Governo do Reino Unido. Outros 14 conteúdos, como cartilhas e videoaulas produzidos pela SaferNet integram este repositório, que inclui materiais sobre educação midiática, desinformação, cidadania digital, cyber-resiliência, contranarrativas e discurso de ódio.

     

    Este ano, um novo repositório foi criado, com quatro temas, e a SaferNet participa com 28 planos de aulas nos temas jornalismo nas escolas e direitos das crianças e dos adolescentes no ambiente digital.

     

    Direitos e Cidadania Digital

     

    No dia 30, a partir das 11h, o assistente de projetos da SaferNet Gustavo Barreto, também membro do Conselho Nacional da Juventude, mediará a oficina digital sobre “Direitos e Cidadania Digital”, apresentando cases de educação midiática selecionados pela Secom e Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).

     

    Os cases são: Imprensa Surda; Projeto Juventude e Promoção da Saúde: Comunicação Comunitária para Literacia em Saúde no Território de Manguinhos; Opslab - Laboratório de Estudos e Observação em Publicidade, Comunicação e Sociedade; Colo - Coletivo de Jornalismo Infantojuvenil; Escola sem Fake News e RedeMiau - Mídias, Infâncias, Adolescências e Universidade.

     

    Oficina de Cidadania Digital para estudantes do DF

     

    Estudantes da rede pública do Distrito Federal participarão de um dia de atividades, denominado "Cidadania digital pelo olhar de adolescentes", no dia 1º de novembro, em Brasília.

     

    A iniciativa é uma correalização do Ministério da Educação (MEC), da Secom, da Embaixada do Reino Unido no Brasil e da SaferNet Brasil, e marca o encerramento da 2ª Semana Brasileira de Educação Midiática.

     

    Os estudantes convidados são do ensino médio do Centro de Ensino Médio 04 de Sobradinho II, escola que participou do projeto da Disciplina de Cidadania Digital, uma parceria da Safernet Brasil e do Governo do Reino Unido. Eles participaram de aulas sobre uso seguro e consciente das tecnologias, abordando temas como bem-estar na internet, segurança digital, privacidade e proteção contra ciberbullying e discursos de ódio, ministradas pela professora Aline Paixão.

     

    Aline é uma das quase 400 educadoras e educadores de todo o país que ministraram a disciplina de Cidadania Digital desde 2023. Até o momento, mais de 38 mil estudantes, de 339 escolas, em 232 municípios de 19 unidades da federação foram impactados pelo projeto.

     

    O dia de atividades iniciará com uma oficina prática de cidadania digital ministrada pela Safernet Brasil no SesiLab. Os estudantes serão convidados a refletir sobre a inserção do tema nos currículos e como as escolas podem apoiá-los no uso seguro das tecnologias. Em seguida, haverá uma visita guiada à sede da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), onde os estudantes poderão conhecer mais sobre o jornalismo público e a importância da educação midiática na produção e veiculação de informações. O dia será concluído com uma visita guiada ao Palácio do Planalto.

     

    Confira a programação completa da 2ª Semana Brasileira de Educação Midiática aqui .

     

    Texto publicado em 29/10/2024 

    SaferNet Brasil
    Assessoria de Imprensa
    Marcelo Oliveira
    <>11-98100-9521

  • Relatório da SaferNet revela que mais de 1 milhão de usuários do Telegram estão em grupos que vendem imagens de abuso sexual infantil

    / / Crimes na Web / Por marcelo / 1 mês 1 semana atrás

    Relatório da SaferNet encaminhado ao Ministério Público Federal, à Polícia Federal e a autoridades francesas revela que mais de 1,25 milhão de usuários do Telegram no Brasil estão em grupos em que ocorrem a venda e o compartilhamento de imagens de abuso sexual infantil e outros crimes como imagens de nudez e sexo vazadas sem consentimento e a venda de material pornográfico gerado com inteligência artificial. 

    O relatório “Em suas próprias palavras: Como o Telegram tem sido usado no Brasil como um espaço de comércio virtual por criminosos sexuais”, é fruto de uma pesquisa minuciosa realizada em 874 links do Telegram denunciados à SaferNet por usuários da internet do Brasil e de outros países no primeiro semestre de 2024 por “pornografia infantil” (imagens de abuso e exploração sexual infantil). 

    A SaferNet analisou minuciosamente os links do Telegram denunciados e descobriu que 149 deles (17% do total) ainda seguiam ativos normalmente entre julho e setembro deste ano, sem terem sofrido qualquer tipo de restrição pela plataforma, com usuários e administradores cometendo vários crimes como compartilhamento e venda de imagens de abuso e exploração sexual infantil, de imagens de nudez e sexo vazadas sem consentimento e a venda de material pornográfico gerado com inteligência artificial. 

    O mapeamento, conduzido de forma manual e com verificação humana, também identificou mais 66 links, que nunca haviam sido denunciados, contendo conteúdos criminosos semelhantes que foram compartilhados dentro dos grupos ou canais do Telegram. 

    Somente em uma das comunidades ainda ativas com comercialização e distribuição de imagens de abuso e exploração sexual infantil no Telegram, a SaferNet contou 200 mil usuários. No total, os grupos, comunidades, canais e demais links do app contendo esse tipo de conteúdo contavam com mais de 1,25 milhão de usuários. 

    A análise realizada pela Safernet deu origem a um relatório de 21 páginas (com 3 anexos técnicos), que foi entregue nesta quarta-feira (23 de outubro), à Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão do MPF em São Paulo. O relatório indica os links denunciados onde foram encontrados indícios claros de conteúdo criminoso e podem gerar investigações criminais e cíveis. 

    Telegram líder de denúncias

    Entre os apps de mensagem, o Telegram lidera em número de denúncias de “pornografia infantil” recebidas pela SaferNet. E, desde 2021, o Telegram está entre os 10 domínios com mais links desse tipo de crime denunciados à ONG. Em 2022 e 2023, o app ocupou a quinta posição no ranking geral de domínios com mais denúncias de “pornografia infantil”. Em 2023, a Safernet recebeu 3274 denúncias desse tipo de crime no Telegram, um aumento de 77% em relação ao ano anterior.

    Há anos, o Telegram tem sido alvo de denúncias por não remover comunidades e usuários brasileiros que incitam a discriminação racial, de gênero, de classe, bem como ataques à democracia, ataques em escolas, apologia ao nazismo e a exploração sexual de crianças e adolescentes. Parte da ineficiência do Telegram em cooperar com as autoridades está vinculada ao seu sistema de denúncias, considerado inadequado pela SaferNet e por outros hotlines no mundo inteiro. 

    A plataforma permite que os usuários reportem conteúdos de mensagens, grupos ou canais pelo aplicativo ou por e-mail, sendo necessário escrever para o e-mail abuse@telegram.org com o assunto “Denúncia usuário @nome”, incluir detalhes do motivo da denúncia e aguardar um retorno da empresa. 

    Ao contrário de outras plataformas, o Telegram não divulga dados sobre a quantidade de conteúdos moderados / removidos ou o número de denúncias recebidas de usuários e autoridades, enquanto que outras plataformas fazem isso. Essa falta de transparência e o não cumprimento de determinações judiciais tornam o Telegram alvo de ações criminais em todo o mundo. 

    O Telegram não responde requisições de nenhum dos 54 hotlines filiados à INHOPE, a associação internacional de canais de denúncia de crimes sexuais contra crianças e adolescentes na Internet. 

    A Safernet é uma organização não governamental de defesa dos direitos humanos na internet que existe desde 2005 e mantém a Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos, que recebe denúncias de usuários da internet sobre 11 crimes. A central é conveniada com o Ministério Público Federal, que recebe apenas os links diferentes entre si e os analisa para verificar se há ou não indícios de crime. O canal de denúncias da SaferNet permite e garante o anonimato dos denunciantes, o que pode ser crucial, especialmente em casos de abuso sexual. 

    Falta de moderação, transparência e informação

    Para o presidente da Safernet, Thiago Tavares, os dados do relatório são “alarmantes” e “demonstram a precariedade da moderação por parte da plataforma, que tem apenas 35 funcionários em todo o mundo para operar um app com 900 milhões de usuários. Essa é uma omissão que precisa ser reparada”. 

    Além da falta de moderação e omissão da empresa, a Safernet descobriu que parte dos conteúdos são publicados por bots ou vendidos aceitando como pagamento criptomoedas, o que facilita a anonimização dos autores dos crimes, dificultando que eles venham a ser identificados e processados. 

    Boa parte dos pagamentos dessas transações são operados por robôs. O Telegram alega não processar pagamentos diretamente em transações feitas dessa forma e que é cliente de 23 processadores de pagamento distintos que alcançam todo o mundo. 

    A SaferNet identificou e pesquisou as informações de registro de cada um desses 23 processadores de pagamento, vinculados a fintechs. 

    A Safernet não conseguiu descobrir a origem de cinco processadores de pagamentos, pois não foi possível identificar o país de registro deles. Já as 18 empresas financeiras identificadas estão principalmente na Rússia (6) e na Ucrânia (5) e nas ex-repúblicas soviéticas do Uzbequistão e Cazaquistão, com dois processadores cada. Os demais estão em Hong Kong, Chipre, Reino Unido, Camboja e Etiópia. 

    A Safernet verificou ainda que quatro das plataformas de pagamento usadas pelo Telegram sofreram sanções internacionais: YooMoney, Sberbank, PSB e Bank 131. 

    Para o presidente da SaferNet, o fato de empresas sancionadas e outras fintechs estrangeiras sem registro no Banco Central (BANCEN) serem utilizadas para intermediar pagamentos no Brasil pode facilitar a ocorrência de outros crimes como lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo. "Solicitamos ao MPF que oficie o BACEN e a ENCCLA para realizar estudos sobre eventuais lacunas existentes na regulação do setor e apresente recomendações para o sistema financeiro nacional coibir esse tipo de prática", afirma Thiago Tavares.

    Telegram investigado pelo mundo

    Além do MPF, o relatório será encaminhado para a Polícia Federal e ao hotline Francês Point de Contact, membro do INHOPE, e que trabalha diretamente com as autoridades francesas que investigam diversos crimes no Telegram e a falta de colaboração da empresa com a Justiça daquele país.

    Essa investigação levou recentemente o presidente e fundador da companhia, Pavel Durov, à prisão no dia 25 de agosto, na França, onde ele é investigado por 12 crimes. Ele agora está respondendo em liberdade, mas não pode deixar o país. 

    O Telegram também é investigado na Índia e um recente relatório do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) apontou que o Telegram facilita o crime organizado no Sudeste Asiático e que a criptografia do aplicativo dificulta que criminosos sejam detectados pelas autoridades. 

    Acesse a versão pública do relatório.

    Representação às autoridades

    A representação da SaferNet Brasil será protocolada na Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC) em São Paulo. Cabe à PRDC atuar na defesa de direitos constitucionais como a liberdade, igualdade, dignidade, saúde, educação, segurança pública, o direito à informação e à livre expressão, entre outros. Em 2021, o MPF instaurou Inquérito Civil Público para apurar as deficiências nos canais de denúncia e práticas de moderação de conteúdo das plataformas digitais, incluindo o Telegram. 

     

    Projeto DISCOVER

    A análise realizada pela Safernet foi feita no âmbito do projeto DISCOVER, de prevenção da prática de abuso e exploração sexual infantil. Neste projeto, apoiado pelo fundo Safe Online, a Safernet indexa palavras, acrônimos (siglas, abreviações, palavras codificadas ou com erros propositais de ortografia ou digitação) e emojis em português, inglês e espanhol usados por predadores sexuais ao organizar, divulgar, compartilhar ou trocar imagens de abuso e exploração sexual infantil e ou na tentativa de aliciar crianças e adolescentes a produzirem esses conteúdos. 

    Durante a análise dos links denunciados do Telegram, realizada entre os meses de junho e agosto deste ano, a SaferNet identificou 190 palavras-chave, acrônimos, emojis e hashtags em três idiomas (português, inglês e espanhol) utilizados para compartilhar, buscar ou comercializar materiais ilícitos. 

    Usando as palavras-chaves, as autoridades que receberão o relatório poderão treinar algoritmos de aprendizado por máquinas (machine learning), e aperfeiçoar sistemas de detecção baseados em heurísticas de busca por esses termos. Somadas, essas medidas ajudarão na detecção de conteúdos ilegais e de seus propagadores. O trabalho realizado em busca de imagens ilegais contribuirá para que vítimas também sejam localizadas e identificadas de forma mais rápida, agilizando o combate ao abuso e à exploração sexual no Brasil e em outros países. 

    Por conceito, heurísticas são padrões comuns de texto ou palavras-chave que podem ser típicos de uma determinada categoria de violação de política.

    Conteúdos detectados por heurísticas geralmente são revisados por moderadores de conteúdo humanos antes que uma ação seja tomada sobre o conteúdo. Heurísticas são tipicamente utilizadas para permitir que as plataformas reajam rapidamente a novas formas de violações que surgem online, incluindo novas formas de disseminação de imagens de abuso e exploração sexual infantil. 

    Uma parte do trabalho já realizado pelo DISCOVER foi apresentado por Tavares em novembro de 2023 na França em uma reunião técnica de especialistas do mundo todo, convidados pelo fundo SafeOnline, We Protect e Governo Francês. 

    Texto publicado em 23/10/2024

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