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  • Denúncia da Safernet resulta em prisão, no MS, de homem que armazenava vídeos de crianças e adolescentes sofrendo violência sexual

    / / Crimes na Web / Por arthur / 1 ano 1 mês atrás
    Baseada em informações encaminhadas pela Safernet, organização não governamental que mantém a Central Nacional de Denúncias, a Polícia Federal deflagrou, na última quarta-feira (29/3), duas operações, com objetivo de combater pornografia infantil, em Dourados e em Chapadão do Sul, no Mato Grosso do Sul. Uma pessoa foi presa em flagrante.  Na ação deflagrada em Chapadão do Sul, a PF cumpriu um mandado de busca e apreensão e encontrou grande quantidade de vídeos e fotos de crianças sofrendo abusos sexuais, razão pelo qual o indivíduo investigado foi preso em flagrante.

    Baseada em informações encaminhadas pela Safernet, organização não governamental que mantém a Central Nacional de Denúncias, a Polícia Federal deflagrou, na última quarta-feira (29/3), duas operações, com objetivo de combater pornografia infantil, em Dourados e em Chapadão do Sul, no Mato Grosso do Sul. Uma pessoa foi presa em flagrante. 

    Na ação deflagrada em Chapadão do Sul, a PF cumpriu um mandado de busca e apreensão e encontrou grande quantidade de vídeos e fotos de crianças sofrendo abusos sexuais, razão pelo qual o indivíduo investigado foi preso em flagrante.

    Já em Dourados, foi cumprido outro mandado de busca e apreensão, a fim de arrecadar imagens de abuso sexual de crianças e adolescentes e as investigações continuam. 

    As investigações da PF tiveram início com o encaminhamento de informações fornecidas pela Safernet. A denúncia encaminhada pela ONG aponta a existência de um grupo criminoso nas redes sociais para a troca de vídeos e fotos de crianças sofrendo abusos sexuais.

    Em 2020, com a pandemia de covid-19 e o aumento de pessoas online, houve uma explosão de denúncias à Safernet de crimes envolvendo fotos e vídeos de violência sexual contra crianças e adolescentes e do uso comercial dessas imagens (abuso e exploração sexual infantil)_ com um aumento de 102,24% nas denúncias em relação à 2019. 

    Em 2021, o crescimento em relação à 2020 foi de 3,65%, com 101.833 denúncias. Em 2022, as denúncias tiveram aumento de 9,91%, totalizando 111.929 denúncias. Confira os dados e a análise da Safernet aqui

    Em nota, a Polícia Federal informou que casos semelhantes estão se tornando frequentes e alerta pais e responsáveis para que permaneçam atentos às atividades online de seus filhos na internet. 

    A Central Nacional de Denúncias mantida pela Safernet tem convênio com o Ministério Público Federal, que até 21/3 deste ano instaurou 117 procedimentos investigatórios criminais para investigar crimes envolvendo imagens de abuso e violência sexual e a exploração sexual de crianças e adolescentes. O número representa 18,3% do total de 640 investigações abertas em 2022. 

    Para o presidente da Safernet, Thiago Tavares, é fundamental que a sociedade continue denunciando pela central da Safernet. “O processo é simples, rápido, seguro e completamente anônimo, basta copiar e colar o link para o conteúdo ilegal no formulário disponível no site www.denuncie.org.br e clicar em denunciar, sem riscos”, afirma. 

    D.I.S.C.O.V.E.R - Contudo, a Safernet tem claro que a repressão policial apenas não basta. “É preciso um esforço de toda a sociedade pela prevenção. Visando isso, a Safernet criou o projeto D.I.S.C.O.V.E.R, o primeiro projeto brasileiro selecionado pelo fundo End Violence Against Children,EVAC (Fim da Violência contra As Crianças), uma parceria global lançada pelo secretário geral da ONU em 2016”. 

    Entre várias frentes, como aumentar a conscientização da população sobre o abuso e a exploração sexual infantil, o D.I.S.C.O.V.E.R. também facilitará o acesso gratuito a pesquisadores e desenvolvedores a dados inéditos sobre violência e exploração de crianças e adolescentes na internet, provenientes do Canal de Denúncias em Crimes Cibernéticos (CND - www.denuncie.org.br ), mantido pela Safernet desde 2006. 

    O objetivo é que o acesso controlado a certos dados permita que pesquisadores, universidades, institutos de pesquisa e parceiros selecionados tenham mais capacidade para desenvolver pesquisas e novas tecnologias para a prevenção e o combate ao abuso sexual infantil online.

  • Denúncias de crimes de discurso de ódio e de imagens de abuso sexual infantil na internet têm crescimento em 2022

    / / Crimes na Web / Por admin / 1 ano 3 meses atrás
    As denúncias de crimes envolvendo discurso de ódio na internet recebidas pela Central Nacional de Denúncias (CND) da Safernet tiveram em 2022 um crescimento de 67,7% em relação a 2021. Os crimes de ódio que tiveram o maior aumento de denúncias em 2022 foram a xenofobia, aumento de 874%, seguido de intolerância religiosa (456%) e misoginia (251%).  Os dados da CND estão sendo divulgados hoje (7/2), no evento principal do Dia da Internet Segura, em São Paulo. 

    As denúncias de crimes envolvendo discurso de ódio na internet recebidas pela Central Nacional de Denúncias (CND) da Safernet tiveram em 2022 um crescimento de 67,7% em relação a 2021. Os crimes de ódio que tiveram o maior aumento de denúncias em 2022 foram a xenofobia, aumento de 874%, seguido de intolerância religiosa (456%) e misoginia (251%). 

    Os dados da CND estão sendo divulgados hoje (7/2), no evento principal do Dia da Internet Segura, em São Paulo. 

    2022 foi o terceiro ano eleitoral consecutivo em que os crimes de discurso de ódio apresentaram crescimento em relação ao ano anterior. Essa tendência vem sendo observada pela Safernet desde 2018. 

    Já as denúncias relacionadas ao armazenamento, divulgação e produção de imagens de abuso e exploração sexual infantil ultrapassaram pelo segundo ano consecutivo a casa de 100 mil denúncias, o que não ocorria desde 2011. Foram 111.929 denúncias de “pornografia infantil*” em 2022, contra 101.833 em 2021, um aumento de 9,9%. 

    A Central Nacional de Denúncias surgiu em 2006 e foi criada justamente pela Safernet para ajudar a população a denunciar crimes envolvendo abuso e exploração sexual infantil na internet. Em 2022, a Safernet foi a primeira organização brasileira a vencer um edital e a receber recursos do fundo internacional End Violence Against Children (Fim da Violência Contra as Crianças) para implementar e aplicar o projeto D.I.S.C.O.V.E.R, para o desenvolvimento de tecnologias de prevenção e combate ao abuso sexual infantil online.

    “O combate à difusão de imagens de abuso e exploração sexual infantil é um eterno enxugar de gelo. Essa luta exige o desenvolvimento de inteligência que impeça que o abuso ocorra e que caia a produção desse tipo de imagens. Um dos maiores focos do D.I.S.C.O.V.E.R. é justamente a prevenção”, afirma Thiago Tavares, diretor-presidente da Safernet.

    A Central Nacional de Denúncias recebe denúncias de 10 crimes. Além de 7 crimes de discurso de ódio e aqueles envolvendo imagens de abuso e exploração sexual infantil, a Safernet recebe denúncias de maus tratos contra animais e tráfico de pessoas na internet. Neste bloco, destacou-se o aumento de 266% de denúncias relacionadas ao tráfico de pessoas na web. Em 2022 foram 1194 denúncias desse crime contra 326 em 2021. 

    Dos 10 crimes denunciados à Safernet, o único que não apresentou crescimento em 2022 foi o neonazismo. Em 2022 houve uma queda de 81,6% no número de denúncias em relação a 2021. 

    “Essa redução significa que boa parte da atividade das células neonazistas no Brasil migrou da web aberta para ambientes mais fechados, como aplicativos de troca de mensagens e fóruns na deep web", explica Thiago Tavares, diretor-presidente da Safernet. 

    Veja a tabela completa de dados da Central Nacional de Denúncias aqui:

    https://docs.google.com/spreadsheets/d/1QVeMKdRAgyHLvOCkKWwPWjij9_JRmEgxkRN13mHtUd4/edit?usp=sharing

    Canal de Ajuda teve aumento de pedidos de ajuda relacionados à imagens de abuso sexual

    O Helpline, Canal de Ajuda da Safernet, registrou uma estabilidade nos 5 tópicos que mais fizeram usuários da internet buscar a orientação da ONG. 

    Problemas com dados pessoais ficou em primeiro lugar, com 264 atendimentos, seguido de perto de exposição de imagens íntimas (255). Em terceiro, fraudes e golpes (168). Completam a lista cyberbullying (139) e saúde mental nas redes (122). 

    Chamou a atenção em 2022 o número de pessoas pedindo orientação sobre como proceder em relação a imagens de abuso e exploração sexual infantil. 

    Foram 102 atendimentos dessa natureza em 2022, contra 59 em 2021, um crescimento de 72,8%. A maioria das pessoas pedindo orientação havia recebido imagens de crianças e pré-adolescentes em poses sexualizadas, divulgadas por influencers com o intuito de denunciar a conduta, o que não é recomendável.

    “O intuito pode ser nobre, mas todas as cartilhas sobre como agir quando se deparar com uma imagem de abuso sexual infantil indicam que esse conteúdo jamais deve ser compartilhado. O link da postagem deve ser salvo e o conteúdo denunciado, mas compartilhar, jamais, isso expõe e revitimiza as vítimas deste tipo de crime”, explica Juliana Cunha, diretora de projetos especiais da Safernet. 

    * Seguindo orientação da End Violence Against Children (ONU), a Safernet não utiliza mais “pornografia infantil”. Saiba os motivos:https://new.safernet.org.br/content/denuncias-de-imagens-de-abuso-sexual-contra-criancas-e-adolescentes-aumentam-9-em-2022

  • Denúncias de imagens de abuso sexual contra crianças e adolescentes aumentam 9% em 2022, aponta Safernet

    / / Crimes na Web / Por admin / 1 ano 6 meses atrás
    O total de denúncias de “pornografia infantil” recebido entre janeiro e outubro de 2022, pela Central Nacional de Denúncias ( www.denuncie.org.br ), mantida pela ONG Safernet, aumentou 9% em relação ao mesmo período do ano passado.  Entre 1º de janeiro e 31 de outubro de 2022, a Safernet recebeu 96423 denúncias de pornografia infantil contra 88457 no mesmo período do ano anterior. 

    O total de denúncias de “pornografia infantil” recebido entre janeiro e outubro de 2022, pela Central Nacional de Denúncias ( www.denuncie.org.br ), mantida pela ONG Safernet, aumentou 9% em relação ao mesmo período do ano passado. 

    Entre 1º de janeiro e 31 de outubro de 2022, a Safernet recebeu 96423 denúncias de pornografia infantil contra 88457 no mesmo período do ano anterior. 

    A Safernet está divulgando os dados neste mês de novembro para chamar a atenção para o Dia Mundial de Prevenção e Reparação ao Abuso e à Exploração Sexual Infantil que deve ser celebrado anualmente dia 18 de novembro. A data foi estabelecida pela Assembleia Geral da ONU no último dia 7 de novembro, ao aprovar a resolução proposta pelos governos de Serra Leoa e Nigéria.

    Segundo o fundo End Violence Against Children (Fim da Violência contra As Crianças), uma parceria global lançada pelo secretário geral da ONU em 2016, a data, cuja hashtag será#Nov18WorldDay , apresenta uma oportunidade de “reconhecer a terrível magnitude da violência sexual contra crianças, ampliar o apoio aos sobreviventes e convocar coletivamente lideranças em todos os lugares para se comprometerem com mudanças duradouras em todo o mundo”.

    Desde sua fundação, em 2005, a Safernet promove o combate ao abuso e à exploração sexual infantil na internet e desde 2006 mantém a Central Nacional de Denúncias, que tem parceria com o Ministério Público Federal e outras autoridades. 

    Desde 2011, as denúncias de pornografia infantil não ultrapassavam 90 mil por ano. Contudo, ao longo de todo o ano de 2020 a central recebeu mais de 98 mil denúncias e, em 2021, mais de 101 mil denúncias. O total de denúncias de 2022 será divulgado em fevereiro de 2023, durante o Dia Mundial da Internet Segura. 

    1 em cada 8 sofreram abuso

    Segundo o End Violence, um em cada oito adultos relatam terem sofrido abuso sexual quando crianças. O fundo global financia projetos pelo mundo que usam inovação e criatividade no combate ao abuso e à exploração sexual infantil. 

    Em maio deste ano, a iniciativa Safe Online da End Violence anunciou que o projeto D.I.S.C.O.V.E.R, da Safernet, foi um dos 18 contemplados com recursos pelos próximos dois anos. Foi a primeira vez que uma organização brasileira foi escolhida. 

    O projeto D.I.S.C.O.V.E.R., facilitará o acesso gratuito a pesquisadores e desenvolvedores a dados inéditos sobre violência e exploração de crianças e adolescentes na internet, provenientes do Canal de Denúncias em Crimes Cibernéticos (CND - www.denuncie.org.br ), mantido pela Safernet desde 2006. 

    O acesso aos dados, em ambiente seguro e controlado, permitirá que pesquisadores, universidades, institutos de pesquisa e parceiros selecionados tenham mais capacidade para desenvolver pesquisas e novas tecnologias para a prevenção e o combate ao abuso sexual infantil online. 

    O D.I.S.C.O.V.E.R. terá três etapas. Na primeira delas será desenvolvida uma API segura (interface de conexão entre programas), que permitirá acesso controlado a um conjunto de dados com curadoria de textos, metadados e palavras-chave, coletados a partir de páginas denunciadas com conteúdos de violência e exploração sexual online. Simultâneamente, o projeto terá também uma sandbox (ambiente de testes) para desenvolvedores. Por fim, a SaferNet organizará uma hackaton (maratona de desenvolvimento) nacional para engajar comunidades de desenvolvedores para a criação de soluções inovadoras para o combate de violência sexual online.

    O projeto terá a duração de dois anos e a expectativa é de que possa promover o fortalecimento das estratégias de prevenção e combate à violência e exploração sexual de crianças e adolescentes no Brasil e em outros países de língua portuguesa, preenchendo a lacuna da falta de conjuntos de dados de qualidade sobre esses crimes na língua portuguesa. 

    A Safernet não usará mais a expressão “pornografia infantil”

    Mundialmente é recomendado que a expressão “pornografia infantil” seja substituída por “imagens de abuso e exploração sexual infantil” ou “imagens de abusos contra crianças”. A partir das divulgações relacionadas a este primeiro 18 de novembro, a Safernet não usará mais a expressão em suas novas publicações. 

    A pornografia legalizada pressupõe a participação livre e voluntária dos atores ou pessoas maiores de idade filmadas ou fotografadas em atos sexuais consensuais. 

    A imagem de nudez e sexo envolvendo uma criança ou adolescente, por definição, não é consensual. Logo, não se trata de pornografia, mas de imagens de crianças e adolescentes sendo sexualmente abusadas e exploradas. 

    A organização inglesa Internet Watch Foundation, por exemplo, fez campanha contra o uso da expressão “pornografia infantil”. “Pornografia infantil implicaria consentimento, mas crianças não podem ser cúmplices do próprio abuso”, afirma a entidade. 

    O uso da expressão pornografia pressupõe também o consumo passivo do conteúdo, o que diminui a percepção da gravidade da posse e distribuição desse conteúdo. A Safernet adverte que quem consome esse tipo de imagens é cúmplice do abuso e da exploração sexual infantil. 

    No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente prevê como crime vender ou expor fotos e vídeos cenas de sexo explícito envolvendo crianças e adolescentes. Também é crime a divulgação dessas imagens por qualquer meio e a posse de arquivos desse tipo. 

    É possível realizar denúncias de páginas que contenham imagens de Abuso e Exploração Sexual de crianças e adolescentes na Central Nacional de Denúncias da Safernet Brasil. Em caso de suspeita de violência sexual contra crianças ou adolescentes, deve ser acionado o Disque 100.

    Mais informações:

    Marcelo Oliveira

    Assessor de Imprensa

    Safernet Brasil

    11-98100-9521 

  • Safernet: denúncias de xenofobia na internet explodem após 1º turno das eleições

    / / Crimes na Web / Por admin / 1 ano 7 meses atrás

    No domingo, após a apuração da eleição, que mostrou ampla vitória do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva no nordeste, a internet amanheceu com xingamentos e ataques de toda espécie a nordestinos, alguns inclusive sugerindo a separação do sul e sudeste do restante do país, de forma semelhante a ataques ocorridos quando Dilma Roussef venceu Aécio Neves nas eleições de 2014, também com apoio maciço dos brasileiros do nordeste. 

    Essa enxurrada de preconceito se refletiu nos números de denúncias recebidas pela Safernet (ONG referência na proteção de direitos humanos na rede, que desde 2006 mantém uma central nacional de denúncias conveniada com o Ministério Público Federal) que recebe denúncias de diferentes tipos de crime, sete deles envolvendo discurso de ódio, como a xenofobia. 

    Nesta última segunda-feira, dia 3 de outubro, dia seguinte ao primeiro turno, a Safernet recebeu 348 denúncias de xenofobia, sendo 232 delas links únicos. No dia da eleição, 2 de outubro, a organização havia recebido 10 denúncias, 9 únicas e uma duplicada. 

    No dia 5 de setembro, primeira segunda-feira do mês passado, a Safernet não recebeu nenhuma denúncia de xenofobia. No dia 4, primeiro domingo de setembro, a ONG havia recebido somente 2 denúncias. 

    Quando os dados 2 e 3 de outubro de 2022 são comparados aos do primeiro domingo e primeira segunda-feira de outubro do ano passado, o salto é gigantesco, pois no dia 3 de outubro de 2021 (domingo), a Safernet não recebeu denúncias de xenofobia e, no dia 4, apenas uma denúncia. 

    Incitar discriminação a nordestinos ou a pessoas procedentes de qualquer outra região do país (ou estrangeiros) é crime. Quando o crime ocorre nas redes sociais, o crime torna-se qualificado e a pena, que é de reclusão de 1 a 3 anos, mais multa, passa para reclusão de 2 a 5 anos, mais multa. 

    O crime de xenofobia praticado na internet, segundo a jurisprudência do STJ, é atribuição da Justiça Federal. 

    Crimes de ódio crescem em anos eleitorais

    Os crimes de ódio na internet, como a xenofobia, têm registrado, desde 2018, aumento em anos eleitorais em relação ao ano anterior. A Safernet notou aumento de denúncias em sua central em 2018 e 2020 em relação à 2017 e 2019. No primeiro semestre de 2022, todos os 7 crimes de ódio os quais a Safernet recebe denúncias registraram aumento em relação ao mesmo período do ano anterior. 

    A xenofobia pode ter consequências judiciais e repercutir na vida de quem comete o crime. Em outubro de 2010, após Dilma Rousseff vencer José Serra e tornar-se a primeira mulher presidente do Brasil, com expressiva votação no nordeste, uma universitária tuitou que “nordestino não é gente”. A jovem foi denunciada e condenada a um 1 ano, cinco meses e 15 dias de prisão, convertidos em multa e prestação de serviços comunitários. A jovem também perdeu o emprego e teve que mudar de cidade. 

    A Safernet defende eleições sem discurso de ódio e mantém, com apoio da Google Foundation o programa Saferlab de contranarrativas a esse discurso. Os jovens criadores ligados ao programa, sob a supervisão da Safernet, criaram, além de inúmeros materiais nas redes sociais da ONG sobre o tema, a cartilha Eleições Sem Ódio, sobre formas criativas de combate à desinformação e ao discurso de ódio. 

    Sobre a Safernet

    A Safernet é a primeira ONG do Brasil a estabelecer uma abordagem multissetorial para proteger os Direitos Humanos no ambiente digital. Fundada em 2005. A Safernet criou e mantém a Central Nacional de Denúncias de Violações contra Direitos Humanos (Hotline) ( https://new.safernet.org.br/denuncie ), o Canal Nacional de Apoio e Orientação sobre Segurança na Internet (Helpline) ( https://new.safernet.org.br/helpline ) e ações de conscientização sobre uso cidadão da Internet. São 16 anos de experiência na entrega de projetos inovadores com enorme impacto social, incluindo programas de capacitação para educadores, adolescentes, jovens e formuladores de políticas públicas no Brasil. Desde 2009, a Safernet coordena o Dia Mundial da Internet Segura no Brasil e, em 2013, a SaferNet foi homenageada com o Prêmio Nacional de Direitos Humanos, concedido pela Presidência da República do Brasil. Mais informações: https://www.safernet.org.br/ 

  • Crimes de ódio têm crescimento de até 650% no primeiro semestre de 2022

    / / Crimes na Web / Por admin / 1 ano 8 meses atrás

    Os indicadores da Central Nacional de Denúncias da Safernet, que recebe denúncias de 10 crimes contra os direitos humanos praticados com o uso da internet, mostram que houve mais denúncias de racismo, lgbtfobia, xenofobia, neonazismo, misoginia, apologia a crimes contra a vida e intolerância religiosa no primeiro semestre de 2022 em relação ao mesmo período do ano passado. 

    Mantida essa tendência até o final do ano, 2022 será o terceiro ano eleitoral consecutivo em que houve aumento de denúncias de crimes de ódio em relação aos anos anteriores, demonstrando que nos anos em que há eleições, ocorre um acirramento do discurso de ódio na internet. 

    Somadas as denúncias dos sete crimes, a Safernet recebeu 23947 denúncias no primeiro semestre de 2022, um aumento de 67,5% em relação ao mesmo período de 2021. Em números absolutos, o crime mais denunciado foi o de misoginia, com 7096 casos. 

    Levantamento realizado pela Safernet divulgado em abril deste ano mostrava que tanto em 2020, ano de eleições municipais, quanto em 2018, ano da última eleição presidencial, houve aumento de denúncias de crimes de ódio na internet em relação aos anos anteriores, em que não houve eleições. 

    Em 2018 e 2020, contudo, o crime de intolerância religiosa não seguiu a tendência dos demais crimes, mas no primeiro semestre de 2022 este crime teve 2813 denúncias, 654% mais do que no primeiro semestre de 2021, quando foram registradas 373 denúncias. 

    Diversidade contra a barbárie

    Para a Safernet, a repressão penal aos crimes de ódio deve ser acompanhada de ações que promovam a diversidade. 

    “As eleições tornaram-se um campo fértil para o discurso de ódio, que desde 2018 têm registrado aumento no período eleitoral. Por isso a Safernet lançou em abril deste ano a segunda edição do SaferLab, apoiando jovens criadores de conteúdo de diferentes regiões do Brasil para produzir narrativas que promovam um consumo mais crítico de conteúdo, gerem empatia com grupos que historicamente são alvos de discriminação e sensibilizem parte da audiência para serem aliadas na defesa de direitos humanos na Internet”, afirma Juliana Cunha, diretora de projetos especiais da Safernet, responsável pelo projeto. 

    Além de manter a Central Nacional de Denúncias, que mantém cooperação com as autoridades, a Safernet mantém também ações educacionais, visando a prevenção de crimes e a educação sobre o uso cidadão da internet. 

    O SaferLab é um laboratório de ideias que apoia o protagonismo jovem na criação de conteúdos sobre direitos humanos para tornar a internet um lugar melhor - com mais diálogo e respeito à diversidade. Oito jovens criadores das cinco regiões do país têm recebido mentorias, workshops e bolsas para criar contranarrativas ao discurso de ódio. 

    Contranarrativas são histórias que se opõem ou desmontam um senso predominante. São maneiras de se opor e desconstruir narrativas comuns de discriminação e intolerância, mas vão além e têm uma abordagem propositiva, propondo o diálogo, a igualdade, o respeito às diferenças e a liberdade. Isso pode ser feito com fatos, dados, humor, sensibilidade e outras atitudes que promovam experimentar diferentes pontos de vista. Provocar empatia pelos grupos discriminados é um dos objetivos.

    Crescimento do discurso de ódio nas eleições

    Para a Safernet, os indicadores da Central de Denúncias apontam que as eleições são como um gatilho para o avanço do discurso de ódio. Os picos de denúncias crescem em anos eleitorais, se transformando em uma poderosa plataforma política para atrair a atenção da audiência e dar visibilidade e notoriedade aos emissores. 

    Até 30 de junho deste ano, intolerância religiosa e xenofobia foram os crimes de ódio cujas denúncias mais cresceram em relação ao mesmo período de 2021: 654% e 520%, respectivamente. O terceiro crime que registrou o maior aumento foi o de neonazismo, que teve um crescimento de 120% no número de denúncias.

    Em 2020, as denúncias de neonazismo tiveram um crescimento de 740,7% em relação ao ano anterior, enquanto que racismo e xenofobia registraram mais do que o dobro de denúncias em relação a 2019, registrando 148% e 111% de aumento, respectivamente.

    Em 2018, misoginia (1639,5%), xenofobia (595,5%) e neonazismo (262%) tiveram os maiores percentuais de crescimento em relação à 2017: 

    Confira os dados completos aqui: https://docs.google.com/spreadsheets/d/1hmB3ZiyABDLe0u2lYVxaXL328GdNI0IQQQGB4d99To8/edit?usp=sharing

    Cartilha

    Um dos produtos desenvolvidos pelos criadores do SaferLab é a cartilha “Eleições Sem Ódio” sobre desinformação e discurso de ódio. 

    Escrita em linguagem simples e direta, a cartilha é voltada para o eleitor jovem e sua família e alerta sobre como esse tipo de conteúdo pode influenciar negativamente as eleições e o que pode ser feito para combater a desinformação e o discurso de ódio. 

    A cartilha estará disponível online e possui links para atividades interativas, como quiz e jogos, que contribuem para a assimilação do conteúdo. 

    Acesse a cartilha aqui: https://saferlab.org.br/eleicoessemodio.pdf

    Série de lives

    Outra proposta trazida pelo Saferlab é uma série de lives no mês de setembro com especialistas para conversar sobre os impactos da desinformação e discurso de ódio em ano de eleições e compartilhar boas práticas sobre como lidar com este problema. A agenda será divulgada oportunamente pelas redes sociais e site da Safernet. 

    Sobre a Safernet

    A Safernet é a primeira ONG do Brasil a estabelecer uma abordagem multissetorial para proteger os Direitos Humanos no ambiente digital. Fundada em 2005. A Safernet criou e mantém a Central Nacional de Denúncias de Violações contra Direitos Humanos (Hotline) ( https://new.safernet.org.br/denuncie ), o Canal Nacional de Apoio e Orientação sobre Segurança na Internet (Helpline) ( https://new.safernet.org.br/helpline ) e ações de conscientização sobre uso cidadão da Internet. São 16 anos de experiência na entrega de projetos inovadores com enorme impacto social, incluindo programas de capacitação para educadores, adolescentes, jovens e formuladores de políticas públicas no Brasil. Desde 2009, a Safernet coordena o Dia Mundial da Internet Segura no Brasil e, em 2013, a SaferNet foi homenageada com o Prêmio Nacional de Direitos Humanos, concedido pela Presidência da República do Brasil. Mais informações: https://www.safernet.org.br/

  • Discurso de ódio nas Eleições

    / / Crimes na Web / Por julianacunha / 1 ano 10 meses atrás

    As eleições são um gatilho para os discursos de ódio na internet. Dados da SaferNet Brasil indicam picos de denúncias relacionados a esse tipo de conteúdo durante o processo eleitoral nos últimos anos. Por isso apostamos no potencial das redes e no poder das contranarrativas como forma de promover o pensamento crítico e mais empatia com quem é alvo de discriminação. Veja como manter conversas difíceis sobre eleições usando argumentos. Baixe a versão em pdf do Guia de Conversas Difíceis.

     

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