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  • Relatório da SaferNet revela que mais de 1 milhão de usuários do Telegram estão em grupos que vendem imagens de abuso sexual infantil

    / / Crimes na Web / Por marcelo / 7 meses 4 dias atrás

    Relatório da SaferNet encaminhado ao Ministério Público Federal, à Polícia Federal e a autoridades francesas revela que mais de 1,25 milhão de usuários do Telegram no Brasil estão em grupos em que ocorrem a venda e o compartilhamento de imagens de abuso sexual infantil e outros crimes como imagens de nudez e sexo vazadas sem consentimento e a venda de material pornográfico gerado com inteligência artificial. 

    O relatório “Em suas próprias palavras: Como o Telegram tem sido usado no Brasil como um espaço de comércio virtual por criminosos sexuais”, é fruto de uma pesquisa minuciosa realizada em 874 links do Telegram denunciados à SaferNet por usuários da internet do Brasil e de outros países no primeiro semestre de 2024 por “pornografia infantil” (imagens de abuso e exploração sexual infantil). 

    A SaferNet analisou minuciosamente os links do Telegram denunciados e descobriu que 149 deles (17% do total) ainda seguiam ativos normalmente entre julho e setembro deste ano, sem terem sofrido qualquer tipo de restrição pela plataforma, com usuários e administradores cometendo vários crimes como compartilhamento e venda de imagens de abuso e exploração sexual infantil, de imagens de nudez e sexo vazadas sem consentimento e a venda de material pornográfico gerado com inteligência artificial. 

    O mapeamento, conduzido de forma manual e com verificação humana, também identificou mais 66 links, que nunca haviam sido denunciados, contendo conteúdos criminosos semelhantes que foram compartilhados dentro dos grupos ou canais do Telegram. 

    Somente em uma das comunidades ainda ativas com comercialização e distribuição de imagens de abuso e exploração sexual infantil no Telegram, a SaferNet contou 200 mil usuários. No total, os grupos, comunidades, canais e demais links do app contendo esse tipo de conteúdo contavam com mais de 1,25 milhão de usuários. 

    A análise realizada pela Safernet deu origem a um relatório de 21 páginas (com 3 anexos técnicos), que foi entregue nesta quarta-feira (23 de outubro), à Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão do MPF em São Paulo. O relatório indica os links denunciados onde foram encontrados indícios claros de conteúdo criminoso e podem gerar investigações criminais e cíveis. 

    Telegram líder de denúncias

    Entre os apps de mensagem, o Telegram lidera em número de denúncias de “pornografia infantil” recebidas pela SaferNet. E, desde 2021, o Telegram está entre os 10 domínios com mais links desse tipo de crime denunciados à ONG. Em 2022 e 2023, o app ocupou a quinta posição no ranking geral de domínios com mais denúncias de “pornografia infantil”. Em 2023, a Safernet recebeu 3274 denúncias desse tipo de crime no Telegram, um aumento de 77% em relação ao ano anterior.

    Há anos, o Telegram tem sido alvo de denúncias por não remover comunidades e usuários brasileiros que incitam a discriminação racial, de gênero, de classe, bem como ataques à democracia, ataques em escolas, apologia ao nazismo e a exploração sexual de crianças e adolescentes. Parte da ineficiência do Telegram em cooperar com as autoridades está vinculada ao seu sistema de denúncias, considerado inadequado pela SaferNet e por outros hotlines no mundo inteiro. 

    A plataforma permite que os usuários reportem conteúdos de mensagens, grupos ou canais pelo aplicativo ou por e-mail, sendo necessário escrever para o e-mail abuse@telegram.org com o assunto “Denúncia usuário @nome”, incluir detalhes do motivo da denúncia e aguardar um retorno da empresa. 

    Ao contrário de outras plataformas, o Telegram não divulga dados sobre a quantidade de conteúdos moderados / removidos ou o número de denúncias recebidas de usuários e autoridades, enquanto que outras plataformas fazem isso. Essa falta de transparência e o não cumprimento de determinações judiciais tornam o Telegram alvo de ações criminais em todo o mundo. 

    O Telegram não responde requisições de nenhum dos 54 hotlines filiados à INHOPE, a associação internacional de canais de denúncia de crimes sexuais contra crianças e adolescentes na Internet. 

    A Safernet é uma organização não governamental de defesa dos direitos humanos na internet que existe desde 2005 e mantém a Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos, que recebe denúncias de usuários da internet sobre 11 crimes. A central é conveniada com o Ministério Público Federal, que recebe apenas os links diferentes entre si e os analisa para verificar se há ou não indícios de crime. O canal de denúncias da SaferNet permite e garante o anonimato dos denunciantes, o que pode ser crucial, especialmente em casos de abuso sexual. 

    Falta de moderação, transparência e informação

    Para o presidente da Safernet, Thiago Tavares, os dados do relatório são “alarmantes” e “demonstram a precariedade da moderação por parte da plataforma, que tem apenas 35 funcionários em todo o mundo para operar um app com 900 milhões de usuários. Essa é uma omissão que precisa ser reparada”. 

    Além da falta de moderação e omissão da empresa, a Safernet descobriu que parte dos conteúdos são publicados por bots ou vendidos aceitando como pagamento criptomoedas, o que facilita a anonimização dos autores dos crimes, dificultando que eles venham a ser identificados e processados. 

    Boa parte dos pagamentos dessas transações são operados por robôs. O Telegram alega não processar pagamentos diretamente em transações feitas dessa forma e que é cliente de 23 processadores de pagamento distintos que alcançam todo o mundo. 

    A SaferNet identificou e pesquisou as informações de registro de cada um desses 23 processadores de pagamento, vinculados a fintechs. 

    A Safernet não conseguiu descobrir a origem de cinco processadores de pagamentos, pois não foi possível identificar o país de registro deles. Já as 18 empresas financeiras identificadas estão principalmente na Rússia (6) e na Ucrânia (5) e nas ex-repúblicas soviéticas do Uzbequistão e Cazaquistão, com dois processadores cada. Os demais estão em Hong Kong, Chipre, Reino Unido, Camboja e Etiópia. 

    A Safernet verificou ainda que quatro das plataformas de pagamento usadas pelo Telegram sofreram sanções internacionais: YooMoney, Sberbank, PSB e Bank 131. 

    Para o presidente da SaferNet, o fato de empresas sancionadas e outras fintechs estrangeiras sem registro no Banco Central (BANCEN) serem utilizadas para intermediar pagamentos no Brasil pode facilitar a ocorrência de outros crimes como lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo. "Solicitamos ao MPF que oficie o BACEN e a ENCCLA para realizar estudos sobre eventuais lacunas existentes na regulação do setor e apresente recomendações para o sistema financeiro nacional coibir esse tipo de prática", afirma Thiago Tavares.

    Telegram investigado pelo mundo

    Além do MPF, o relatório será encaminhado para a Polícia Federal e ao hotline Francês Point de Contact, membro do INHOPE, e que trabalha diretamente com as autoridades francesas que investigam diversos crimes no Telegram e a falta de colaboração da empresa com a Justiça daquele país.

    Essa investigação levou recentemente o presidente e fundador da companhia, Pavel Durov, à prisão no dia 25 de agosto, na França, onde ele é investigado por 12 crimes. Ele agora está respondendo em liberdade, mas não pode deixar o país. 

    O Telegram também é investigado na Índia e um recente relatório do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) apontou que o Telegram facilita o crime organizado no Sudeste Asiático e que a criptografia do aplicativo dificulta que criminosos sejam detectados pelas autoridades. 

    Acesse a versão pública do relatório.

    Representação às autoridades

    A representação da SaferNet Brasil será protocolada na Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC) em São Paulo. Cabe à PRDC atuar na defesa de direitos constitucionais como a liberdade, igualdade, dignidade, saúde, educação, segurança pública, o direito à informação e à livre expressão, entre outros. Em 2021, o MPF instaurou Inquérito Civil Público para apurar as deficiências nos canais de denúncia e práticas de moderação de conteúdo das plataformas digitais, incluindo o Telegram. 

     

    Projeto DISCOVER

    A análise realizada pela Safernet foi feita no âmbito do projeto DISCOVER, de prevenção da prática de abuso e exploração sexual infantil. Neste projeto, apoiado pelo fundo Safe Online, a Safernet indexa palavras, acrônimos (siglas, abreviações, palavras codificadas ou com erros propositais de ortografia ou digitação) e emojis em português, inglês e espanhol usados por predadores sexuais ao organizar, divulgar, compartilhar ou trocar imagens de abuso e exploração sexual infantil e ou na tentativa de aliciar crianças e adolescentes a produzirem esses conteúdos. 

    Durante a análise dos links denunciados do Telegram, realizada entre os meses de junho e agosto deste ano, a SaferNet identificou 190 palavras-chave, acrônimos, emojis e hashtags em três idiomas (português, inglês e espanhol) utilizados para compartilhar, buscar ou comercializar materiais ilícitos. 

    Usando as palavras-chaves, as autoridades que receberão o relatório poderão treinar algoritmos de aprendizado por máquinas (machine learning), e aperfeiçoar sistemas de detecção baseados em heurísticas de busca por esses termos. Somadas, essas medidas ajudarão na detecção de conteúdos ilegais e de seus propagadores. O trabalho realizado em busca de imagens ilegais contribuirá para que vítimas também sejam localizadas e identificadas de forma mais rápida, agilizando o combate ao abuso e à exploração sexual no Brasil e em outros países. 

    Por conceito, heurísticas são padrões comuns de texto ou palavras-chave que podem ser típicos de uma determinada categoria de violação de política.

    Conteúdos detectados por heurísticas geralmente são revisados por moderadores de conteúdo humanos antes que uma ação seja tomada sobre o conteúdo. Heurísticas são tipicamente utilizadas para permitir que as plataformas reajam rapidamente a novas formas de violações que surgem online, incluindo novas formas de disseminação de imagens de abuso e exploração sexual infantil. 

    Uma parte do trabalho já realizado pelo DISCOVER foi apresentado por Tavares em novembro de 2023 na França em uma reunião técnica de especialistas do mundo todo, convidados pelo fundo SafeOnline, We Protect e Governo Francês. 

    Texto publicado em 23/10/2024

    Assessoria de Imprensa

    SaferNet Brasil

    Marcelo Oliveira

    11-98100-9521

  • SaferNet e Polícia Federal assinam Memorando de Entendimento

    / / Crimes na Web / Por admin / 1 ano 1 semana atrás

    A SaferNet e a Polícia Federal assinaram nesta segunda-feira (13), um Memorando de Entendimento (ME) que formaliza a cooperação entre as entidades para a realização de atividades de prevenção a crimes cibernéticos relacionados ao abuso e à exploração sexual infantojuvenil. 

    O ME foi assinado pelo presidente da SaferNet, Thiago Tavares, e pelo Diretor-Geral da Polícia Federal, Andrei Augusto Passos Rodrigues, na sede da Polícia Federal, em Brasília. 

    Coordenado pela Diretoria de Combate a Crimes Cibernéticos, o projeto visa à prevenção a situações de abuso sexual de crianças e adolescentes (on-line e off-line), com a capacitação de policiais federais para disseminarem conhecimentos em atividades socioeducativas e palestras em escolas ou instituições congêneres.

    A cooperação entre os órgãos tem por objetivo reduzir os fatores de vulnerabilidade relacionados ao abuso sexual infantil e fortalecer os fatores de proteção, mediante a utilização de material didático padronizado.

    Além do Diretor-Geral da PF e do Presidente da SaferNet Brasil, também participaram da cerimônia de assinatura o Diretor de Combate a Crimes Cibernéticos, Otavio Margonari Russo; o Coordenador-Geral de Combate a Fraudes Cibernéticas, Valdemar Latance Neto; a Coordenadora de Repressão a Crimes Cibernéticos relacionados ao Abuso Sexual Infantojuvenil, Rafaella Vieira Lins Leite Parca.

    Parceria começa nesta quarta

    A parceria entre a PF e a SaferNet começa na prática amanhã (15) com uma capacitação 

    sobre prevenção da violência sexual na internet que será ministrada pela diretora de projetos especiais da Safernet, Juliana Cunha, para uma primeira turma de policiais com agentes lotados em 26 das 27 unidades da federação que atuarão como multiplicadores de informações sobre abuso e exploração sexual infantil para seus colegas. 

    A iniciativa abre uma semana de atividades das instituições relacionada ao 18 de maio, Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual Infantil. 

    SaferNet

    A Safernet existe desde 2005 e tornou-se a ONG brasileira de referência na promoção dos direitos humanos na internet. Com uma abordagem multissetorial, atua no combate a crimes cibernéticos contra os Direitos Humanos, no acolhimento de vítimas de violência online e em programas de educação, prevenção e conscientização. 

    A Safernet mantém a Central Nacional de Denúncias, conveniada ao Ministério Público Federal e o Canal de Ajuda, o Helpline, para vítimas de violência e outros problemas online. A Safernet promove o uso seguro da internet com projetos educacionais como a Disciplina de Cidadania Digital e o programa Cidadão Digital. 

    * Com informações da Coordenação-Geral de Comunicação Social da PF

    Texto publicado em 14/05/2024

  • Safernet recebe recorde histórico de novas denúncias de imagens de abuso e exploração sexual infantil na internet

    / / Crimes na Web / Por admin / 1 ano 3 meses atrás

    Em 2023, a Safernet recebeu 71.867 novas denúncias de imagens de abuso e exploração sexual infantil online. O número é o recorde absoluto de denúncias novas (não repetidas) desse tipo de crime que a ONG recebeu ao longo de 18 anos de funcionamento da Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos.

    A marca histórica anterior era de 2008, quando a Safernet havia recebido 56.115 denúncias. O ano marcou o auge da disputa jurídica do Ministério Público Federal com a Google em virtude dos crimes reportados no Orkut e foi o ano da assinatura do acordo judicial que obrigou a companhia a entregar dados para a investigação de crimes. 

    Confira aqui a tabela completa com a análise da linha do tempo de denúncias de imagens de abuso e exploração sexual infantil online recebidas pela Safernet entre 2006 e 2023. 

    As denúncias de imagens de abuso e exploração sexual infantil online, somadas a outras violações de direitos humanos na internet recebidas pela Safernet, também registraram outro recorde histórico. Em 2023, a Safernet recebeu um total de 101.313 denúncias únicas. O recorde anterior também era de 2008, quando a ONG recebeu 89.247 denúncias. 

    Denúncias novas ou únicas são links nunca antes reportados pelos usuários da internet à Safernet, que as pré-processa e disponibiliza ao Ministério Público Federal para análise e investigação. Os duplicados (aqueles denunciados repetidamente) são agrupados e/ou descartados para evitar duplicidade de investigações. 

    As denúncias únicas de imagens de abuso e exploração sexual infantil em 2023 cresceram 77,13% em relação a 2022. O total de denúncias novas de violações de direitos humanos recebidas pela Safernet em 2023 cresceu 48,7% em relação ao ano anterior.

    Na avaliação de Thiago Tavares, fundador e diretor-presidente da Safernet, três fatores pesaram no aumento de denúncias de imagens de abuso e exploração sexual infantil: 

    “Uma combinação de fatores explicam o aumento: 1) a introdução da IA generativa para a criação desse tipo de conteúdo; 2) a proliferação da venda de packs com imagens de nudez e sexo auto-geradas por adolescentes; 3) demissões em massa anunciadas pelas big techs, que atingiram as equipes de segurança, integridade e moderação de conteúdo de algumas plataformas", afirma.

    Entre os crimes de ódio online, destacaram-se o crescimento de 252,25% de denúncias de xenofobia e de 29,97% de denúncias de intolerância religiosa na rede. “O crescimento de denúncias desses dois crimes este ano está atrelado ao conflito no Oriente Médio”, analisa Tavares. Também houve pequeno crescimento de denúncias de tráfico de pessoas online: 11,11%. 

    Houve queda no número de denúncias de três crimes de ódio entre 2023 e 2022: racismo, - 20,36%; LGBTfobia, - 60,57% e misoginia, - 57,56%. A queda nas denúncias desse tipo de crime em 2023 já era esperada, uma vez que as denúncias de crimes de ódio aumentam em anos eleitorais, comportamento registrado em 2018, 2020 e 2022. A queda expressiva de denúncias desses indicadores, contudo, não foi suficiente para frear a tendência de alta no número de denúncias recebidas pela Safernet. 

    Dia da Internet Segura

    Os dados da Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos da Safernet são divulgados todos os anos por ocasião do Dia da Internet Segura. Este ano, a palestra principal do evento será justamente sobre a proteção da infância nos tempos de IA Generativa e será seguida de um painel sobre iniciativas globais de enfrentamento à violência sexual online. 

    Com o tema “Unidos para uma Internet mais positiva”, a versão brasileira do evento apresentará uma novidade neste ano: serão dois dias de debates, na terça (6) e na quarta-feira (7), na capital paulista. O encontro, que contará com a presença de especialistas nacionais e estrangeiros, também será transmitido em português e inglês pelo canal do NIC.br no YouTube, pelo site oficial e pela página da Safernet no Facebook. Os interessados em acompanhar as discussões presencialmente podem se inscrever de forma gratuita neste endereço. Jornalistas também devem se inscrever. 

    A Safernet não usa mais a expressão “pornografia infantil”

    Mundialmente é recomendado que a expressão “pornografia infantil” seja substituída por “imagens de abuso e exploração sexual infantil” ou “imagens de abusos contra crianças e adolescentes”. 

    A imagem de nudez e sexo envolvendo uma criança ou adolescente (por lei, pessoas de 0 a 18 anos incompletos), por definição, não é consensual. Logo, não se trata de pornografia, mas de imagens de crianças e adolescentes sendo sexualmente abusadas e exploradas. A Interpol, por exemplo, fez campanha contra o uso da expressão “pornografia infantil”.

    O uso da expressão pornografia pressupõe também o consumo passivo do conteúdo, o que diminui a percepção da gravidade da posse e distribuição dessas imagens. A Safernet adverte que quem consome imagens de violência sexual infantil é cúmplice do abuso e da exploração sexual infantil. 

    A pornografia legalizada pressupõe a participação livre e voluntária dos atores ou pessoas maiores de 18 anos, filmadas ou fotografadas em atos sexuais consensuais. 

    No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente prevê como crime vender ou expor fotos e vídeos com cenas de sexo explícito envolvendo crianças e adolescentes. Também é crime a divulgação dessas imagens por qualquer meio e a posse de arquivos desse tipo. 

    É possível realizar denúncias de páginas que contenham imagens de Abuso e Exploração Sexual de crianças e adolescentes na Central Nacional de Denúncias da Safernet Brasil. O processo é 100% anônimo. Em caso de suspeita de violência sexual contra crianças ou adolescentes, deve ser acionado o Disque 100.

    Pedidos de ajuda sobre abuso e aliciamento sexual

    O Helpline, o Canal de Ajuda da Safernet, também registrou este ano aumentos em pedidos de ajuda relacionados a aliciamento sexual infantil online, que registrou um aumento de 125%, e de casos relacionados à imagens de abuso e exploração sexual infantil na internet (aumento de 5,88%). 

    A maioria das pessoas que procurou o Canal de Ajuda queria informações sobre como denunciar possíveis casos de aliciamento e de imagens de abuso sexual na internet. Muitas das pessoas que procuram o canal são familiares das vítimas em busca de orientação também sobre como pedir a remoção desses conteúdos, ou apresentam relatos sobre compartilhamento dessas imagens criminosas em grupos fechados em aplicativos de mensagens.

    Com relação aos assuntos sobre os quais as pessoas mais fizeram pedidos de ajuda, em primeiro lugar ficaram demandas relacionadas a problemas com dados pessoais, seguidas de exposição de imagens íntimas, golpes, cyberbullying e questões relacionadas à saúde mental. Veja os indicadores completos do canal helpline aqui.

    Sobre a Safernet

    A Safernet existe desde 2005 e tornou-se a ONG brasileira de referência na promoção dos direitos humanos na internet. Com uma abordagem multissetorial, atua no combate a crimes cibernéticos contra os Direitos Humanos, no acolhimento de vítimas de violência online e em programas de educação, prevenção e conscientização. A Safernet mantém a Central Nacional de Denúncias, conveniada ao Ministério Público Federal e o Canal de Ajuda, o Helpline, para vítimas de violência e outros problemas online. A Safernet promove o uso seguro da internet com projetos educacionais como a Disciplina de Cidadania Digital e o programa Cidadão Digital

    Matéria publicada em 06/02/2024

    Mais informações

    Marcelo Oliveira

    Assessor de Imprensa

    Safernet Brasil

    11 981009521

  • Safernet apresenta índice de palavras que ajudará o mundo a combater produção e difusão de imagens de abuso sexual infantil

    / / Crimes na Web / Por admin / 1 ano 6 meses atrás

    A ONG brasileira Safernet Brasil apresentou em Paris no último dia 8 de novembro o primeiro conjunto de dados do projeto Discover, de desenvolvimento de tecnologias de prevenção ao abuso sexual infantil online. 

    Trata-se de um conjunto de 963 palavras-chave em português, inglês e acrônimos (siglas, abreviações, palavras codificadas ou com erros propositais de ortografia ou digitação) usadas por predadores sexuais ao organizar, divulgar, compartilhar ou trocar imagens de abuso e exploração sexual infantil e ou na tentativa de aliciar crianças e adolescentes a produzirem esses conteúdos. 

    O conjunto de palavras-chave foi pesquisado pela Safernet num universo de 100 mil textos associados a páginas e conteúdos com imagens de abuso e exploração sexual infantil em páginas denunciadas à ONG. 

    “Esses 963 termos foram coletados durante o processamento das denúncias de imagens de abuso e exploração sexual infantil realizadas pela Safernet no Brasil ao longo dos últimos anos. Essa indexação faz parte do Projeto Discover, e nosso objetivo é que possa ser aproveitado pela comunidade internacional”, explica o presidente da Safernet, Thiago Tavares. 

    O projeto Discover, da Safernet, é financiado pelo fundo SafeOnline. A Safernet foi uma das vencedoras de um edital da organização em 2021 e tornou-se a primeira instituição latino-americana a obter recursos desse fundo. 

    Apresentação em Paris

    As palavras-chave foram apresentadas por Tavares em reunião técnica de especialistas do mundo todo, convidados pelo fundo SafeOnline, We Protect e Governo Francês, em uma das oficinas do evento “Safe digital futures for children: data for change” (“Futuros digitais seguros para crianças: (uso de) dados para a mudança”, realizado nos dias 8 e 9 de novembro, na capital francesa. 

    A SafeOnline, We Protect e o Governo Francês lançaram durante o evento a iniciativa Laboratório para a Proteção da Criança Online

    No Brasil, a cada hora 6 crianças ou adolescentes são vítimas de violência sexual (Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2023) e 1 em cada 7 crianças em idade escolar no Brasil sofreu algum tipo de abuso sexual em sua vida (Pesquisa Pense, IBGE, 2019). No Brasil, 92% das crianças entre 9 e 17 anos usam a Internet todos os dias, e essas crianças estão passando cada vez mais tempo conectadas e têm acesso cada vez mais cedo a diferentes dispositivos, geralmente sem supervisão dos pais, conforme demonstrado pela pesquisa Tic Kids Online 2023 (CETIC.br).

    Como as palavras ajudarão a detectar conteúdo criminoso?

    Usando as palavras-chaves, a indústria, autoridades e pesquisadores selecionados poderão treinar algoritmos de aprendizado por máquinas (machine learning), e aperfeiçoar sistemas de detecção baseados em heurísticas de busca por esses termos. Somadas, essas medidas ajudarão na detecção de conteúdos ilegais e de seus propagadores. O trabalho realizado em busca de imagens ilegais contribuirá para que vítimas também sejam localizadas e identificadas de forma mais rápida, agilizando o combate ao abuso e à exploração sexual no Brasil e em outros países. 

    Por conceito, heurísticas são padrões comuns de texto ou palavras-chave que podem ser típicos de uma determinada categoria de violação de política.

    Conteúdos detectados por heurísticas geralmente são revisados por moderadores de conteúdo humanos antes que uma ação seja tomada sobre o conteúdo. Heurísticas são tipicamente utilizadas para permitir que as plataformas reajam rapidamente a novas formas de violações que surgem online, incluindo novas formas de disseminação de imagens de abuso e exploração sexual infantil. 

    “Sem conjuntos de dados de treinamento abrangentes, ricos e diversos construídos a partir de fontes em diferentes idiomas, as plataformas podem se tornar cegas e comprometer sua capacidade de sinalizar conteúdo para revisão humana e priorizar a ordem que tal conteúdo é revisado durante o processo de moderação”, afirma Tavares. 

    Apresentação feita pela Safernet em Paris 

    Denúncias de imagens de abuso sexual no Brasil aumentaram 79% nos últimos 10 meses

    O número de denúncias novas (links nunca antes reportados e não duplicados) com imagens de abuso e exploração sexual infantil aumentou 78,93% nos primeiros dez meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. A Safernet recebeu 60.765 novos links entre 1 de janeiro e 31 de outubro deste ano contra 33.961 links no mesmo período de 2022. 

    O número de links inéditos recebidos pela Safernet nestes 10 meses de 2023 já supera os 40.572 links inéditos recebidos durante todo o ano de 2022 na Central Nacional de Denúncias, mantida pela Safernet, que recebe denúncias de 10 diferentes crimes contra os direitos humanos na internet. 

    No total, ano passado, a Safernet recebeu 111.929 denúncias, um crescimento de quase 10% em relação às 101.833 de 2021. O patamar superior a 100 mil denúncias por dois anos seguidos não era atingido desde 2011. O total de denúncias é a soma dos links inéditos, separados e enviados às autoridades, mais os links duplicados.

    #18N Dia Mundial de Prevenção e Reparação ao Abuso e à Exploração Sexual Infantil

    A Safernet está divulgando esta nova etapa do projeto Discover e a parcial sobre denúncias de imagens de abuso sexual para chamar a atenção para o Dia Mundial de Prevenção e Reparação ao Abuso e à Exploração Sexual Infantil que deve ser celebrado anualmente dia 18 de novembro. A data foi estabelecida pela Assembleia Geral da ONU em 2022.

    Segundo a entidade End Violence Against Children (Fim da Violência contra As Crianças), uma parceria global lançada pelo secretário geral da ONU em 2016, a data apresenta uma oportunidade de “reconhecer a terrível magnitude da violência sexual contra crianças, ampliar o apoio aos sobreviventes e convocar coletivamente lideranças em todos os lugares para se comprometerem com mudanças duradouras em todo o mundo”.

    Sobre a Safernet

    A Safernet existe desde 2005 e tornou-se a ONG brasileira de referência na promoção dos direitos humanos na internet. Com uma abordagem multissetorial, atua no combate a crimes cibernéticos contra os Direitos Humanos, no acolhimento de vítimas de violência online e em programas de educação, prevenção e conscientização. A Safernet mantém a Central Nacional de Denúncias, conveniada ao Ministério Público Federal e o Canal de Ajuda, o Helpline, para vítimas de violência e outros problemas online. A Safernet promove o uso seguro da internet com projetos educacionais como a Disciplina de Cidadania Digital e o programa Cidadão Digital. 

    Importante: a Safernet recomenda que não se deve mais usar a expressão pornografia infantil

    Matéria publicada em 17/11/2023

    MATERIAL DE APOIO 

    Fala inicial de Thiago Tavares no evento de 8 de novembro de 2023

    Mesdames et Messieurs,

    Je vous remercie beaucoup de m'avoir accueilli ici. Je suis le fondateur et président de SaferNet Brésil. Pour ceux qui ne connaissent pas, SaferNet est la première ONG au Brésil à établir une approche multipartite pour protéger les droits des enfants dans l'environnement numérique. Depuis 2005, nous avons créé et coordonné la ligne d'urgence nationale Cybertipline, la ligne d'aide nationale et le Hub brésilien pour l'éducation et la sensibilisation à la sécurité en ligne. Nous avons 18 ans d'expérience dans la mise en œuvre de programmes innovants et primés avec un énorme impact social au Brésil.

    Au cours des 17 dernières années, notre hotline a traité 1 million de signalements uniques, dont plus de 50 % sont liés à la CSAM*. Plus de 700 mille contenus ont été supprimés.

    Au Brésil, toutes les heures, 6 enfants ou adolescents sont victimes de violence sexuelle. 1 enfant d'âge scolaire brésilien sur 7 a subi une forme d'abus sexuel au cours de sa vie. Au Brésil, 92 % des enfants âgés de 9 à 17 ans utilisent Internet tous les jours, et ces enfants passent de plus en plus de temps connectés et ont de plus en plus tôt accès à différents appareils, généralement sans la supervision des parents.

    Vous pouvez naviguer à travers les statistiques de notre hotline en utilisant un tableau de bord qui est publiquement disponible sur indicadores.safernet.org.br et approfondir ces chiffres.

    Financé par SafeOnline, SaferNet gère le projet Discover au Brésil dans le but de créer un bac à sable pour les chercheurs, de construire de nouveaux ensembles de données d'entraînement en langue portugaise et de permettre à des partenaires de confiance de développer des recherches contextuelles et basées sur des preuves interplateformes pour favoriser le développement de nouveaux prototypes open-source pour lutter contre la CSAM en ligne.

    Le projet permettra aux développeurs et aux chercheurs de D.I.S.C.O.V.E.R les comportements des délinquants et de mitiger leurs tentatives d'abus au Brésil et dans d'autres pays lusophones. Le modèle de données comprend des détails sur des entités telles que les URL, les noms de domaine, les textes, les mots-clés, les rapports et divers attributs liés à ces rapports.

    Comme nous le savons, les plateformes utilisent une combinaison d'heuristiques et d'algorithmes d'apprentissage automatique pour détecter automatiquement le contenu qui viole leurs règles et appliquer les politiques.

    Par définition, les heuristiques sont des modèles courants de texte ou de mots-clés qui peuvent être typiques d'une certaine catégorie de violation de politique.

    Les contenus détectés par les heuristiques sont généralement examinés par des modérateurs de contenu humains avant qu'une action soit prise sur le contenu. Les heuristiques sont généralement utilisées pour permettre aux plateformes de réagir rapidement aux nouvelles formes de violations qui émergent en ligne, y compris les nouvelles formes de diffusion de la CSAM.

    Sans ensembles de données d'entraînement complets, riches et diversifiés construits à partir de sources dans différentes langues, les plateformes peuvent devenir aveugles et compromettre leur capacité à marquer le contenu pour révision humaine et à prioriser l'ordre dans lequel ce contenu est examiné pendant le processus de modération.

    Pour collaborer avec la communauté SafeOnline qui travaille dur pour combler cette lacune, je suis ravi d'annoncer que nous lançons aujourd'hui, dans le cadre du projet Discover, un ensemble de données de mots-clés liés à la CSAM avec 963 heuristiques dans différentes langues, y compris le portugais, généré à partir d'un corpus d'environ 100 000 textes liés à la CSAM/CSAE collectés lors du traitement des rapports de la hotline brésilienne au cours des dernières années.

    Nous publierons le mois prochain le code source et la documentation du classificateur de texte et de l'algorithme d'entraînement également. Cet outil a la capacité de prétraiter les documents pour la sanitisation des textes et de prendre en compte les mots-clés pendant l'entraînement, favorisant la détection du contenu CSAM basé sur des textes dans des langues sous-représentées, telles que le portugais brésilien.

    SaferNet publiera également une API sécurisée, offrant un accès contrôlé à des chercheurs et développeurs sélectionnés au 2e trimestre de 2024 dans le cadre du projet Discover.

    Au Brésil, nos principaux partenaires sont : le ministère de la Justice et de la Sécurité publique, la Direction de la cybercriminalité de la police fédérale brésilienne, le Service des procureurs fédéraux brésiliens chargé de la lutte contre la cybercriminalité, le Centre d'information sur le réseau brésilien (NIC.br), l'Association des fournisseurs de services Internet brésiliens, les départements d'informatique de plusieurs universités, l'UNICEF et les principales plateformes opérant au Brésil : Google, Youtube, Meta, TikTok et X.

    Le projet DISCOVER favorise les synergies entre les partenaires en créant un cycle collaboratif et vertueux qui tire parti des données partagées et des connaissances pour améliorer la compréhension collective, stimuler l'innovation et amplifier l'impact des efforts de chaque entité pour lutter contre la CSAM au Brésil et bénéficiera certainement également à d'autres pays lusophones.

    Je suis ravi de cette opportunité de vous rencontrer tous en personne et j'ai hâte de rattraper beaucoup de personnes dans cette salle pour discuter de la façon dont nous pouvons collaborer pour favoriser ce travail au Brésil dans les mois à venir.

    Merci beaucoup! Thank you! Obrigado!

    *CSAM = child sexual abuse materials - materiais de abuso sexual infantil

  • Denúncias de imagens de abuso e exploração sexual infantil reportadas pela Safernet às autoridades crescem 84% em um ano

    / / Crimes na Web / Por admin / 1 ano 7 meses atrás

    As novas denúncias de imagens de abuso e exploração sexual infantil reportadas pela Safernet às autoridades cresceram 84% entre janeiro e setembro de 2023 em relação ao mesmo período do ano passado. 

    A Safernet recebeu um total de 54.840 novas denúncias de conteúdos com imagens de crianças abusadas sexualmente entre 1º de janeiro e 30 de setembro de 2023. No mesmo período do ano passado, a ONG, que mantém a Central Nacional de Denúncias, havia recebido 29.809 novas denúncias. 

    Apenas denúncias novas (links nunca antes denunciados) são encaminhadas às autoridades, no caso os procuradores do Ministério Público Federal, com o qual o hotline da Safernet tem convênio desde sua criação, em 2005. 

    Os dados da Safernet serão divulgados nesta quarta-feira (25), às 14h, no painel “Proteção de crianças e adolescentes contra abusos e violações sexuais na Internet”, durante o 8º Simpósio Crianças e Adolescentes na Internet. Os números da ONG condizem com os da pesquisa TIC Kids Brasil 2023, apresentados no evento mais cedo.

    A pesquisa aponta que as crianças estão acessando a internet cada vez mais cedo e por mais dispositivos. Este ano, a pesquisa apontou que 24% das crianças acessaram a internet aos 6 anos, contra 11% em 2015, primeiro ano da pesquisa. Em relação aos dispositivos, 97% das crianças usam a internet pelo celular, 70% pela televisão, 38% pelo computador e 22% pelo videogame. A TV e o videogame eram responsáveis, cada um, por 11% dos acessos de crianças à internet na primeira edição da pesquisa, em 2015. 

    Os dados da Safernet também são condizentes com os dados de operações da Polícia Federal envolvendo crimes cibernéticos que tiveram crianças e adolescentes como vítimas. Este ano foram 627 operações dessa natureza contra 369 no ano passado (aumento de 69,9% em relação ao ano passado). Ao todo, 291 pessoas foram presas nessas operações, número 46,23% maior que no ano passado. Os dados da PF foram divulgados em 16 de outubro, no lançamento do programa Boa na Rede, do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

    “O crescimento das denúncias de imagens de abuso e exploração sexual infantil é um indicador de que não se pode baixar a guarda na defesa das crianças e adolescentes em ambientes digitais. É fundamental o diálogo e a orientação dos pais e educadores para que esse público saiba identificar situações de risco; educação para o uso seguro e saudável da internet é fundamental”, afirma Thiago Tavares, presidente da Safernet. 

    Para Tavares, a regulação da internet é central nesse conjunto de ações em prol das crianças e adolescentes. “A indústria da web 2.0 -- das redes sociais -- está saindo da adolescência. E com a maturidade vem mais responsabilidade e o mundo inteiro está discutindo responsabilidade e regulação de plataformas, e o Brasil não está fora dessa discussão. Esse tema é central”, disse. 

    A Safernet não usa mais a expressão “pornografia infantil”

    Mundialmente é recomendado que a expressão “pornografia infantil” seja substituída por “imagens de abuso e exploração sexual infantil” ou “imagens de abusos contra crianças e adolescentes”. 

    A imagem de nudez e sexo envolvendo uma criança ou adolescente (por lei, pessoas de 0 a 18 anos incompletos), por definição, não é consensual. Logo, não se trata de pornografia, mas de imagens de crianças e adolescentes sendo sexualmente abusadas e exploradas. A Interpol, por exemplo, fez campanha contra o uso da expressão “pornografia infantil”.

    O uso da expressão pornografia pressupõe também o consumo passivo do conteúdo, o que diminui a percepção da gravidade da posse e distribuição dessas imagens. A Safernet adverte que quem consome imagens de violência sexual infantil é cúmplice do abuso e da exploração sexual infantil. 

    A pornografia legalizada pressupõe a participação livre e voluntária dos atores ou pessoas maiores de 18 anos, filmadas ou fotografadas em atos sexuais consensuais. 

    No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente prevê como crime vender ou expor fotos e vídeos cenas de sexo explícito envolvendo crianças e adolescentes. Também é crime a divulgação dessas imagens por qualquer meio e a posse de arquivos desse tipo. 

    É possível realizar denúncias de páginas que contenham imagens de Abuso e Exploração Sexual de crianças e adolescentes na Central Nacional de Denúncias da Safernet Brasil. Em caso de suspeita de violência sexual contra crianças ou adolescentes, deve ser acionado o Disque 100.

    Sobre a Safernet

    A Safernet existe desde 2005 e tornou-se a ONG brasileira de referência na promoção dos direitos humanos na internet. Com uma abordagem multissetorial, atua no combate a crimes cibernéticos contra os Direitos Humanos, no acolhimento de vítimas de violência online e em programas de educação, prevenção e conscientização. A Safernet mantém a Central Nacional de Denúncias, conveniada ao Ministério Público Federal e o Canal de Ajuda, o Helpline, para vítimas de violência e outros problemas online. A Safernet promove o uso seguro da internet com projetos educacionais como a Disciplina de Cidadania Digital e o programa Cidadão Digital

    Mais informações

    Marcelo Oliveira

    Assessor de Imprensa

    Safernet Brasil

    11 981009521

    Matéria publicada em 25/10/2023

  • Denúncias de imagens de abuso e exploração sexual infantil online compartilhadas pela SaferNet com as autoridades têm aumento de 70% em 2023

    / / Crimes na Web / Por arthur / 2 anos 1 semana atrás

    O total de denúncias de imagens de abuso e exploração sexual infantil compartilhadas pela SaferNet com as autoridades teve aumento de 70% nos primeiros quatro meses de 2023 em relação ao mesmo período do ano passado. Este é o maior crescimento de denúncias do gênero, neste período do ano, desde 2020. 

    De 1º de janeiro a 31 de abril de 2023 a SaferNet recebeu 23.777 denúncias únicas contra 14.005 denúncias únicas no mesmo período do ano passado. Denúncias únicas se referem a conteúdos que não haviam sido denunciados previamente, e que estão sob análise pelo MPF para determinar se há indícios de crime.

    Desde 2019, o número de links únicos compartilhados pela SaferNet com as autoridades cresceu nos primeiros quatro meses do ano em comparação com o mesmo período do ano anterior. A única exceção foi em 2022. 

    Veja aqui uma evolução desse tipo de registro desde 2019. 

    Já o total de denúncias recebidas pela Safernet ao longo dos anos de 2019 e 2022 registrou crescimento ininterrupto. Em 2022, a central recebeu mais de 100 mil denúncias pelo segundo ano consecutivo, algo que não acontecia desde 2011. 

    Central da Safernet facilita denúncias

    “O crescimento de denúncias é um termômetro do impacto causado nos usuários da Internet que se deparam com este tipo de conteúdo criminoso produzido por pessoas que usam a rede para difundir imagens de abusos sexuais contra crianças e adolescentes. O controle social é fundamental no enfrentamento aos abusadores”, afirma o diretor-presidente da Safernet, Thiago Tavares. 

    A Central de Denúncias da SaferNet funciona de maneira bem simples. Acesse denuncie.org.br, cole o link do endereço da internet que, na sua avaliação, deve ser investigado e siga os demais passos indicados na plataforma. “Todo o processo é anônimo. Muitas vezes, investigações sobre imagens dos abusos levam à prisão de estupradores e exploradores de crianças e adolescentes”, acrescenta Tavares. 

    “Sabemos que do ponto de vista das vítimas não é fácil romper a barreira do silêncio. A denúncia em si é simples de fazer, mas ainda há muitas barreiras a serem superadas, especialmente a necessidade de um maior fortalecimento da rede de proteção, que não consegue dar assistência adequada às vítimas”, afirma a psicóloga Juliana Cunha, diretora da Safernet. 

    Como funciona a central da Safernet

    A Safernet é a primeira ONG do Brasil a estabelecer uma abordagem multissetorial para proteger os Direitos Humanos no ambiente digital. Em 2005, a Safernet criou e coordena desde então a Central Nacional de Denúncias de Violações contra Direitos Humanos na Internet, um hotline que recebe denúncias anônimas de usuários da rede sobre 10 tipos de crimes online.

    A SaferNet tem um convênio com o Ministério Público Federal. Entre 2006 e 2022, a Central de Denúncias recebeu e processou 1.973.116 denúncias anônimas de imagens de abuso e exploração sexual infantil, envolvendo 524.197 páginas (links) distintos (das quais 415.085 foram removidos pelas plataformas onde estavam hospedados). O total de denúncias de imagens de abuso e exploração sexual infanto-juvenil equivale a 42,5% das denúncias recebidas pela Safernet ao longo desses 17 anos.

    Toda imagem de abuso e exploração sexual infantil é o registro de uma violência real. O MPF analisa os links e pode tomar várias providências:

    • Havendo materialidade de crime federal, pode instaurar uma investigação criminal; 
    • Quando a atribuição é estadual, o MPF encaminha o caso ao MP local;
    • Arquiva a denúncia quando o link não é mais encontrado, ou quando os dados são insuficientes, inválidos ou não existem indícios suficientes de materialidade delitiva.

    Muitas vezes é necessário que a Polícia Federal investigue os casos também e é comum que denúncias da Safernet embasem operações policiais contra abusadores, como ocorreu recentemente no Mato Grosso do Sul. Concluída a investigação, é o MPF ou o MP estadual, a depender do caso, que define se houve crime e oferece a denúncia à Justiça, que abre ou não processo contra o acusado. 

    Não é pornografia infantil, é prova de crime!

    Como estas imagens e vídeos são registros de estupros e outras violências contra crianças e adolescentes, a Safernet defende que não se use mais a expressão “pornografia infantil”.

    Mundialmente é recomendado que a expressão “pornografia infantil” seja substituída por “imagens de abuso e exploração sexual infantil” ou “imagens de abusos contra crianças”. A Safernet evita ao máximo o uso da expressão “pornografia infantil” em suas publicações. 

    A pornografia legalizada pressupõe a participação livre e consentida dos atores ou pessoas maiores de idade filmadas ou fotografadas em atos sexuais consensuais. É essencial o consentimento para a filmagem de um ato sexual lícito, entre adultos. 

    A imagem de nudez e sexo envolvendo uma criança ou adolescente, por definição, não é consensual. No Brasil, é estupro qualquer ato sexual com menor de 14 anos. 

    O uso da expressão pornografia pressupõe também o consumo passivo do conteúdo, o que diminui a percepção da gravidade da posse e distribuição desse conteúdo. A SaferNet adverte que quem consome esse tipo de imagens é cúmplice do abuso e da exploração sexual infantil. A Interpol, por exemplo, fez campanha contra o uso da expressão “pornografia infantil”.

    No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente prevê como crime vender ou expor fotos e vídeos cenas de sexo explícito envolvendo crianças e adolescentes. Também é crime a divulgação dessas imagens por qualquer meio e a posse de arquivos desse tipo. 

    É possível realizar denúncias de páginas que contenham imagens de Abuso e Exploração Sexual de crianças e adolescentes na Central Nacional de Denúncias da Safernet Brasil. Em caso de suspeita de violência sexual contra crianças ou adolescentes, deve ser acionado o Disque 100.

    DISCOVER - A Safernet tem claro que a repressão policial não basta. “É preciso um esforço de toda a sociedade pela prevenção", afirma Tavares. Visando isso, a Safernet criou o projeto DISCOVER, o primeiro projeto brasileiro selecionado pelo fundo End Violence Against Children, (EVAC, Fim da Violência contra As Crianças), uma parceria global lançada pelo secretário geral da ONU em 2016”. 

    Entre várias frentes, como aumentar a conscientização da população sobre o abuso e a exploração sexual infantil, o DISCOVER também facilitará o acesso gratuito a pesquisadores e desenvolvedores a dados inéditos sobre violência e exploração de crianças e adolescentes na internet, provenientes da Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos, mantido pela Safernet desde 2006. 

    O objetivo é que o acesso controlado a certos dados permita que pesquisadores, universidades, institutos de pesquisa e parceiros selecionados tenham mais capacidade para desenvolver pesquisas e novas tecnologias para a prevenção e o enfrentamento ao abuso sexual infantil online.

SaferNet Brasil | CNPJ: 07.837.984/0001-09