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  • SaferNet Brasil alerta que 64% das denúncias recebidas em 2025 são de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes na internet

    / / Crimes na Web / Por guilherme / 1 semana 6 dias atrás

    A SaferNet Brasil divulgou relatório que evidencia o agravamento da violência sexual contra crianças e adolescentes em ambientes digitais. Entre 1º de janeiro e 31 de julho de 2025, o Canal Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos registrou 49.336 denúncias anônimas de abuso e exploração sexual infantil, correspondendo a 64% do total de notificações no período, que foi de 76997 denúncias.

    Até 31 de dezembro de 2024, 19 anos de série histórica, o canal da SaferNet recebeu o total de 4.936.655 denúncias. Desse total, 2.153.069 denúncias foram de links contendo imagens de abuso e exploração sexual infantil (43,6% do total). Os números dos primeiros sete meses de 2025 demonstram a evidência que o tema do abuso e a exploração sexual infantil na internet volta a ter.  

    O relatório destaca duas tendências críticas: 

    • 1) o aumento expressivo das denúncias após a publicação do vídeo “Adultização”, do influenciador Felca, que até esta quarta-feira (20) teve 47 milhões de visualizações, gerou um recorde histórico em agosto e estimulou debates legislativos sobre a proteção infantojuvenil; 
    • 2) o uso crescente da inteligência artificial generativa para criar material de abuso sexual infantil, tanto por meio da manipulação de imagens reais quanto da produção de conteúdos hiper-realistas totalmente sintéticos.


    Dados revelam cenário crítico

    Entre janeiro e julho de 2025, o Canal Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos da SaferNet Brasil registrou 49.336 denúncias anônimas de abuso e exploração sexual infantil, classificadas como pornografia infantil, um crescimento de 18,9% em relação ao mesmo período de 2024. O total de denúncias recebidas em 2024 corresponde a 64% de todas as notificações recebidas no período, confirmando a centralidade desse crime no ambiente digital brasileiro. 

    Entre 6 a 18 de agosto, as denúncias atingiram um pico, em sintonia com a publicação do vídeo “Adultização”, do influenciador Felca. Foram mais de 6 mil registros apenas no mês, e 52% deles ocorreram após a viralização do vídeo, demonstrando como a mobilização social impacta diretamente na visibilidade desse tipo de violência online.

    Gráfico de linha intitulado "Denúncias explodem desde o vídeo 'Adultização'". O subtítulo informa que mais da metade das denúncias recebidas pela SaferNet em agosto (52%) ocorreu após o vídeo-viral, somando 3.246 registros. O gráfico mostra o número de denúncias diárias de 5 a 18 de agosto. Uma linha pontilhada vertical em 6 de agosto indica a data de publicação do vídeo. Os números de denúncias são os seguintes: dia 5 (160), dia 6 (170), dia 7 (372), dia 8 (212), dia 9 (182), dia 10 (193), dia 11 (pico de 522), dia 12 (194), dia 13 (147), dia 14 (155), dia 15 (pico de 465), dia 16 (138), dia 17 (140) e dia 18 (196). A linha do gráfico mostra picos acentuados após a publicação do vídeo. A fonte dos dados é a Central de Denúncias de Crimes Cibernéticos da SaferNet Brasil. O logo da SaferNet está no canto inferior direito.

     

    Repercussão política e regulação

    O relatório contextualiza os dados no cenário regulatório brasileiro, em especial o debate do PL 2.628/2022 — apelidada de Lei de Proteção de Crianças e Adolescentes no Ambiente Digital, que propõe deveres específicos para plataformas, como bloqueio de conteúdos de abuso sexual infantil, restrições a sistemas de recomendação de conteúdos (por exemplo, via algoritmos) e regras de controle parental.

    A SaferNet também analisa o modelo de notificação e retirada de conteúdo (notice and take down), vigente no Brasil, em contraste com a notificação e tomada de ação (notice and take action), previsto na Lei de Serviços Digitais europeia (Digital Services Act). A avaliação ressalta que respostas proporcionais e graduadas, além da simples remoção, podem ser mais eficazes no combate a conteúdos nocivos, sem comprometer direitos fundamentais como a liberdade de expressão.


    IA e exploração sexual infantil: riscos emergentes

    A SaferNet classifica como “material de abuso ou exploração sexual infantil” todos os conteúdos que retratam ou simulam violência sexual contra crianças e adolescentes. No caso da IA generativa, esses materiais incluem fotografias manipuladas, deepfakes e imagens artificiais criadas a partir de comandos de texto. O artigo 241-C do Estatuto da Criança e do Adolescente já prevê pena de 1 a 3 anos de prisão para imagens de abuso e exploração sexual infantil manipuladas. 

    A organização alerta que a facilidade de criação e a escala industrial de disseminação tornam esse tipo de crime particularmente desafiador para as autoridades, plataformas digitais e órgãos de fiscalização. 

    “Tratar conteúdos sintéticos como ‘menos graves’ é um erro. O impacto psicológico e social é comparável ao de abusos com vítimas reais. A IA amplia o alcance da violência e acelera sua circulação em redes sociais, sites e aplicativos de mensagens”, afirma Juliana Cunha, diretora da SaferNet e coordenadora da pesquisa em andamento sobre o tema.


    Pesquisa inédita e chamada pública

    Com apoio do fundo internacional Safe Online, iniciativa global da End Violence Against Children que financia projetos voltados à proteção de crianças e adolescentes em ambientes digitais, a SaferNet iniciou em julho de 2025 um estudo qualitativo para mensurar o impacto da IA generativa a partir da perspectiva dos adolescentes. O objetivo é fornecer evidências para subsidiar decisões de empresas de tecnologia, sociedade civil e poder público, superando o viés de respostas puramente punitivas.

    Para Juliana Cunha, diretora da SaferNet e responsável pela pesquisa, trata-se de um fenômeno recente e em rápida evolução — o que abre uma janela de oportunidade para propor respostas mais eficazes, baseadas em evidências. “O resultado desta pesquisa será a proposição de recomendações acionáveis para diferentes atores: empresas de tecnologia, que devem prevenir e mitigar riscos; o poder público, responsável por regular e fiscalizar; e a sociedade civil, que precisa atuar na conscientização e na denúncia.”

    Considerando a relevância do problema, a SaferNet abriu uma chamada pública para receber relatos de adolescentes, menores de 18 anos, que tenham sido vítimas da criação de imagens não consensuais com uso de inteligência artificial, bem como de pessoas que tenham conhecimento de tais situações, a fim de subsidiar a produção de evidências, recomendações e políticas de proteção mais eficazes. 

    A participação é possível através do canal de ajuda da SaferNet ou por um formulário especializado para recebimento de denúncias de deepfakes entre adolescentes: bit.ly/pesquisadeepfake 

    Leia a íntegra do relatório da SaferNet aqui.


    Sobre a SaferNet Brasil

    A SaferNet, ONG brasileira referência na promoção dos direitos humanos na internet, completa 20 anos em dezembro de 2025. Ao longo de sua trajetória, adotou uma abordagem multissetorial para enfrentar crimes cibernéticos contra os direitos hreal" é um erroumanos, acolher vítimas de violência online e desenvolver programas de educação, prevenção e conscientização.

    A SaferNet é responsável pelo Canal Nacional de Denúncias (www.denuncie.org.br), conveniado ao Ministério Público Federal, e pelo Canal de Ajuda (www.ajuda.org.br), o Helpline, voltado às vítimas de violência e outros problemas no ambiente digital. Também promove o uso seguro da internet por meio de iniciativas como a Disciplina de Cidadania Digital. Reconhecida internacionalmente, a SaferNet opera o quinto hotline mais atuante do mundo na cooperação com redes de outros países para combater a proliferação de imagens de abuso e exploração sexual infantil.

    Texto publicado em 20/08/2025

    Mais informações para imprensa:

    Marcelo Oliveira
    Assessor de Imprensa - SaferNet Brasil
    Whatsapp: 11-98100-9521

  • Denúncias à SaferNet de abuso e exploração sexual infantil na internet aumentam 114% após vídeo-viral de Felca

    / / Crimes na Web / Por marcelo / 2 semanas 5 dias atrás


    O número de denúncias de “pornografia infantil” recebidas pela SaferNet aumentou 114% desde que o influenciador Felca denunciou como criadores de conteúdo ganham dinheiro explorando vídeos nas redes sociais com conteúdos de teor sexual envolvendo crianças e adolescentes.

    A medição foi realizada nesta terça-feira (12) no sistema de denúncias da ONG, que mantém há quase 20 anos o Canal Nacional de Denúncias de Crimes e Violações a Direitos Humanos na Web. Entre 6 de agosto, data em que foi postado o vídeo, e as 0h desta terça-feira (12 de agosto), a SaferNet recebeu 1651 denúncias únicas. No mesmo período do ano passado, o hotline da organização havia recebido 770 denúncias, um aumento de 114%. 

     

    Para efeito de comparação, a SaferNet levantou os números do primeiro semestre de 2025 (28.344 denúncias) em relação ao primeiro semestre de 2024 (23.799 denúncias). O aumento de “pornografia infantil” entre um ano e outro havia sido, portanto, de apenas 19%, considerado normal após a queda de 26% registrada em 2024. 


    Denúncias únicas são as denúncias que a SaferNet recebe de forma anônima de usuários da internet e disponibiliza ao Ministério Público Federal, após a filtragem que realiza. Nessa avaliação, a SaferNet coleta evidências, exclui os links repetidos e agrupa os comentários recebidos com os links. A análise do mérito (do teor dos links denunciados e se há indício de crime) é feita por técnicos e analistas do  MPF, órgão federal com atribuição legal para iniciar e conduzir investigações cíveis e criminais em temas de direitos humanos. 

    Segundo Thiago Tavares, presidente da SaferNet, esse crescimento de denúncias de imagens de abuso de exploração sexual infantil na internet em agosto é efeito do vídeo viral de Felca. "Há anos, o tema do abuso sexual infantil online não gerava um debate tão grande na sociedade brasileira, e a repercussão do vídeo, obviamente, estimulou as pessoas a denunciar".

    Em seu vídeo viral Adultização, Felca apontou duas questões que a SaferNet vem denunciando sistematicamente desde o ano passado: o uso do Telegram como plataforma para distribuir e vender os vídeos produtos dos abusos e exploração das crianças, e o uso por esses criminosos de acrônimos, siglas e emojis para falar desse tipo de conteúdo sem chamar atenção, tanto ao vender as imagens dos abusos, quanto para aliciar novas vítimas. É o caso, por exemplo, da sigla cp (child porn), encontrada em vários grupos de troca e venda de “pornografia infantil” e mostrada no vídeo viral do influenciador. 

    A SaferNet não recomenda o uso da expressão “pornografia infantil”. O uso da expressão “pornografia” minimiza a gravidade que têm esses crimes. A posse, o registro, a distribuição e a venda de imagens de abuso e exploração sexual infantil perpetuam e multiplicam a dor de crimes mais graves: o estupro, o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes. Saiba mais em nosso miniguia sobre como falar de violência sexual. Observação importante: no formulário de denúncias a SaferNet segue usando a expressão mencionada, pois essa nomenclatura aparece no texto da lei.

    Sobre a SaferNet

    A Safernet completará 20 anos de existência em dezembro deste ano. Durante sua trajetória, a ONG brasileira tornou-se referência na promoção dos direitos humanos na internet. Com uma abordagem multissetorial, atua no enfrentamento aos crimes cibernéticos contra os Direitos Humanos, no acolhimento de vítimas de violência online e em programas de educação, prevenção e conscientização. 

    A Safernet mantém o Canal Nacional de Denúncias www.denuncie.org.br , conveniado ao Ministério Público Federal e o Canal de Ajuda.org.br, o Helpline, para vítimas de violência e outros problemas online. A Safernet promove o uso seguro da internet com projetos educacionais como a Disciplina de Cidadania Digital.

    A SaferNet mantém o quinto hotline que mais coopera com hotlines de outros países no combate à proliferação de imagens de abuso e exploração sexual infantil.

    Texto publicado em 14/08/2025

    Mais informações à imprensa

    Marcelo Oliveira

    Assessor de Imprensa

    SaferNet Brasil
    Whatsapp: 11-98100-9521

  • Dados da SaferNet sobre tráfico de pessoas integram painel do Ministério da Justiça

    Aliciamento on-line / / Crimes na Web / Por marcelo / 1 mês 4 semanas atrás
    Brasília, 4 de julho de 2025 - Dados do Canal de Denúncias da SaferNet Brasil integram o novo Painel de Dados sobre Tráfico de Pessoas do Ministério da Justiça e Segurança Pública, lançado nesta sexta-feira, conjuntamente com um relatório sobre o tema. Ambas as iniciativas são da Secretaria Nacional de Justiça. 

    Brasília, 4 de julho de 2025 - Dados do Canal de Denúncias da SaferNet Brasil integram o novo Painel de Dados sobre Tráfico de Pessoas do Ministério da Justiça e Segurança Pública, lançado nesta sexta-feira, conjuntamente com um relatório sobre o tema. Ambas as iniciativas são da Secretaria Nacional de Justiça. 

    Fundada em 2005, a SaferNet mantém o canal desde 2006, que é o hotline brasileiro para denúncias de crimes cibernéticos contra os direitos humanos. Atualmente a ONG, 100% brasileira, funciona como um centro de referência nacional para uma internet mais segura. Com abordagem multissetorial, além das denúncias, a SaferNet mantém o Helpline, um canal de ajuda para vítimas de crimes na internet e atua na área de educação, com foco em Cidadania Digital. 

    O canal recebe denúncias de nove violações de direitos humanos em ambientes digitais e de maus tratos contra animais na internet. O crime de tráfico de pessoas online foi o único que apresentou aumento de casos em 2024. 

    No ano passado, o canal denuncie.org.br recebeu 972 denúncias contendo links na internet com conteúdo suspeito de tráfico de pessoas, contra 810 em 2023, um aumento de 16,6%. Esse total de denúncias foi analisado pela ONG e foram remetidos ao Ministério Público Federal 423 links, após a exclusão de casos repetidos, 17,5% a mais que em 2023. 

    O crime de tráfico de pessoas online passou a integrar o formulário da central de denúncias da SaferNet em 2010, por ocasião da conferência mundial da UNODC (Escritório da ONU Contra Drogas e Crime), realizada em Salvador. 

    Desde então, a SaferNet passou a receber e analisar evidências de conteúdos, contas, sites e plataformas na web utilizadas para o recrutamento, inclusive de crianças e adolescentes, de pessoas para fins de exploração sexual, doméstica e internacional. 

    “As denúncias recebidas geralmente contém links de sites e contas falsas em redes sociais que funcionam como isca para recrutar mulheres, inclusive crianças e adolescentes, para fins de exploração sexual no Brasil e no exterior”, afirma Thiago Tavares, presidente da SaferNet Brasil. 

    Esses dados são compartilhados, como todas as outras denúncias recebidas pela SaferNet, com o Núcleo de Combate aos Crimes Cibernéticos do MPF que instaurou dezenas de procedimentos de investigação criminal a partir das denúncias trazidas pelos cidadãos, permitindo identificar, por exemplo, “falsas agências de modelo recrutando adolescentes pelas redes sociais para fins de exploração sexual durante feiras, congressos e grandes eventos no Brasil”.

    Entre 2011 e 2012, a SaferNet cooperou com o Senado Federal, e disponibilizou um formulário web de denúncias para auxiliar a CPI sobre o Tráfico de Pessoas. 

    “Os dados coletados pela SaferNet Brasil nesses 15 anos permitiram a geração de indicadores que hoje são utilizados por pesquisadores, jornalistas e formuladores de políticas públicas para entender o impacto e evolução do uso criminoso de plataformas e serviços digitais para o tráfico de pessoas, sobretudo para fins de exploração sexual”, afirmou Tavares na cerimônia de lançamento do painel e do relatório. 

    Nesse período a SaferNet Brasil recebeu e processou 18379 denúncias anônimas de Tráfico Humano envolvendo 7598 páginas da internet diferentes entre si. Desse total, 5522 foram removidas. O painel de dados lançado hoje pelo MJSP traz um recorte desses dados (veja imagems abaixo), compreendendo o período de 2017 a 2024.

    Os dados divulgados hoje, na avaliação de Tavares, evidenciam a necessidade da cooperação internacional. “A UNODC exerce um papel singular na comunidade das nações ao conectar e qualificar os sistemas de justiça criminal em todo o mundo, produzindo relatórios, indicadores, guias e capacitações essenciais ao enfrentamento a esse crime no Brasil”, disse. 

    O MJSP em seu papel institucional de formulador e articulador das políticas públicas tem dialogado e trabalhado em parceria com a sociedade civil para coletar, sistematizar e analisar dados, inclusive na fronteira digital. As iniciativas do MJSP na defesa de direitos nos ambientes digitais ganha mais relevância no momento em que o STF decidiu que as plataformas digitais têm que moderar conteúdo para evitar co-responsabilização por conteúdo criminoso e um dos delitos listados na decisão é o tráfico de pessoas. 

    Para denunciar crimes contra os direitos humanos na internet, acesse: denuncie.org.br

    Veja como foi o lançamento do relatório e o painel no MJSP aqui. A fala de Thiago Tavares começa às 1h8min50s do vídeo. 

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    Marcelo Oliveira
    Assessor de Imprensa
    SaferNet Brasil
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  • SaferNet lança miniguia sobre como falar de violência sexual contra crianças e adolescentes

    / / Crimes na Web / Por marcelo / 3 meses 2 semanas atrás

    Neste Maio Laranja, mês em que o país celebra o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes no Brasil, e reflete sobre como enfrentar essa grave realidade, a SaferNet lança o “Miniguia para comunicadores e criadores de conteúdo: como falar sobre violência sexual contra crianças e adolescentes?”. 

    A violência sexual contra crianças é um tema complexo e muitas vezes mal compreendido. Diante desse cenário, é crucial desconstruir estigmas e influenciar a opinião pública, abordando o assunto com clareza, responsabilidade e sensibilidade, para que a sociedade possa reconhecer, enfrentar e, principalmente, prevenir esse grave problema.

    As palavras possuem grande impacto, especialmente quando se trata de proteger crianças. Termos desatualizados ou imprecisos podem distorcer a realidade sobre abuso e, sem querer, causar ainda mais danos. 

    “Precisamos repensar a linguagem que usamos para falar sobre violência sexual. As palavras que escolhemos influenciam diretamente na forma como a sociedade compreende, enfrenta e previne essa violência”, afirma Juliana Cunha, diretora de Projetos Especiais da SaferNet, e coordenadora da publicação, que tem apoio do Safe Online, iniciativa global para investimento em ações de proteção à infância na internet, criado pela ONU e administrado pelo Unicef. 

    O guia explica o que é a violência sexual contra crianças e adolescentes, e traz orientações práticas sobre como tratar o tema com responsabilidade. Ele também define as principais terminologias adotadas pela comunidade internacional, e propõe boas práticas na cobertura jornalística e na criação de conteúdo sobre o assunto. 

    Um exemplo dado na publicação é que não se deve usar mais a expressão “pornografia infantil”. Apesar de ainda ser o nome usado comumente para se referir aos crimes previstos nos artigos 240 e 241 do Estatuto da Criança e do Adolescente para quem realiza diversos tipos de atos envolvendo imagens de abuso e exploração sexual infantil, o uso da expressão “pornografia” minimiza a gravidade desses crimes. 

    O miniguia explica também o que é o estupro virtual, a extorsão sexual e outras situações que também vitimizam crianças e adolescentes. 

    O guia explica também que é fundamental focar na vítima e não no autor ao dar notícias ou comentar sobre crimes sexuais contra crianças e adolescentes, preservando-as ao máximo. Links com conteúdos criminosos jamais devem ser compartilhados, mesmo no intuito de causar indignação, mas, sim, denunciados às autoridades competentes. 

    A SaferNet mantém um Canal de Denúncias para que o usuário da internet denuncie esse tipo de conteúdo em total anonimato: denuncie.org.br . E, para as vítimas e testemunhas, que muitas vezes não sabem o que fazer diante de situações como essas na internet, a ONG mantém o Canal de Ajuda, disponível no endereço: canaldeajuda.org.br

    Acesse o miniguia aqui

    Texto publicado em 19/05/2025

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    Marcelo Oliveira

    Assessor de Imprensa

    SaferNet Brasil

    11-98100-9521

  • Faça Bonito: SaferNet participa de eventos e ações em Belo Horizonte, Brasília, Rio, Recife e São Paulo

    / / Crimes na Web / Por marcelo / 3 meses 3 semanas atrás

    O ano de 2025 marca o 25º ano da mobilização em torno do 18 de Maio, data em que é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, instituído por lei federal no ano 2000 e a SaferNet, organização não governamental de referência na prevenção e combate ao abuso e à exploração sexual infantil na internet estará envolvida em diferentes ações da campanha “Faça Bonito” pelo país.

    Em 2024, a SaferNet recebeu 52.999 novas denúncias (não repetidas) de crimes relacionados a imagens de abuso e exploração sexual infantil na internet (“pornografia infantil”), 26% menos que as 71.867 de 2023 – o recorde absoluto da série histórica iniciada em 2006 pela ONG, mas não é a hora de “baixar a guarda”.

    “Apesar da queda, o número de denúncias de crimes envolvendo imagens de abuso e exploração sexual recebidas pela Safernet em 2024 é a quarta maior marca da série histórica, iniciada há 19 anos”, afirma o presidente da SaferNet, Thiago Tavares.

    Mesmo com a queda nas denúncias de usuários da internet, mais casos têm sido investigados. A Polícia Federal realizou, em 2023, por exemplo, 1074 operações de combate ao abuso sexual de crianças e adolescentes contra 502 em 2022, um aumento de 114%.

    A SaferNet atualmente realiza buscas ativas de conteúdos criminosos, no âmbito do projeto Discover, e os links com indícios de crime localizados por iniciativa da ONG aumentaram, levando a organização brasileira ao quinto lugar do ranking de cooperação internacional da InHope. Em 2024, para cada link denunciado por usuários da internet, a SaferNet localizou outros 3,5 usando tecnologias de ponta de inteligência artificial combinadas com análise humana.

    Agenda da SaferNet pelo Brasil

    BELO HORIZONTE

    Quando?
    14 de maio (hoje, quarta-feira), a SaferNet participa do painel de abertura do seminário “A Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes no Ambiente Digital”, promovido pelo Ministério Público de Minas Gerais. A diretora de projetos especiais da SaferNet, Juliana Cunha, falará sobre “Violência cibernética: desafios, políticas públicas e estratégias de proteção”.
    Horário?
    10h às 18h30, Fundac, Fundação de Artes e Cultura, Lagoinha, Belo Horizonte.

    RECIFE

    Quando?
    Desde 7 de maio, a SaferNet está promovendo oficinas na cidade para diferentes públicos. A ONG recebeu pais e responsáveis na Casa Menina Mulher, no dia 7, para falar de Enfrentamento às Violências Sexuais no ambiente digital e, no dia 9, o mesmo tema foi debatido com as adolescentes da casa. Essa semana teremos mais duas programações:

    14 de maio (hoje, quarta-feira) - A SaferNet vai à Escola Municipal Rodolfo Aureliano para uma oficina com os estudantes sobre Prevenção às Violências Sexuais no Ambiente Digital.
    14h - EM Dr Rodolfo Aureliano - Várzea, Recife;

    16 de maio (sexta-feira) - Oficina com adolescentes da OAF sobre Enfrentamento às Violências Sexuais no ambiente digital.
    Horário?
    8h30 (dia 16, sexta-feira) - OAF - Organização de Auxílio Fraterno, Boa Vista, Recife.

    BRASÍLIA

    Quando?
    19 de maio - Tavares participa da Semana Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes.
    Horário?
    15h30 - painel durante o Encontro Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual Online contra Crianças e Adolescentes, agenda que integra a semana.

    Quando?
    21 de maio - O assistente de projetos da SaferNet, Gustavo Barreto, que também integra o Conselho Nacional da Juventude, como representante da sociedade civil, participa da programação da semana nacional em um painel sobre Boas Práticas baseadas nos eixos do Programa Nacional de Enfrentamento da Violência contra Crianças e Adolescentes (PNEVSCA).
    Horário?
    14h - painel sobre protagonismo de crianças e adolescentes, no qual serão apresentados resultados do programa Cidadão Digital, da SaferNet.

    SÃO PAULO

    Quando?
    21 de maio - A estudante de jornalismo e embaixadora da SaferNet, Julia Fernandes, falará sobre o uso seguro e consciente de tecnologias e da internet com adolescentes de 12 a 15 anos, alunos do 6º ao 9º ano, no Laboratório de Educação Digital da Escola Municipal de Ensino Fundamental Raimundo Correia, em São Miguel Paulista. A atividade será registrada por estudantes do projeto Imprensa Jovem, do município de São Paulo, para o quadro “Imprensa Jovem no Ar”, do programa “Boas Práticas Escolares”, da TV Cultura.
    Horário?
    8h

    RIO DE JANEIRO

    Quando?
    29 de maio - A diretora de projetos especiais da SaferNet, Juliana Cunha, e a estudante de jornalismo e embaixadora da SaferNet, Julia Fernandes, participam da Rio2C (Rio Creative Conference), no painel “Infâncias Conectadas: Prioridades e Direitos na Era Digital”, no qual será discutido como garantir que as crianças cresçam em um ambiente digital que respeite seus direitos, promova seu bem-estar e fomente sua humanidade?
    Horário?
    15h30 - Palco Future U - Cidade das Artes, Rio de Janeiro

    Sobre o 18 de maio e o Faça Bonito

    O Brasil, ao estabelecer a data, oficializou a necessidade de ações contínuas e coordenadas para proteger crianças e adolescentes da violência sexual. A data alinha-se diretamente aos princípios do Plano Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, que orienta as políticas públicas e ações em todo o território nacional, buscando prevenir, proteger e responsabilizar nos casos de violência sexual, promovendo uma cultura de proteção integral.

    O objetivo da data é mobilizar, sensibilizar, informar e convocar toda a sociedade a participar da defesa dos direitos de crianças e adolescentes. A violência sexual praticada contra crianças e adolescentes envolve vários fatores de risco e vulnerabilidade quando se considera marcadores sociais como as relações de gênero, raça/etnia, orientação sexual, classe social, local de moradia (rural ou urbana), condições econômicas e fatores geracionais.

    A mobilização em torno da data é do Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes e da Rede ECPAT Brasil, uma coalização de organizações da sociedade civil que trabalha para a eliminação da exploração sexual de crianças e adolescentes, compreendendo todas as suas dimensões.

    A data relembra o cruel assassinato da menina Araceli Crespo, aos 8 anos. Ela foi sequestrada, violentada e morta em 18 de maio de 1973, em Vitória (ES).

    A Resolução Nº 236/2023 do CONANDA oficializou a campanha "Faça Bonito - Proteja nossas crianças e adolescentes", com a flor amarela e laranja como símbolo nacional do enfrentamento ao abuso e exploração sexual, orientando ações de prevenção e proteção em todo o território nacional.

    Em 2025, o convite é para florir mais uma vez o Brasil no mês de maio, e fortalecer o símbolo, que remete à lembrança dos desenhos da primeira infância e evoca o cuidado para o desenvolvimento saudável da infância e da adolescência. O slogan "Faça Bonito" convoca à ação contínua, responsabilizando cada indivíduo e a sociedade na proteção contra a violência sexual.

    Texto publicado em 14/05/2025

    Mais informações:
    Marcelo Oliveira
    Assessor de Imprensa
    SaferNet Brasil
    11-98100-9521

  • Brasil entra no top 5 de países que mais denunciaram abuso infantil na internet em 2024

    / / Crimes na Web / Por marcelo / 5 meses 2 dias atrás

    Relatório Global da InHope, associação internacional que reúne 55 hotlines (canais de denúncia de crimes na internet) pelo mundo, apontou a SaferNet como o quinto hotline que mais contribuiu para o esforço global na detecção de páginas contendo material de abuso sexual de crianças (CSAM) no ano passado. O Brasil compartilhou com esses canais no exterior 48.874 páginas em 2024.  

    Das 48.874 páginas diferentes entre si encaminhadas pela SaferNet à rede InHope ano passado, 10.823 derivam das 52.999 denunciadas à SaferNet por usuários da internet. Essas páginas foram encaminhadas para hotlines e autoridades de outros países, uma vez que o conteúdo desses endereços na internet indicavam que as vítimas de abuso sexual infantil eram estrangeiras ou os crimes apontados na denúncia não ocorreram no Brasil.

    Outras 38.051 páginas encaminhadas aos hotlines estrangeiros com indícios de abuso sexual infantil foram encontradas com o auxílio de ferramentas de deteção automatizada e busca pró-ativa, por meio do projeto Discover. 

    As 10.823 páginas denunciadas à SaferNet e as 38.051 páginas localizadas na internet pela ONG, somadas, compõem o total de 48.874 páginas compartilhadas pela SaferNet Brasil com outros hotlines membros do InHope em 2024.

    Entre 2022 e 2024, a SaferNet saltou de 27º lugar no ranking de cooperação internacional entre os hotlines para o 5º lugar. Em 2024, o Brasil foi superado apenas pelos hotlines da Bulgária, Reino Unido, Holanda e Alemanha. 

    A via é de mão dupla. O Brasil também recebe conteúdo oriundo de outros países. Em 2024, a rede de 55 hotlines, presente em 51 países, detectou a existência de 1.155 páginas diferentes hospedadas no Brasil, o que equivale a 0,05% de todas as páginas contendo material de abuso sexual infantil detectadas no mundo. Essas páginas foram recebidas e analisadas pelo Núcleo Técnico de Combate aos Crimes Cibernéticos do MPF e autuadas para investigação.

    Acesse o relatório da InHope.

    Hospedagem versus produção, consumo e distribuição

    É vital reconhecer que a hospedagem é apenas uma parte do quadro mais amplo quando se trata da criação, distribuição e consumo de material de abuso sexual infantil (CSAM). Embora os relatórios de hospedagem possam nos informar onde está localizada a maior concentração de servidores contendo CSAM, isso não deve ser confundido com a produção e o consumo de CSAM, que podem ocorrer em qualquer lugar.

    O abuso e a exploração sexual de crianças são problemas generalizados em todo o mundo, e nenhum país está imune. A ausência de informações sobre hospedagem em um determinado país ou região geográfica não significa que o abuso não esteja ocorrendo, que conteúdos digitais de abuso não estejam sendo criados ou que não haja vítimas necessitando ajuda. É fundamental entender que a falta (ou menor quantidade) de dados relatados não significa que o problema não exista. 

    A representação da África e da América Latina nas estatísticas da InHope pode dar a entender a ausência de CSAM na região, mas, na verdade, faltam canais de denúncia. Há apenas quatro membros da InHope na América Latina (Brasil, Argentina, Colômbia e México). E seus representantes destacam duas necessidades importantes para melhorar a situação global de combate a CSAM na região:

     

    • A necessidade de novas ferramentas de detecção de CSAM treinadas com datasets em língua portuguesa; 

     

    • Novas iniciativas de pesquisa sobre a profundidade do abuso sexual infantil, em regiões em desenvolvimento. São necessárias mais evidências para avaliar o que impulsiona a produção, o consumo e a disseminação de material de abuso sexual infantil em países da região, inclusive no Brasil.

    Relatórios da SaferNet sobre a comercialização de imagens de abuso sexual infantil no Telegram evidenciam a importância da pesquisas pró-ativa para mapear as redes comerciais que lucram com a exploração sexual de crianças e adolescentes no Brasil. O relatório anual da InHope será divulgado numa conferência online que será transmitida na manhã desta quinta-feira (3), direto de Amsterdã (Holanda), onde fica a sede da associação dos hotlines, que é financiada pela Comissão Europeia. 

    “A SaferNet Brasil foi a primeira organização da América Latina a se tornar membro pleno do InHope, em 2013. Desde então os avanços tecnológicos têm aumentado a complexidade de detecção e o volume de imagens de abuso sexual infantil na web. A Internet não tem fronteiras, o que torna a cooperação internacional nessa área absolutamente imprescindível”, afirma Thiago Tavares, presidente da SaferNet Brasil.

    A SaferNet é uma organização de defesa dos direitos humanos na internet, 100% brasileira, e desde 2006 trabalha em parceria com o Ministério Público Federal no recebimento e processamento de denúncias de crimes e violações a Direitos Humanos na Internet. Devido ao caráter mundial da internet, cerca de 98% de todos os conteúdos ilegais denunciados à ONG no Brasil está hospedado em servidores e aplicações de internet no exterior. 

    “Devemos lembrar sempre que esses conteúdos são prova material de estupros ocorridos no mundo ´real´e quem compra ou baixa esses arquivos, além de estar cometendo crime, apoia e financia criminosos. Embora o Brasil não seja um grande hospedeiro (a maioria dos data centers não está localizada no país) é um país produtor e grande consumidor de imagens de abuso sexual, inclusive com uso de Inteligência Artificial Generativa. A maior parte desse conteúdo está hospedada em sites e servidores no exterior”, complementa.

    SaferNet participa de eventos técnicos em Amsterdã e Lyon

    O presidente da SaferNet, Thiago Tavares, a convite do Ministério da Justiça e Segurança Pública, integrará a delegação oficial que representará o Brasil no Encontro Global sobre Padrões de Verificação de Idade, que será realizado de 8 a 10 de abril, em Amsterdã, Holanda. 

    Este é o segundo encontro mundial sobre o tema e o objetivo do grupo é avançar em direção a um padrão mundial de verificação de idade na internet, visando o aumento da segurança em especial para grupos mais vulneráveis, como idosos, crianças e adolescentes. 

    Participarão do encontro na Holanda delegações de 55 países, com grande participação de países do sul global e membros do G20.

    Em seguida, Tavares segue para Lyon, na França, onde participará do 41º Encontro Operacional da Interpol do Grupo de Especialistas em Crimes contra a Infância. O evento acontece de 14 a 17 de abril. 

    Tavares apresentará a evolução do trabalho do projeto Discover, mantido pela ONG com recursos do fundo internacional End Violence Against Children, criado pela Assembléia Geral das Nações Unidas e administrado pelo UNICEF. 

    O Discover trabalha com a detecção pró-ativa de links com conteúdo de abuso e exploração sexual infantil por meio de pesquisas utilizando 1300 elementos de identificação catalogados que foram descobertos entre usuários falantes de língua portuguesa, espanhola e inglesa em páginas brasileiras e que utilizam esses termos desde a fase do assédio a crianças e adolescentes (grooming) até a difusão e a venda desses conteúdos. 

    O glossário catalogado pela SaferNet reúne palavras, acrônimos, siglas, hashtags e emojis. Em novembro de 2023, a SaferNet esteve na França, a convite do governo local, em evento do fundo SafeOnline. Na ocasião, o glossário reunia 963 expressões. Nos últimos 15 meses houve um aumento de 35% nas expressões catalogadas. 

    Sobre a Safernet

    A Safernet existe desde 2005 e tornou-se a ONG brasileira de referência na promoção dos direitos humanos na internet. Com uma abordagem multissetorial, atua no combate a crimes cibernéticos contra os Direitos Humanos, no acolhimento de vítimas de violência online e em programas de educação, prevenção e conscientização. A Safernet mantém a Central Nacional de Denúncias, conveniada ao Ministério Público Federal e o Canal de Ajuda, o Helpline, para vítimas de violência e outros problemas online. A Safernet promove o uso seguro da internet com projetos educacionais como a Disciplina de Cidadania Digital.

    Texto publicado em 3/4/2025

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