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  • Xenofobia, intolerância religiosa e misoginia foram os crimes denunciados à Safernet que mais cresceram nas eleições

    / / / Por admin / 1 ano 5 meses atrás
    Os crimes de xenofobia (ódio a imigrantes estrangeiros ou pessoas de outras regiões do país), intolerância religiosa e misoginia (aversão ou incitação ao ódio às mulheres) foram os três crimes de ódio cujas denúncias lideraram o aumento global de 39,3% no total de denúncias de discurso de ódio na internet registrados pela Safernet, organização não governamental que mantém uma central nacional para denunciar crimes contra os direitos humanos na web.  Xenofobia teve um aumento de 821% em relação à 2021, já intolerância religiosa teve crescimento de 522% e misoginia, de 184%. 

    Os crimes de xenofobia (ódio a imigrantes estrangeiros ou pessoas de outras regiões do país), intolerância religiosa e misoginia (aversão ou incitação ao ódio às mulheres) foram os três crimes de ódio cujas denúncias lideraram o aumento global de 39,3% no total de denúncias de discurso de ódio na internet registrados pela Safernet, organização não governamental que mantém uma central nacional para denunciar crimes contra os direitos humanos na web. 

    Xenofobia teve um aumento de 821% em relação à 2021, já intolerância religiosa teve crescimento de 522% e misoginia, de 184%. 

    Entre 1º de janeiro de 2022 e 31 de outubro de 2022, a Safernet recebeu 54888 denúncias, 39,3% a mais que as 39379 recebidas no mesmo período do ano passado. 

    Este é o terceiro ano eleitoral consecutivo (2018, 2020 e 2022) em que a Safernet detecta nos dados da central nacional de denúncias um crescimento constante e praticamente uniforme nos crimes de ódio denunciados à central em relação aos anos ímpares, em que não há eleições. 

    São 7 os crimes de discurso de ódio na internet denunciados à Safernet. Além de xenofobia, intolerância religiosa e misoginia, a ONG também recebe denúncias de apologia a crimes contra a vida, LGBTQIA+fobia, neonazismo e racismo. Desses 7 crimes, apenas as denúncias de neonazismo não acompanharam o crescimento registrado em anos eleitorais anteriores. Isto se deve à explosão de denúncias de neonazismo no Brasil em 2021, motivada principalmente por uma fala neonazista de um apresentador de podcast e por um gesto supremacista de um comentarista de TV, além da intensa cobertura jornalística sobre o crescimento do neonazismo no Brasil. 

    Dos 7 crimes de ódio denunciados à Safernet, 5 já superaram no último dia 31/10 o total de denúncias recebidas pela Safernet ao longo de todo o ano de 2021: apologia a crimes contra a vida, LGBTQIA+fobia, xenofobia, intolerância religiosa e misoginia. 

    Três dos indicadores registrados até 31/10/2022 já superaram o total de denúncias recebidas em 2018, que já foi uma eleição hiperpolarizada: LGBTQIA+fobia, misoginia e intolerância. 

    Com relação às denúncias recebidas nos finais de semana de votação, o segundo turno teve mais que o dobro de denúncias: foram 1480 denúncias nos dias 29, 30 e 31 de outubro, contra 656 recebidas nos dias 1, 2 e 3 de outubro _ um aumento de 125,6%. 

    Crescimento do discurso de ódio nas eleições

    Para a Safernet, os indicadores da Central de Denúncias apontam que as eleições são como um gatilho para o avanço do discurso de ódio. Os picos de denúncias crescem em anos eleitorais, se transformando em uma poderosa plataforma política para atrair a atenção da audiência e dar visibilidade e notoriedade aos emissores. 

    Neste mês de outubro, mais uma vez, o descontentamento com o resultado das eleições, em especial com a ampla votação de Lula no Nordeste, levou novamente a uma explosão de denúncias de xenofobia, fato que já havia sido registrado em 2014, quando Dilma Rousseff venceu Aécio Neves e em 2018 quando a região deu boa votação à Haddad em relação à Bolsonaro. 

    Confira os dados completos aqui:

    https://docs.google.com/spreadsheets/d/1UXTafDanz6hszfAFbOmnO5dxsd6_cMX1Mi7OimdjtWU/edit#gid=0 

    Diversidade contra a barbárie

    Para a Safernet, a repressão penal aos crimes de ódio deve ser acompanhada de ações que promovam a diversidade. 

    “As eleições tornaram-se um campo fértil para o crescimento do discurso de ódio, que se alimenta de preconceitos já enraizados no imaginário das pessoas. O melhor antídoto contra o discurso de ódio é informação e diálogo, enquanto não formos capazes de escutar e compreender a realidade de quem é diferente de nós, dificilmente vamos conseguir conviver respeitando as diferenças. Por isso a Safernet lançou este ano a segunda edição do SaferLab, apoiando jovens criadores de conteúdo de diferentes regiões do Brasil para produzir contranarrativas que gerem empatia com grupos que historicamente são alvos de discriminação e sensibilizem parte da audiência para serem aliadas na defesa de direitos humanos na Internet”, afirma Juliana Cunha, diretora de projetos especiais da Safernet, responsável pelo projeto. 

    Além da Central Nacional de Denúncias, que mantém cooperação com autoridades como o Ministério Público Federal, a Safernet realiza ações educacionais, visando a prevenção de crimes e a educação sobre o uso cidadão da internet. 

    O SaferLab é um laboratório de ideias que apoia o protagonismo jovem na criação de conteúdos sobre direitos humanos para tornar a internet um lugar melhor - com mais diálogo e respeito à diversidade. Oito jovens criadores das cinco regiões do país têm recebido mentorias, workshops e bolsas para criar contranarrativas ao discurso de ódio. 

    Contranarrativas são histórias que se opõem ou desmontam um senso predominante. São maneiras de se opor e desconstruir narrativas comuns de discriminação e intolerância, mas vão além e têm uma abordagem propositiva, propondo o diálogo, a igualdade, o respeito às diferenças e a liberdade. Isso pode ser feito com fatos, dados, humor, sensibilidade e outras atitudes que promovam experimentar diferentes pontos de vista. Provocar empatia pelos grupos discriminados é um dos objetivos.

    Neste ano de 2022, um dos produtos desenvolvidos pelo Saferlab foi a cartilha Eleições sem Ódio

    Sobre a Safernet

    A Safernet é a primeira ONG do Brasil a estabelecer uma abordagem multissetorial para proteger os Direitos Humanos no ambiente digital. Fundada em 2005. A Safernet criou e mantém a Central Nacional de Denúncias de Violações contra Direitos Humanos (Hotline)  ( https://new.safernet.org.br/denuncie ), o Canal Nacional de Apoio e Orientação sobre Segurança na Internet (Helpline) ( https://new.safernet.org.br/helpline ) e ações de conscientização sobre uso cidadão da Internet. São 16 anos de experiência na entrega de projetos inovadores com enorme impacto social, incluindo programas de capacitação para educadores, adolescentes, jovens e formuladores de políticas públicas no Brasil.  Desde 2009, a Safernet coordena o Dia Mundial da Internet Segura no Brasil e, em 2013, a SaferNet foi homenageada com o Prêmio Nacional de Direitos Humanos, concedido pela Presidência da República do Brasil. Mais informações: https://www.safernet.org.br/ 

    Safernet Brasil

    Assessoria de Imprensa

    11-98100-9521

    Marcelo Oliveira

  • Ative a Cidadania Digital em sua escola

    / / Comportamento Online / Por rodrigonejm / 1 ano 5 meses atrás

     

    RESUMO 

    • A Disciplina Cidadania Digital foi criada pela Safernet Brasil e o Governo do Reino Unido, no âmbito do Programa de Acesso Digital (DAP, na sigla em inglês), como uma estratégia para apoiar escolas, educadoras(es) e estudantes na busca por um currículo que prepare para o uso seguro, responsável, ético e positivo das tecnologias. O projeto foi iniciado em 2021 e contou com aplicações piloto em parceria com as secretarias estaduais de educação da Bahia, Pernambuco e Distrito Federal no ano seguinte. A partir de 2023, a iniciativa passa a estar disponível para escolas em todo o país.
    • O projeto é indicado para os anos finais do ensino fundamental (8º e 9º) e ensino médio e possui adesão gratuita para escolas públicas, privadas ou secretarias de educação. Seu objetivo é auxiliar as escolas na implementação de um currículo que cumpra com as diretrizes sobre cultura digital da Base Nacional Comum Curricular, além de fomentar ações protetivas e educativas previstas na Política Nacional de Educação Digital (Lei 14.533/2023), no Programa Nacional de Combate à Intimidação Sistemática - Bullying (Lei 13.185/2015), na Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio (Lei 13.819/2019) e Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014), entre outras leis.
    • A disciplina é oferecida por educadoras(es) da própria instituição interessada, que contam com apoio da Safernet Brasil antes e durante a aplicação.
    • Para preparar as(os) educadoras(es) para a aplicação, também disponibilizamos um curso online, com foco em aproximá-los e prepará-los para a aplicação.
    • O projeto criou e oferece um caderno de aulas completo, com 5 módulos, 40h/aula, com planos de aula estimulam a criatividade e participação de estudantes, com metodologias ativas e convite para que criem ações de intervenção sociocultural em suas escolas ou comunidades. 

     

    ACESSE O SITE

    Saiba tudo sobre a iniciativa em cidadaniadigital.org.br

  • Prorrogadas as inscrições do Educathon Cidadão Digital, maratona premiada sobre uso seguro de tecnologias

    / / Comportamento Online / Por admin / 1 ano 5 meses atrás

    Respeito e empatia nas redes, desinformação, privacidade e bem-estar digital são alguns dos temas do Educathon Cidadão Digital 2022, maratona que convida adolescentes a impactar suas escolas e pensar no uso seguro das tecnologias através de vídeos, podcasts, eventos, gincanas e outras ações criativas. As inscrições são gratuitas e foram prorrogadas até 10 de novembro (quinta-feira), às 14h (horário de Brasília). 

    Dados de 2021 do Canal de Ajuda, plataforma da ONG Safernet Brasil que ajuda vítimas de violência online, mostram que problemas com dados pessoais, exposição de imagens íntimas, fraudes, saúde mental e cyberbullying são os principais tópicos de preocupação para adolescentes online hoje. E segundo a pesquisa TIC Kids Online 2021, 44% das crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos viram alguém ser discriminado na Internet no último ano, o que mostra a importância de educar para prevenir.

    A ONG Safernet Brasil é responsável por realizar a maratona, que conta com apoio da Meta. No ano passado, foram mais de 100 adolescentes finalistas em 15 estados diferentes. A maratona faz parte do Cidadão Digital, que desde 2020 já impactou mais de 150 mil adolescentes e jovens e 66 mil educadores de todo o país com ações educativas alinhadas à Base Nacional Comum Curricular. Veja mais aqui

    No Educathon, adolescentes de 13 a 18 anos (anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio) podem se inscrever online gratuitamente em equipes de 3 a 5 pessoas. Na inscrição, as equipes devem contar quais temas de cidadania digital mais lhes interessam e que tipos de ações gostariam de fazer. Além disso, é necessário que um educador ou educadora da escola fique responsável pela equipe. Após as inscrições, as equipes selecionadas receberão mentoria online da equipe do Cidadão Digital e terão 3 semanas, em novembro de 2022, para planejar e executar as ações nas escolas ou comunidades.

    “Com o Educathon, a Safernet Brasil procura estimular o protagonismo de adolescentes na educação por um uso mais seguro, ético, positivo e responsável das tecnologias. Ao mobilizar outros adolescentes, professores, famílias e a própria comunidade, acreditamos que esses jovens líderes podem se tornar mais críticos sobre sua vida online e desenvolver habilidades de segurança digital e educação midiática que são essenciais hoje”, afirma Guilherme Alves, gerente de projetos da Safernet Brasil e coordenador do Cidadão Digital.

    Até 10 equipes serão premiadas: 

    1º lugar: R$ 800 para cada participante + vídeo de divulgação

    2º lugar: R$ 600 para cada participante

    3º lugar: R$ 400 para cada participante

    4º e 5º lugar: R$ 300 para cada participante

    6° a 10° lugar: R$ 100 para cada participante 

    Confira o cronograma:

    10/11: último dia de inscrição (14h, horário de Brasília)

    11/11: anúncio das equipes selecionadas

    14/11: encontro online de boas-vindas

    14 a 25/11: período de planejamento das ações

    28/11 a 02/12: período de execução das ações

    06/12: prazo de submissão da ação para avaliação

    07/12: encontro online de compartilhamento da experiência

    12/12: anúncio das equipes premiadas 

    As inscrições são exclusivamente através do site https://cidadaodigital.org.br/educathon

    Mais informações:

    Marcelo Oliveira - Assessor de Imprensa (11 98100-9521)

    Guilherme Alves - Gerente de Projetos (guilherme@safernet.org.br )

  • Criadores da eletiva de cidadania digital desejam sua expansão para todo o país

    / / Comportamento Online / Por admin / 1 ano 6 meses atrás

    A eletiva foi o resultado de uma colaboração entre os governos do Brasil e do Reino Unido, apoiada por especialistas em Educação e Direitos Humanos na internet no Brasil: a Safernet. A disciplina possui 40 horas de aulas e materiais de apoio sobre temas de segurança digital, relações online seguras, bem-estar online e saúde emocional.

    Após disponibilizar esses recursos para escolas da Bahia, Pernambuco e Distrito Federal em setembro, a equipe já sabe o que precisa vir a seguir.

    Rodrigo Nejm, Diretor de Educação da Safernet, disse: “Temos muita coisa a ser feita na área de comunicação. Temos mais de 24 estados com os quais precisamos conversar sobre como colocar a disciplina em seu currículo. Queremos incentivar os tomadores de decisão a fazerem disso parte do currículo básico, não apenas um extra opcional.”

    “Precisamos continuar atualizando os materiais nos planos de aula porque temas como cidadania digital estão em constante evolução. Queremos estimular o uso de recursos que engajam mais dentro do ambiente de sala de aula, ampliando espaços de fala e participação dos estudantes. E, com o tempo, queremos incentivar os estudantes que concluíram a disciplina a manterem o engajamento com intervenções e disseminação dos aprendizados, transmitindo o que aprenderam. É uma lista de desejos bastante longa – com muito ainda a ser feito. O lançamento da eletiva para os três estados foi só o começo.”

    Justificativa

    A justificativa para criação de uma eletiva sobre o tema nunca foi colocada em dúvida. A pesquisa TIC Kids Online 2021 - de âmbito nacional - mostrou que 32% dos jovens de 15 a 17 anos se arrependeram de postar algo online e, posteriormente, apagaram. Pouco mais da metade afirma ter experimentado situações online que os incomodaram, enquanto 63% dizem ter visto alguém sendo discriminado online. O Canal de Ajuda operado pela Safernet recebe centenas de consultas de adolescentes que exigem conselhos sobre qualquer assunto, desde questões relacionadas à privacidade e dados pessoais até abusos de imagens íntimas, fraudes e cyberbullying.

    “93% das crianças brasileiras entre 9 e 17 anos estão online”, continuou Rodrigo. “Tendemos a pensar que os adolescentes, em particular, estão bem preparados para lidar com esses problemas, simplesmente porque usam a internet desde cedo. Esse é um equívoco perigoso.”

    “A realidade é que não temos uma cultura forte de cibersegurança ou cidadania digital. Há uma sensação de que você pode fazer o que quiser online; que não existem leis ou regulamentos quando, efetivamente, existem. As escolas precisam se tornar o principal ponto focal para corrigir esses equívocos. Isso é duplamente importante quando você percebe que os próprios responsáveis procuram seus filhos para fornecer orientação de segurança digital e não o contrário. Durante a pandemia, por exemplo, isso pode ter feito a diferença entre poder acessar com segurança os programas assistenciais do governo ou perder essa oportunidade; é muito sério”.

    Orientação abrangente

    Quando a Safernet – e seus parceiros na KPMG, o Ministério da Educação e o Foreign, Commonwealth and Development Office do Reino Unido – começaram a criar a eletiva, ter acesso a materiais suficientes de alta qualidade nunca foi um problema. No entanto, seria necessário garantir que todo o kit de atividades pedagógicas pudesse ser usado em uma variedade de ambientes de sala de aula. À medida que surgiu uma eletiva de cinco módulos cuidadosamente selecionados, também surgiu um manual de apoio de 300 páginas, fornecendo orientação passo a passo sobre a melhor forma de ministrar as aulas.

    Guilherme Alves, gerente de projetos da Safernet que esteve envolvido com este projeto desde o início, conta a história: “Muitos professores não têm necessariamente formação em tecnologia, então tivemos que levar isso em conta ao fornecer nossas instruções. Tão importante, porém, tivemos que levar em conta os diferentes níveis de infraestrutura em diferentes escolas. Alguns podem ter computador completo e acesso à internet, por exemplo. Alguns podem contar com os alunos usando seus próprios dispositivos pessoais. Outros podem não ter instalações; o que significa que não há como usar conteúdo online ou transmitir vídeos. É por isso que os materiais de apoio se tornaram tão extensos – porque tivemos que fornecer os Planos A, B, C e assim por diante para lidar como os professores poderiam entregar esse conteúdo.”

    “Tive a oportunidade de estar nas salas de aula no início do ano, quando testamos a disciplina e suas atividades pela primeira vez com um grupo de escolas. Percebi o nervosismo entre os professores para quem essa não era uma matéria que eles conheciam. Mas também vi a rapidez com que eles se sentiram à vontade com isso graças a toda orientação que receberam. Eles perceberam que ensinar a eletiva não era impossível. Também vi quanta diferença fazia quando os professores usavam o tempo para iniciar discussões com seus alunos sobre suas vidas digitais, em vez de dar uma aula expositiva mais tradicional.”

    Colhendo as recompensas

    Todo o trabalho de base necessário para criar a eletiva claramente valeu a pena. O feedback coletado durante a fase piloto mostrou que os alunos se sentiram melhor preparados para lidar com possíveis golpes e violência online, discurso de ódio e cyberbullying. Eles eram mais propensos a usar canais de ajuda e denúncia (algo para o qual não havia muito apoio anteriormente) e tinham uma melhor compreensão de como proteger suas contas online e dispositivos móveis.

    Como a eletiva agora entra no ensino regular nos três estados, um fator importante em quão bem ele se sairá será a disposição dos adultos – pais e professores – de permanecerem abertos para conhecer e contribuir com as rotinas digitais dos adolescentes sem julgamento prévio ou condenação. É importante sair da simples vigilância ou proibição para uma postura de mentoria e orientação, sugere Rodrigo.

    “A postura mais punitiva decorre de um desejo compreensível de proteger nossos filhos, mas pode impedir que conversas abertas e valiosas ocorram. Se queremos ajudar a mantê-los seguros, também precisamos refletir sobre nossos próprios comportamentos e tendências. Precisamos explorar diferentes perspectivas e manter a mente aberta. A internet e todas as suas possibilidades são muito vastas para sugerirmos que há apenas uma maneira de se envolver com ela corretamente.”

    “Esta disciplina e todo seu conjunto de ferramentas pedagógicas é um passo importante para alcançar isso. Estamos muito orgulhosos do trabalho, mas agora precisamos continuar agindo para que as Secretarias de Educação e as escolas incorporem a proposta com o objetivo de melhorar a qualidade da educação cibernética. É a única maneira de criarmos uma cultura de segurança e cidadania digital mais forte em todo o país.”

    Disciplina Eletiva: CIDADANIA DIGITAL - 40 HORAS • ENSINO MÉDIO 

    UNIDADE 1: BEM- ESTAR E SAÚDE EMOCIONAL ONLINE 

    UNIDADE 2: SEGURANÇA E PRIVACIDADE NA INTERNET 

    UNIDADE 3: RESPEITO E EMPATIA NAS 

    UNIDADE 4: RELACIONAMENTOS SEGUROS ONLINE

    UNIDADE 5: CIDADANIA DIGITAL PARA TODOS


    Planos de Aula e Ementa completa da Eletiva disponível aqui. Para saber mais sobre este projeto, entre em contato via dap@safernet.org.br (Equipe Safernet) ou mariana.cartaxo@fcdo.gov.uk (Mariana Cartaxo - Embaixada do Reino Unido).

  • Safernet: denúncias de xenofobia na internet explodem após 1º turno das eleições

    / / Crimes na Web / Por admin / 1 ano 6 meses atrás

    No domingo, após a apuração da eleição, que mostrou ampla vitória do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva no nordeste, a internet amanheceu com xingamentos e ataques de toda espécie a nordestinos, alguns inclusive sugerindo a separação do sul e sudeste do restante do país, de forma semelhante a ataques ocorridos quando Dilma Roussef venceu Aécio Neves nas eleições de 2014, também com apoio maciço dos brasileiros do nordeste. 

    Essa enxurrada de preconceito se refletiu nos números de denúncias recebidas pela Safernet (ONG referência na proteção de direitos humanos na rede, que desde 2006 mantém uma central nacional de denúncias conveniada com o Ministério Público Federal) que recebe denúncias de diferentes tipos de crime, sete deles envolvendo discurso de ódio, como a xenofobia. 

    Nesta última segunda-feira, dia 3 de outubro, dia seguinte ao primeiro turno, a Safernet recebeu 348 denúncias de xenofobia, sendo 232 delas links únicos. No dia da eleição, 2 de outubro, a organização havia recebido 10 denúncias, 9 únicas e uma duplicada. 

    No dia 5 de setembro, primeira segunda-feira do mês passado, a Safernet não recebeu nenhuma denúncia de xenofobia. No dia 4, primeiro domingo de setembro, a ONG havia recebido somente 2 denúncias. 

    Quando os dados 2 e 3 de outubro de 2022 são comparados aos do primeiro domingo e primeira segunda-feira de outubro do ano passado, o salto é gigantesco, pois no dia 3 de outubro de 2021 (domingo), a Safernet não recebeu denúncias de xenofobia e, no dia 4, apenas uma denúncia. 

    Incitar discriminação a nordestinos ou a pessoas procedentes de qualquer outra região do país (ou estrangeiros) é crime. Quando o crime ocorre nas redes sociais, o crime torna-se qualificado e a pena, que é de reclusão de 1 a 3 anos, mais multa, passa para reclusão de 2 a 5 anos, mais multa. 

    O crime de xenofobia praticado na internet, segundo a jurisprudência do STJ, é atribuição da Justiça Federal. 

    Crimes de ódio crescem em anos eleitorais

    Os crimes de ódio na internet, como a xenofobia, têm registrado, desde 2018, aumento em anos eleitorais em relação ao ano anterior. A Safernet notou aumento de denúncias em sua central em 2018 e 2020 em relação à 2017 e 2019. No primeiro semestre de 2022, todos os 7 crimes de ódio os quais a Safernet recebe denúncias registraram aumento em relação ao mesmo período do ano anterior. 

    A xenofobia pode ter consequências judiciais e repercutir na vida de quem comete o crime. Em outubro de 2010, após Dilma Rousseff vencer José Serra e tornar-se a primeira mulher presidente do Brasil, com expressiva votação no nordeste, uma universitária tuitou que “nordestino não é gente”. A jovem foi denunciada e condenada a um 1 ano, cinco meses e 15 dias de prisão, convertidos em multa e prestação de serviços comunitários. A jovem também perdeu o emprego e teve que mudar de cidade. 

    A Safernet defende eleições sem discurso de ódio e mantém, com apoio da Google Foundation o programa Saferlab de contranarrativas a esse discurso. Os jovens criadores ligados ao programa, sob a supervisão da Safernet, criaram, além de inúmeros materiais nas redes sociais da ONG sobre o tema, a cartilha Eleições Sem Ódio, sobre formas criativas de combate à desinformação e ao discurso de ódio. 

    Sobre a Safernet

    A Safernet é a primeira ONG do Brasil a estabelecer uma abordagem multissetorial para proteger os Direitos Humanos no ambiente digital. Fundada em 2005. A Safernet criou e mantém a Central Nacional de Denúncias de Violações contra Direitos Humanos (Hotline) ( https://new.safernet.org.br/denuncie ), o Canal Nacional de Apoio e Orientação sobre Segurança na Internet (Helpline) ( https://new.safernet.org.br/helpline ) e ações de conscientização sobre uso cidadão da Internet. São 16 anos de experiência na entrega de projetos inovadores com enorme impacto social, incluindo programas de capacitação para educadores, adolescentes, jovens e formuladores de políticas públicas no Brasil. Desde 2009, a Safernet coordena o Dia Mundial da Internet Segura no Brasil e, em 2013, a SaferNet foi homenageada com o Prêmio Nacional de Direitos Humanos, concedido pela Presidência da República do Brasil. Mais informações: https://www.safernet.org.br/ 

  • Precisamos de mais educação digital

    / / Segurança Digital / Por admin / 1 ano 6 meses atrás

    As análises mostram que os adolescentes, em particular, lidam com frequência com conteúdos e situações de risco online. Estas incluem aceitar pedidos de amizade de estranhos, encontrarem-se com pessoas que só conheceram online, postar fotos que deveriam ser privadas e compartilhar materiais sem pensar nas possíveis consequências futuras.

    Os pesquisadores admitiram estar surpresos com a extensão de alguns dos comportamentos arriscados e violentos que os alunos alegaram ter encontrado. 

    Também houve preocupação em como a maioria dos alunos, ao enfrentar um problema online, preferiria tentar corrigi-lo sozinho, em vez de procurar ajuda de professores ou pais.

    Esta pesquisa foi realizada como parte do Programa de Acesso Digital (DAP), uma colaboração entre os governos do Reino Unido e do Brasil, projetado para melhorar a segurança cibernética e a conscientização sobre o tema. As descobertas da pesquisa foram usadas para ajudar a organizar um conjunto de recursos educacionais que agora estão disponíveis para professores em todo o país.

    Este trabalho envolveu as Secretarias de Educação Estaduais (BA, DF e PE), o Foreign, Commonwealth and Development Office do Reino Unido, a Safernet Brasil e a KPMG. O componente de pesquisa foi liderado pela pesquisadora e professora doutora Maria Bada, da Queen Mary University of London, especializada em psicologia cibernética e danos online.

    “Em todo o mundo, o volume de riscos online – e os danos que estes podem causar – está crescendo”, explica a Dra. Bada. “A maioria dos adolescentes tem acesso online, mas não está totalmente ciente dos perigos que enfrenta. Nesse sentido, os adolescentes brasileiros não são diferentes dos adolescentes de qualquer outro lugar. No entanto, no decorrer de nossa pesquisa, fiquei surpresa com a extensão em que esses estudantes tiveram contato com comportamentos racistas, sexistas ou misóginos online. Vi adolescentes que claramente sofriam de ansiedade e estresse causados por esses incidentes – e achei preocupante que, aparentemente, poucas delas pensassem em procurar conselhos sobre isso para um adulto”.

    “Essas descobertas reforçam a importância de iniciativas como o DAP. Precisamos mudar a percepção dos jovens sobre o que se constitui como um comportamento online inaceitável. Eles precisam saber o que reportar e como. E então precisamos garantir que professores e pais estejam devidamente equipados para ter conversas relevantes sobre essas questões e fornecer apoio. Temos que lembrar que a exposição a esses comportamentos pode afetar significativamente a forma como esses jovens se veem e moldarão suas personalidades adultas”.

    Resultados da pesquisa

    Metade dos alunos envolvidos na pesquisa da professora Bada admitiu sentir-se chateado, envergonhado ou com medo por causa de algo que aconteceu enquanto eles estavam usando a internet no ano passado. Trinta e oito por cento dos alunos afirmaram que foram xingados, ridicularizados ou provocados por outros virtualmente de maneira ofensiva. Além disso, 22% disseram que algo que deveria ser privado foi compartilhado online.

    Apesar de claramente se sentirem desconfortáveis com suas experiências, muitos alunos admitiram que continuaram a postar e compartilhar informações pessoais online. Aparentemente impulsionado por um desejo irresistível de reconhecimento ou aceitação social, esse é um fenômeno global que Bada e seus colegas pesquisadores desejam entender melhor.

    Esse processo é exacerbado por uma ingenuidade geral e falta de conscientização entre os jovens sobre o que devem ou não compartilhar online. A confiança cega que muitos deles exibem em suas interações digitais – onde uma alta confiança atrelada à uma alta abertura resulta em alto risco - não ajuda.

    Recomendações

    A pesquisa – que envolveu mais de 250 alunos e seus professores em cinco escolas – levou a uma série de recomendações. Isso inclui sugestões para um plano escolar nacional para segurança cibernética; criação de canais de denúncia anônimos nas escolas; e a criação de regras escolares para prevenir o cyberbullying e o compartilhamento de conteúdo violento online.

    Houve também sugestões para incentivar os alunos a reduzir o tempo que passam online; desencorajá-los a compartilhar imagens íntimas com qualquer pessoa, mesmo quando pressionados; e ensiná-los sobre as responsabilidades éticas e legais que eles têm pelo conteúdo que produzem e publicam online. A disciplina eletiva para o Ensino Médio que está sendo disponibilizada para as escolas abordará parte disso – mas não são apenas os alunos que precisam de assistência.

    A doutora Bada continuou: “Durante o nosso trabalho de campo, aprendemos que os professores eram as últimas pessoas a quem alguns adolescentes procuravam para obter informações. Isso não é uma coisa agradável para eles ouvirem. No entanto, os próprios professores admitiram que, embora estivessem confiantes em suas próprias habilidades de computação, sua compreensão dos riscos e danos online não era tão boa. Pior ainda, eles estavam sendo solicitados a ajudar seus alunos, alertando-os sobre os perigos de coisas como cyberbullying – mas muitos nunca tiveram nenhum treinamento sobre como fazê-lo.”

    “Realizamos esta pesquisa para identificar os possíveis danos que os adolescentes brasileiros enfrentam e os desafios que devem ser superados para que eles desenvolvam melhor suas habilidades digitais essenciais. Iniciativas como a eletiva do DAP ajudarão, mas ainda há mais a ser feito. De forma encorajadora, o governo brasileiro – e organizações especializadas como a Safernet – têm sido extremamente favoráveis, então esperamos que outros avanços sejam feitos em breve.”

    Para saber mais sobre este projeto e a eletiva, acesse: https://new.safernet.org.br/content/educacao-cibernetica-nas-escolas-e-impulsionada-com-lancamento-de-nova-eletiva ou entre em contato por email dap@safernet.org.br (equipe Safernet) ou com mariana.cartaxo@fcdo.gov.uk (Embaixada do Reino Unido) para mais informações.

SaferNet Brasil | CNPJ: 07.837.984/0001-09