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  • Safernet reúne juventude para debater o uso saudável da internet

    / / Segurança Digital / Por admin / 8 meses 3 semanas atrás

    A Safernet organizou no Rio de Janeiro o Y20 Tech Summit (Cúpula da Juventude e Tecnologia), evento que aconteceu no dia 12 de agosto e integrou a agenda da Cúpula do Y20, o grupo de engajamento jovem do G20 - o grupo das 20 nações mais desenvolvidas do mundo, atualmente sob a presidência do Brasil. 

    No evento, que aconteceu na data em que é celebrado o Dia Internacional da Juventude, a Safernet, em parceria com o Y20, reuniu no Museu de Arte do Rio lideranças globais e brasileiras para discutir os direitos digitais das juventudes. 

    “Debatemos a cidadania digital e o enfrentamento à desinformação, principalmente aquela desinformação que é um empecilho na luta contra as mudanças climáticas e pensar também o enfrentamento ao discurso de ódio e a radicalização dos jovens através da internet”, resumiu o Conselheiro Nacional da Juventude Gustavo Barreto, que é também assistente de projetos da Safernet.

    Gustavo Barreto, da Safernet Brasil e membro do Conjuve. Foto: Wesley Sabino 

    No evento, a Safernet lançou o vídeo Manifesto das Juventudes Indígenas de Pernambuco. Nesse vídeo, jovens líderes indígenas “falaram para as lideranças globais o que elas querem, o que elas pensam e como a gente pode cuidar do mundo”, afirmou. 

    Discurso de ódio e violências

    No primeiro painel do Y20 Tech Summit, “Discurso de Ódio, violências online e a radicalização dos jovens na internet”, participaramManu Ribeiro (Instituto Alana), o psicólogo Brunno Ewerton (UFRJ), Bibiana Maia da Silva (Redes Cordiais) e Isabella Ferro (Safernet). 

    Gerente da comunidade Redes Cordiais, Bibiana lembrou o poder de influenciar outras pessoas que cada um tem nas redes. 

    “Todos nós aqui somos influenciadores. A partir do momento que você tem uma conta no Instagram, o grupo do whatsapp da turma, vocês estão influenciando, gerando conteúdo sobre a vida de vocês, sobre a atividade de vocês e nfluenciando sua comunidade, né? E aí, quanto mais seguidores, mais alcance e mais impacto você vai gerando”.

    Neste painel, a Safernet apresentou a Disciplina de Cidadania Digital como uma opção para capacitar professores do Ensino Fundamental e Médio a lidar com as questões debatidas Y20 Tech Summit em sala de aula, formando não apenas consumidores de internet, mas cidadãos capazes de usarem as redes voltadas para o bem-estar, com ética e em segurança. 

    “A gente começou a pensar porque não capacitar a nossa rede de ensino? Foi nesse contexto que a Safernet, em parceria com o Governo do Reino Unido, idealizou a Disciplina de Cidadania Digital, que é um projeto gratuito que atende escolas públicas, professores, com recursos, que é um caderno de aulas e também um curso de formação, para que esses professores possam se capacitar e levar uma cultura que promova a cidadania digital também na sua escola, na sua sala de aula”, recordou Isabella Ferro, assistente de projetos da Safernet, da equipe da Disciplina de Cidadania Digital. 

    A analista de relações governamentais do Instituto Alana, Manu Ribeiro, avaliou a importância do debate promovido pela Safernet no Y20: “esse debate trouxe a questão da discussão da tecnologia enquanto política, de a gente construir o ambiente digital enquanto coletivo e da gente apresentar visões brasileiras para a construção da internet que a gente quer”. 

    Participantes do Y20 Summit reunidos no Rio de Janeiro. Foto: Wesley Sabino 

    Desinformação e Mudanças Climáticas

    No segundo painel do Y20 Tech Summit, “Juventudes e o Impacto da Desinformação no Combate às Mudanças Climáticas” participaram a jornalistaNathalia Afonso, da Agência Lupa, a delegada brasileira no Y20, Mahryan Sampaio, a diretora do Instituto de Referência em Internet e Sociedade (IRIS BH), Ana Barbara Gomes, e Mariana Filizola, da Secretaria de Comunicação da Presidência da República. 

    No debate também surgiram preocupações sobre o uso direcionado de fake news nas eleições e a dificuldade de combater a desinformação. 

    “É uma luta desigual, desnivelada, porque a desinformação, as fake news, circulam muito mais rápidas e intensamente do que o contraponto a elas”, afirmou Mahryan Sampaio, delegada do Brasil no Y20. 

    “As fake news estão aí. A rede de ódio está aí. A produção de discursos falsos está aí. As campanhas municipais no Brasil estão se aproximando. E é uma preocupação nossa também como isso vai se dar no campo eleitoral. Isso precisa ser uma discussão. O quanto isso influencia a sociedade”, acrescentou Bruna Brelaz, presidenta do Conselho Nacional da Juventude (Conjuve).

    “A integridade da informação é um guarda-chuva sob o qual temos que pensar tudo que precisa ser desenvolvido para promover o direito das pessoas a uma informação de qualidade”, ponderou Mariana Filizola, da Coordenação Geral de Educação Midiática da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. 

    Mariana Filizola avaliou o Y20 Tech Summit como um debate positivo: “Tenho certeza que hoje foram sementes plantadas para muita coisa boa que ainda vai ser construída em parceria”, disse.

    A cúpula do Y20 continua acontecendo no Rio de Janeiro e termina amanhã (16/8). A ideia é aumentar a participação de lideranças jovens nas discussões que impactam diretamente seu dia-a-dia. 

    Segundo dados da ONU, as juventudes representam um quarto da população mundial, e também são as mais afetadas por tantas das mudanças sociais, econômicas e climáticas. O evento propõe que, em meio à diversidade, os jovens possam ser as vozes em buscas de soluções inovadoras para seus problemas. Como diz o “mantra” repetido por diversas organizações sociais em busca do aumento da participação jovem: “nada sobre o jovem sem o jovem”.

    Saiba mais sobre o Y20 Tech Summit aqui.

    Acompanhe desdobramentos do Y20 e da presidência brasileira do G20 aqui

    Texto publicado em 15/08/2024

  • Safernet participa de seminário do Ministério Público Federal sobre efetividade de leis para mulheres vítimas de violência

    / / Segurança Digital / Por admin / 8 meses 4 semanas atrás

    A Safernet participa, em Brasília, do seminário “Vozes que Ecoam na Efetividade da Lei do Minuto Seguinte e da Lei Maria da Penha”, a partir das 14h30 desta terça-feira (13/8), na Procuradoria Geral da República, no auditório do Conselho Superior do Ministério Público Federal. A iniciativa faz parte da campanha do Agosto Lilás pela conscientização do combate à violência de gênero.

    A diretora de projetos especiais da Safernet, Juliana Cunha, vai palestrar, às 16h25, sobre a “Proteção das Mulheres contra Violência Digital”. O evento é uma realização da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, órgão do MPF que coordena a atuação do Ministério Público Federal na defesa dos Direitos Humanos. 

    Na Safernet, uma das responsabilidades de Juliana Cunha, que é psicóloga, é a coordenação do Helpline, o canal de ajuda da organização, que orienta por chat e email vítimas de violência online. 

    Desde 2007, o Helpline já realizou quase 38 mil atendimentos. As pessoas que buscam ajuda querem orientações principalmente sobre questões de saúde mental relacionadas ao uso da internet, sextorsão, compartilhamento não autorizado de imagens íntimas, ciberbullying, ciberstalking, problemas com dados pessoais e fraudes. 

    A Lei Maria da Penha é uma legislação de proteção à mulher contra a violência doméstica e Lei do Minuto Seguinte garante o atendimento imediato à mulher vítima de abuso sexual para tratamento dos agravos psíquicos e físicos decorrentes da violência, como profilaxias para evitar a gravidez e doenças sexualmente transmissíveis. 

    O Guia Meninas em Rede, da Safernet, foi atualizado recentemente para incluir mudanças nas legislações de stalking, bullying e informações sobre a Lei do Minuto Seguinte. Conheça o guia e proteja-se e proteja suas amigas dos perigos na internet. 

    Mais detalhes da programação do seminário e inscrições aqui

    O evento é híbrido e terá também transmissão e participação pela internet

    Texto publicado em 13/08/2024

  • Safernet apresenta Disciplina de Cidadania Digital em seminário em Brasília

    / / Segurança Digital / Por admin / 9 meses 4 dias atrás

    No próximo dia 13 de agosto, a Safernet apresentará um estudo de caso sobre a Disciplina de Cidadania Digital durante o II Seminário Educação em Direitos Humanos e Democracia, promovido pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, na Biblioteca Nacional, em Brasília. 

    O gerente de projetos da Safernet, Guilherme Alves, apresentará o estudo de caso sobre a disciplina, desenvolvida pela Safernet e pelo Governo do Reino Unido por meio do DAP, sigla em inglês para Digital Access Programme (Programa de Acesso Digital). A disciplina permite que escolas, educadoras(es) e estudantes do ensino médio e dos dois últimos anos do fundamental se preparem para o uso seguro, responsável e ético da internet. 

    Em dois anos de aplicação no país, a Disciplina de Cidadania Digital já alcançou 287 escolas de 17 estados e no Distrito Federal. No momento, quase 31 mil alunos tiveram acesso aos conteúdos da plataforma em sala de aula, ministrados por 327 professores. 

    Em todas as unidades da federação, quase 4000 professores se matricularam no Curso para Formação de Educadores da Disciplina, disponível no site do projeto e na Plataforma Avamec

    Saiba detalhes de como está a aplicação do projeto pelo país em nosso mapa interativo

    Com base em aplicações piloto em parceria com as secretarias estaduais de educação e ao longo do período em que o projeto está sendo aplicado na prática, Guilherme trará os principais aprendizados e desafios de implementação na rede formal de educação, numa conversa conduzida por Mariana Filizola, Coordenadora-geral de Educação Midiática na Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, e Ana Fabbro, Coordenadora-Geral de Tecnologia e Inovação na Educação Básica do Ministério da Educação.

    O II Seminário Educação em Direitos Humanos e Democracia acontece nos dias 12 e 13 de agosto, de forma presencial. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas em uma plataforma de eventos e aberto à imprensa, mediante a credenciamento prévio. O evento também será transmitido ao vivo pelo youtube do MDHC

    O seminário busca propor reflexões sobre a proteção e a defesa contra violações e a promoção de direitos humanos no ambiente digital, reunindo especialistas, professores, organizações da sociedade civil, movimentos sociais, comunicadores e criadores de conteúdo para um debate enriquecedor. 

    Confira a programação completa do evento aqui

    Para credenciamento, contate a assessoria de imprensa do MDHC

    Texto publicado em 08/08/2024

  • Curso de Segurança e Cidadania Digital está disponível para professores em plataforma do MEC

    / / Segurança Digital / Por admin / 10 meses 3 semanas atrás

    O curso de formação para educadores “Segurança e Cidadania Digital em Sala de Aula”, criado pela Safernet com apoio do Governo do Reino Unido, passou a ser ofertado na plataforma Avamec, do Ministério da Educação, a partir do dia 18 de junho.

    O anúncio foi feito pela Diretora de Apoio à Gestão Educacional, Anita Gea Martinez Stefani, durante o webinário “Educação digital: perspectivas sobre a formação de professores”, que integra o Ciclo de Seminários e Oficinas sobre Educação Digital, promovido pelo MEC.

    O Avamec, sigla para Ambiente Virtual de Aprendizado do Ministério da Educação, é uma plataforma gratuita que oferece cursos de formação continuada online para educadores de todo o país. Com o lançamento, o MEC espera alcançar até 5 mil profissionais da educação por turma, que podem se inscrever e iniciar os estudos a qualquer momento acessando a página do curso no Avamec.

    Lançado em outubro de 2023, o curso “Segurança e Cidadania Digital em sala de aula” já alcançou mais de 3000 educadores, que recebem certificação ao estudar sobre temas como bem-estar digital, uso saudável de tecnologias, segurança digital, privacidade, e combate ao cyberbullying e outras violências online.

    A formação tem 40h de duração e integra o projeto da Disciplina de Cidadania Digital (https://cidadaniadigital.org.br/), que auxilia secretarias de educação e escolas na criação de um currículo sobre uso consciente e seguro de tecnologias para estudantes do Ensino Médio e dos anos finais do Ensino Fundamental. Além do curso de formação, o projeto oferece a escolas parceiras um caderno de aulas, encontros formativos com professores e uma premiação para melhores práticas. Desde 2023, já são 259 escolas participantes, em 16 UFs, impactando quase 30 mil estudantes. A adesão ao projeto é gratuita e pode ser feita pelo site da iniciativa.

    Expectativa de crescimento

    “A oferta do curso no Avamec tornará possível que mais educadores de todo o país sejam treinados para os desafios da cidadania digital, podendo levar para a sala de aula ações inovadoras, baseadas em metodologias ativas de ensino, para debater, trazer reflexões e fomentar o uso mais saudável das tecnologias”, afirma Guilherme Alves, gerente de projetos da Safernet e coordenador da Disciplina de Cidadania Digital.

    Recorde de denúncias de violência online

    Dados da Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernético da Safernet (https://denuncie.org.br) indicam a urgência de preparar os estudantes sobre riscos online. Em 2023, a ONG registrou quase 72 mil denúncias de conteúdos online contendo abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, recorde histórico em 18 anos de funcionamento da central e um aumento de 77,12% em relação a 2022. Também preocupam os aumentos nas denúncias de conteúdos de intolerância religiosa e xenofobia, que somadas às demais categorias totalizam mais de 100 mil denúncias na plataforma. Os dados completos podem ser obtidos na página de indicadores da central.

    Curso em cinco módulos

    O curso “Segurança e Cidadania Digital em Sala de Aula” traz a profissionais da educação do ensino básico 5 módulos que os preparam para discutir o uso seguro e consciente das tecnologias em sala de aula:

    • Respeito e empatia nas redes; 
    • Bem estar e saúde emocional; 
    • Segurança e privacidade na internet;
      Relacionamentos seguros online; 
    • Cidadania digital para todos e todas. 

    Todo o conteúdo é alinhado com a Base Nacional Comum Curricular e indicado para o Ensino Médio e os anos finais do Ensino Fundamental. Ao longo do curso, o educador tem contato com textos, vídeos, roteiros de aula, e-books e questionários sobre os temas.

    Os professores que aplicam os conteúdos em sala de aula podem cadastrar suas escolas no projeto em https://cidadaniadigital.org.br e assim ter acesso a formação online, receber suporte da Safernet e participar do Prêmio Cidadania Digital em Ação, que destaca melhores práticas.

    Disciplina é destaque no Jornal Nacional e no Fantástico

    A Disciplina de Cidadania Digital foi destaque em duas reportagens exibidas pela Rede Globo, em rede nacional, no último mês de abril. Clique aqui e veja as reportagens.

    Sobre a Safernet

    A Safernet existe desde 2005 e tornou-se a ONG brasileira de referência na promoção dos direitos humanos na internet. Com uma abordagem multissetorial, atua no combate a crimes cibernéticos contra os Direitos Humanos, no acolhimento de vítimas de violência online e em programas de educação, prevenção e conscientização. A Safernet mantém a Central Nacional de Denúncias, conveniada ao Ministério Público Federal e o Canal de Ajuda, o Helpline, para vítimas de violência e outros problemas online. A Safernet promove o uso seguro da internet com projetos educacionais como a Disciplina de Cidadania Digital. 

    Texto publicado em 18 de junho*

    * Com informações do MEC e da Secom/PR

  • G20 - SaferNet participa de dois eventos do Grupo de Trabalho de Economia Digital, em São Luís

    / / Segurança Digital / Por admin / 10 meses 3 semanas atrás

    A SaferNet participou de dois eventos durante a terceira reunião oficial do Grupo de Trabalho de Economia Digital do G20, em São Luís, Maranhão. Guilherme Alves, gerente de projeto, e Thiago Tavares, fundador e presidente da SaferNet Brasil, participaram, respectivamente, do Seminário sobre Segurança na Economia Digital, no dia 10, e do Seminário Navegando pela Proteção de Dados na Agenda de Economia Digital do G20, no dia 12. 

    O diálogo é realizado pelo Grupo de Trabalho de Economia Digital do G20. As atividades fazem parte do calendário de eventos organizados pelo Brasil durante sua presidência do fórum, que reúne as 20 maiores economias do mundo mais a União Européia e a União Africana.

    Coube ao presidente da SaferNet Brasil realizar a apresentação principal (keynote) sobre a importância da proteção de dados e da cidadania digital na economia digital. O evento, organizado pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), contou com a participação de delegados dos países do G20 e especialistas de todo o mundo.

    Em seu discurso no seminário Tavares destacou os esforços pioneiros da SaferNet na proteção dos direitos humanos no ambiente digital no Brasil. Estabelecida em 2005, a SaferNet Brasil é a primeira ONG no Sul Global a adotar uma abordagem multissetorial para segurança online, educação digital e proteção de direitos. 

     

    Ao longo dos últimos 18 anos, as iniciativas da SaferNet incluem a Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos, operada em parceria com o MPF, o Canal de Ajuda e Orientação a vítimas de violações online, e diversas campanhas e projetos de Educação e Conscientização sobre Segurança Online.

    Nesses 18 anos, a SaferNet Brasil realizou:

    • O processamento de mais de 1 milhão de denúncias únicas, com 50% relacionadas a Material de Abuso Sexual Infantil Online;
    • A remoção voluntária de mais de 800.000 URLs por violação de convenções de direitos humanos;
    • A prestação de suporte e aconselhamento a mais de 38.000 brasileiros enfrentando ameaças cibernéticas como cyberbullying, compartilhamento não consensual de imagens íntimas, fraudes, autolesão e vazamento de dados.

    Tavares enfatizou a importância do robusto quadro legal do Brasil em proteção infantil, direitos digitais e educação digital. Ele citou a Lei da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que integra a alfabetização digital e a cultura nos padrões educacionais nacionais, e a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), que protege a privacidade individual, e o Marco Civil da Internet, que estabelece direitos e deveres de usuários e provedores de acesso e serviços à Internet no Brasil.

    Um desafio crítico destacado no discurso foi a disseminação de desinformação, discurso de ódio e ameaças cibernéticas direcionadas a grupos vulneráveis, como crianças, adolescentes e idosos. Tavares ressaltou a importância da alfabetização midiática e informacional para capacitar os indivíduos a discernir informações confiáveis e a proteger seus dados pessoais.

    “Educação midiática e informação empoderam os indivíduos e permitem que eles possam discernir entre informação íntegra e desinformação, aumentando a capacidade de tomarem decisões”, afirmou. 

    “Programas de cidadania digital, como o que criamos no Brasil, apresentam ferramentas para combater a desinformação e proteger grupos vulneráveis contra ameaças digitais”, disse o presidente da SaferNet, que convidou os representantes dos países presentes ao evento que baixassem o conteúdo do caderno de aulas da Disciplina de Cidadania Digital para conhecê-la. 

    Tavares afirmou que a meta do programa em 2024, por meio de parcerias com secretarias estaduais de educação e o Ministério da Educação, é que ele ganhe em escala e chegue a escolas de todos os estados brasileiros. 

    Desafios e propostas

    Em sua apresentação no seminário de 10 de junho, Guilherme Alves, apontou que a cidadania digital nas escolas enfrenta dificuldades típicas de um país em desenvolvimento, em que os professores têm pouco acesso à formação continuada, num contexto em sala de aula em que têm sido cada vez mais demandados pelos alunos sobre esses temas, pois as crianças e adolescentes relatam, cada vez mais cedo, já terem vivenciado violências online. Dados da última pesquisa TIC Kids Online 2022, do Cetic.br, apontam que 4 em cada 10 adolescentes já viram alguém ser discriminado online, principalmente por motivos de cor ou raça, aparência física e orientação sexual.

     

    G20 São Luís

     

    Alves explicou como a SaferNet, por meio da Disciplina de Cidadania Digital, atua buscando dialogar com a realidade das escolas, professores e estudantes em quatro frentes:

    • Disponibilizando recursos pedagógicos, com um caderno com roteiros de aulas para professores que traz metodologias ativas e atividades para ensinar sobre bem-estar online, privacidade e segurança digital, comportamentos positivos na internet e prevenção à violência sexual; 
    • Atuando na formação continuada, com um curso de formação aberto a educadores;
    • Oferecendo suporte, acolhimento e orientação a escolas e professores, com oficinas formativas e encontros para trocas de experiências;
    • E dando visibilidade às melhores práticas dos educadores com o Prêmio Cidadania Digital em Ação, valorizando experiências de protagonismo estudantil nas escolas. 

    Para Alves, para a Cidadania Digital avançar no país é preciso:

    • Compreender os professores como profissionais que ainda trabalham sob condições muito difíceis, muitas vezes precárias. Segurança cibernética e cidadania digital não devem ser apenas mais uma demanda, mas uma oportunidade de formação, de valorização profissional e de transformação de realidades a partir da educação; 
    • Compreender a diferença entre uso de tecnologia na educação, como recurso pedagógico, e a educação para o uso de tecnologias, que são as práticas de orientação para o uso seguro e consciente. Essa diferença nem sempre é evidente e a formação de professores no Brasil é focada no instrumental;
    • A educação não deve ter como objetivo formar clientes de aplicativos ou usuários de redes sociais, mas uma geração apta a refletir criticamente e criar tecnologias sociais a partir dos seus contextos e necessidades; 
    • Não são precisos computadores avançados para ensinar sobre segurança cibernética. Não estamos falando apenas em habilidades instrumentais, mas sim habilidades socioemocionais, de convívio online e reflexão sobre hábitos, riscos e oportunidades; 
    • E é preciso estimular o protagonismo das crianças e adolescentes nesse processo, oferecendo meios de incentivo e canais para sua participação. 

    Saiba mais sobre a disciplina

    A SaferNet e o Governo do Reino Unido são parceiros desde 2021 na criação e aplicação Disciplina de Cidadania Digital, projeto que integra o DAP (sigla em inglês para Programa de Acesso Digital). 

    O DAP é voltado para três pilares: conectividade, proteção e prosperidade (empreendedorismo). O programa alcança, além do Brasil, África do Sul, Indonésia, Quênia e Nigéria. 

    A disciplina é voltada para estudantes do Ensino Médio e dos dois últimos anos do Ensino Fundamental. Educadores podem baixar o caderno de aulas diretamente na página da Disciplina de Cidadania Digital e fazer sua inscrição no curso de formação “Segurança e Cidadania Digital em sala de aula” da SaferNet. 

    Veja aqui o mapa interativo com os resultados completos do projeto até agora. É possível ver os dados por estado e por ano. 

    Veja recentes reportagens sobre a Disciplina de Cidadania Digital aqui

    Sobre a SaferNet

    A SaferNet existe desde 2005 e tornou-se a ONG brasileira de referência na promoção dos direitos humanos na internet. Com uma abordagem multissetorial, atua no combate a crimes cibernéticos contra os Direitos Humanos, no acolhimento de vítimas de violência online e em programas de educação, prevenção e conscientização. A SaferNet mantém a Central Nacional de Denúncias, conveniada ao Ministério Público Federal e o Canal de Ajuda, o Helpline, para vítimas de violência e outros problemas online. A SaferNet promove o uso seguro da internet com projetos educacionais como a Disciplina de Cidadania Digital. 

    Texto publicado em 18 de junho de 2024

  • Cidadania digital deve ser prioridade na formação de professores que lidarão com TICs na Educação

    / / Segurança Digital / Por admin / 11 meses 1 semana atrás

    Professores do ensino básico têm se deparado com muitos desafios para incluir as tecnologias na educação e, principalmente, para educar sobre o uso delas com consciência e segurança. Estes foram alguns dos pontos ressaltados pelos debatedores do painel promovido pela Safernet e o Governo do Reino Unido no 14º Fórum da Internet no Brasil (FIB14), em Curitiba, em maio passado. 

    Segundo a pesquisa TIC Educação 2022, divulgada no ano passado, 44% dos professores da educação básica no Brasil não tiveram acesso a qualquer tipo de formação continuada sobre uso de TICs na educação em 2022. 

    Confira a pesquisa completa aqui.

    Assista ao o painel da Safernet e do Governo do Reino Unido no FIB14

    Professoras e professores se deparam com a ausência de infraestrutura nas suas escolas e também com uma concepção que ainda é recorrente de que crianças e adolescentes são “nativos digitais”, uma vez que é comum que usem TICs desde a primeira infância. Com isso, muitas vezes podem se sentir inseguros ou não aptos a orientar estudantes sobre como utilizar as tecnologias de uma forma consciente e responsável, tema que deve estar presente no ensino básico, de acordo com a Base Nacional Comum Curricular.

    A inclusão digital abrange não apenas o acesso à internet e o uso de dispositivos e aplicações, mas também o desenvolvimento de habilidades e competências para o uso seguro e consciente das tecnologias. Portanto, é fundamental que professores possam estar plenamente capacitados com conhecimento e as ferramentas necessárias para orientar crianças e adolescentes sobre como promover cidadania e se proteger de possíveis riscos na rede.

    É o que prevê também o Marco Civil da Internet, que completou 10 anos em 2024, e a recente Política Nacional de Educação Digital.

    Entretanto, como os dados da TIC Educação e outras pesquisas importantes apontam, há uma lacuna significativa para que isso se torne realidade, iniciando com a formação docente. A Disciplina de Cidadania Digital, criada pela Safernet e pelo Governo do Reino Unido, se apresenta como uma opção para os professores lidarem com esses desafios e para que estudantes de todo o Brasil tornem-se cidadãos digitais, utilizando as tecnologias de informação com consciência, ética e segurança. 

    Painelistas

    Um ponto importante foi ressaltado pelo professor Douglas Pereira da Costa, do Instituto Federal do Ceará, doutorando em Educação que está pesquisando justamente a formação de professores. Para ele, a formação de profissionais da Educação no campo do uso de tecnologias tem foco muito grande no “instrumental”, ou seja, em como usar as tecnologias. 

    Segundo ele, uma formação em cidadania digital “exige uma perspectiva crítica, ética, cidadã, responsável e autoral”, ou seja, professores e alunos devem entender que são capazes de criar com as tecnologias. “O professor é uma pessoa impactada pelas tecnologias, como qualquer um, e deve fazer leituras críticas do mundo digital”, afirmou. 

    A Coordenadora-Geral de Tecnologia e Inovação na Educação Básica do Ministério da Educação (MEC), Ana Úngari Dal Fabbro, que também é mestre em Estudos do Desenvolvimento pela London School of Economics, indicou que o ministério tem atuado em três frentes quando o tema é tecnologias na educação: ensino e aprendizado com uso de tecnologias digitais, cidadania digital, e desenvolvimento profissional. 

    O eixo de cidadania digital é um dos destaques da nova política de Escolas Conectadas, lançada pelo Governo Federal no final do ano passado. Na formação de professores, a plataforma Avamec foi apresentada como um esforço do MEC, incluindo a recente adição de três novos cursos sobre o tema de cidadania digital. 

    Ela afirma que o professor que for lidar com cidadania digital precisa “ser um cidadão digital antes de levar essa visão para os seus estudantes. O professor precisa ter clareza do que é uso responsável, seguro e crítico da tecnologia”, até para que o sistema educacional como um todo cumpra a Lei 14533/2023 que prevê a educação digital como componente do currículo dos ensinos fundamental e médio.

     Painel  Safernet Brasil FIB14 

    Confira o mural colaborativo criado pelos painelistas com referências sobre o tema

    Por sua vez, Karina Daidone Pimentel, mestre em comunicação pela FGV-SP, e responsável pelos projetos educacionais da Fundação Telefônica Vivo, instituição que está há 25 anos no Brasil, defendeu que a formação docente precisa ser continuada e dinâmica, compreendendo os diferentes contextos de atuação dos professores e incluindo formações rápidas. 

    “A tecnologia dentro da escola, na educação, está mais para um estímulo de uso e prática pedagógica e que desenvolva habilidades. Por consequência, este aluno estará apto a ser um cidadão digital”, afirmou. 

    Bianca Serrão, psicóloga e doutora em Estudos da Criança pela Universidade do Minho, em Portugal, e integrante da equipe do Canal de Ajuda e dos projetos de educação da Safernet Brasil, apresentou a Disciplina de Cidadania Digital da Safernet e o curso Segurança e Cidadania Digital em Sala de Aula, voltado para professores que queiram ministrar a disciplina, como uma opção nesse cenário. 

    Apesar de o curso de formação ser autoinstrucional, a Safernet dá apoio aos professores durante os estudos e, principalmente, quando eles aplicam os temas em sala de aula. O curso apresenta o caderno de aulas da Disciplina de Cidadania Digital e os temas que poderão ser trabalhados por eles com os alunos. 

    “Oferecemos acolhimento aos professores, seja apoiando a adaptação de atividades, compartilhando experiências, valorizando suas práticas pedagógicas em sala de aula ao falar sobre cidadania digital com seus estudantes”, afirmou. 

    O debate foi mediado por Guilherme Alves, gerente de projetos da Safernet, e Letícia Hungria, gerente do Programa de Acesso Digital da Embaixada do Reino Unido.

    Disciplina de Cidadania Digital

    A Safernet e o Governo do Reino Unido são parceiros desde 2021 na criação e aplicação Disciplina de Cidadania Digital, projeto que integra o DAP (sigla em inglês para Programa de Acesso Digital, que visa ampliar a inclusão digital em vários países). 

    O DAP, segundo Letícia Hungria, é voltado para três pilares: conectividade, proteção e prosperidade (empreendedorismo). O programa do Governo Britânico alcança, além do Brasil, África do Sul, Indonésia, Quênia e Nigéria. 

    Desde o início de 2023, quando foi iniciada a fase de aplicação da disciplina, mais de 29000 alunos tiveram contato com o conteúdo, em 259 escolas, de 179 municípios localizados em 16 unidades da federação brasileiras. A disciplina é voltada para estudantes do Ensino Médio e dos dois últimos anos do Ensino Fundamental. 

    Educadores podem baixar o caderno de aulas diretamente na página da Disciplina de Cidadania Digital e fazer sua inscrição no curso de formação “Segurança e Cidadania Digital em sala de aula” da Safernet. 

    Espalhados em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal, mais de 3000 professores já se matricularam na formação. 

    Veja aqui o mapa interativo com os resultados completos do projeto até agora. É possível ver os dados por estado e por ano. 

    Veja recentes reportagens sobre a Disciplina de Cidadania Digital aqui

    Sobre a Safernet

    A Safernet existe desde 2005 e tornou-se a ONG brasileira de referência na promoção dos direitos humanos na internet. Com uma abordagem multissetorial, atua no combate a crimes cibernéticos contra os Direitos Humanos, no acolhimento de vítimas de violência online e em programas de educação, prevenção e conscientização. A Safernet mantém a Central Nacional de Denúncias, conveniada ao Ministério Público Federal e o Canal de Ajuda, o Helpline, para vítimas de violência e outros problemas online. A Safernet promove o uso seguro da internet com projetos educacionais como a Disciplina de Cidadania Digital. 

    Matéria publicada em 4 de junho de 2024.

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