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Nota sobre ataque na escola em Suzano
Nota sobre ataque na escola em Suzano
Estudos da The American Psychological Association apontam que a busca pela notoriedade e pela fama é uma das motivações mais recorrentes dos assassinos que promovem massacres. Assim, quando a imprensa decide concentrar seus esforços em vasculhar a vida do criminoso e especular sobre suas intenções, ela está exatamente garantindo a visibilidade que o assassino normalmente busca. E não importa que ele tenha ideação suicida ou seja morto. Outro ponto crítico é mostrar os nomes dos grupos, sites, anotações, livros e demais materiais usados no planejamento dos ataques. Mostrar os detalhes sobre como acessar os conteúdos e fóruns de apologia à violência tem efeito tutorial e muito prejudicial.
A exposição massiva na imprensa é o troféu para grupos que estimulam ataques violentos na internet. E é também a chancela do legado de vida do criminoso. Assim, forma-se um círculo vicioso. Sites de projetos que defendem uma mudança na forma de relatar crimes como assassinatos em série, como o No Notoriety e oDon't Name Them, explicam bem como essa lógica funciona.
Sabemos que para um jornalista pode ser muito sedutor tentar desvendar a cabeça de um assassino em massa. Também concordamos que há uma curiosidade da audiência por detalhes de crimes bárbaros. Mas por trás de uma tragédia como Suzano há mais do que criminosos. Há vítimas que tiveram suas vidas ceifadas. Há os heróis e heroínas que evitaram que o massacre fosse ainda maior. Por que não se concentrar nessas histórias?
Pais e educadores também têm um papel importante. Destacamos algumas orientações e informações para concentrarmos a atenção neste momento tão triste:
Não há um perfil definido para os atiradores
- Em geral, há preparação e sinais prévios;
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As motivações são plurais e não determinadas por um único fator/episódio/aspecto isolado. Bullying, jogos violentos, grupos on-line, conflitos interpessoais e a "deep web" não transformam ninguém em um assassino, mas podem influenciar comportamentos e estimular radicalização;
Fique atento aos sinais de alerta em casa e na escola
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Reações extremas e comportamentos agressivos repentinos em situações pontuais podem ser sinal de dificuldade de regulação emocional e controle da raiva;
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Isolamento social, desconexão repentina com atividades escolares, mudança nos hábitos de sono e alimentação;
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Expressão de sentimento de perseguição e verbalização de planos de vingança (nas conversas na escola ou na Internet);
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Fascinação e obsessão por armas, publicações de fotos e vídeos com exaltação do uso de armas;
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Pesquisas excessivas na Internet sobre ataques, tragédias e conteúdos de apologia à violência;
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Glorificação de ataques e de atiradores;
A tecnologia sozinha não tem culpa
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O uso da criptografia é importante para garantir o direito à privacidade e a livre comunicação. Para o combate a crimes na internet e na chamada deep web, deve-se fortalecer mecanismos de investigação e a cooperação internacional entre autoridades.
Prevenir para proteger
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Alunos precisam ser educados para diferenciar zoeira de discriminação, intimidação e humilhação. Isso não é "mimimi", é cultura de respeito e cidadania;
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Investir em educação socioemocional é uma forma de investir em relações sociais mais saudáveis, logo mais seguras;
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Ações de acolhimento e valorização da diversidade ajudam a construir ambientes mais saudáveis;
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Crianças e adolescentes precisam de apoio para aprender a expressar suas emoções e sentimentos.
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É preciso garantir o cuidado com a saúde mental e emocional também dos educadores e profissionais das escolas;
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Capacitar professores e oferecer recursos para implementação de ações de promoção de convivência pacífica como preconizado pela Lei 13.185/2015 e na própria LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação);
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Estimular iniciativas de resolução pacífica de conflitos fortalece a solidariedade no contexto da escola.
Se for o caso, denuncie
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Crimes de incitação à violência na Internet? Acesse
www.denuncie.org.br -
Crimes de incitação à violência fora da Internet? Acesse a Sala do Cidadão do MPF
www.mpf.mp.br/sac
As redes sociais e as principais plataformas online não permitem publicação de conteúdos de apologia à violência com ameaças a alvos ou planejamento de ataques. Denuncie postagens suspeitas.
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Instagram
Após tragédias como a de Suzano é muito importante criar espaços seguros para acolher o sofrimento dos sobreviventes e dos familiares. Que o triste episódio estimule a criação de mais iniciativas de promoção da cultura de paz.
Atualizada em 16/03/2019